Unsolved

Prólogo - The black jump woman.


O meu salto preto batia contra o asfalto daquela rua sem saída, eu havia acabado de descer do carro. A noite estava fria, apertei mais meu sobretudo contra meu corpo, me aproximei a passos lentos até o fim da rua. Pude escutar a música alta e os falatórios que saíam do prédio em que eu entraria.

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Abri a porta sem cerimônias e adentrei o lugar, encontrei com um segurança que me encarou, lancei um olhar frio a ele que apenas saiu da minha frente.

Andei pelo longo corredor até avistar a porta no final do mesmo, a abri surpreendendo todos os homens que ali estavam.

— Nós estamos esperando o Sr. Goldstein, saia daqui! – um dos homens falou de maneira rude comigo.

Eu o olhei de cima baixo e comecei a desabotoar meu sobretudo.

— Eu não sou prostituta. – sorri de forma fria – Sou Candice Goldstein.

— Sra. Goldstein, me perdoe, eu não sabia... – tentou se explicar, ele aparentava estar nervoso, o homem era extremamente bonito e tinha uma postura arrogante, o que me faz achar graça da situação.

Senhorita, sou filha do seu chefe. – corrigi – Para que todos estes homens aqui? Saíam! – ordenei. A sala foi se esvaziando aos poucos, permanecendo somente eu e o outro homem – Você pode ficar – me dirigir a ele sem olha-lo. Observei o lugar atentamente, era uma sala pequena, com uma mesa com bebidas e jogo de poker, a sala fedia a cigarro, notei uma outra porta e me interessei por ela. Eu já sabia o que estava ali atrás.

— Ele está ali atrás... – o homem me disse o que eu já sabia – Me siga, por favor – ele tirou uma chave de seu bolso e abriu a porta.

Era um comodo pequeno, só havia uma cadeira e um homem amarrado a ela, ele estava com uma venda nos olhos e tinha machucados no rosto, suas roupas sujas de sangue. Avistei do seu lado um segundo homem que segurava algo pequeno em suas mãos, algo que qualquer pessoa saberia o que é.

— Tire a venda dele. – o homem ao meu lado se dirigiu até a “vitima” e fez o que mandei.

— Candice? – ele falou – Graças a Deus Candy!

— Não me chame assim! – falei com nojo. – Não estou aqui para te salvar, sou sua juíza e você já está condenado!

— Me deixa explicar...

— Nós temos prova de suas traições. – me aproximei dele – Você passou informações nossas para a Máfia rival, perdemos bilhões por sua causa, perdemos homens por sua causa!

— Eu não queria trair, vocês são minha família!

— Se é assim que você trata sua família, então não gostaria de fazer parte dela!

— Eles a mataram! – ele me lançou um olhar sombrio.

— Não foram eles... – sorri maldosa – fomos nós.

O homem a minha frente tentava de todas as formas se soltar da cadeira, lançou-me um olhar furioso.

— Sua vadia! – gritou furioso.

— Você tem que entender que garotos maus recebem punições. – falei.

— Me mata logo Candice, você não tem problema em sujar suas mãos não é?! – puxei a arma da minha cintura e apontei para sua testa – Mas antes me diga, você não está aqui por causa da minha traição para com seu pai, e sim pela minha escolha de ficar com ela e não com você.

Tristan Morgan, o homem que eu amei e que partiu meu coração, era para ele que eu apontava a arma. Meu marido, que outrora eu havia pego na cama com outra, o homem que sempre me negou um filho, agora pagaria com sua vida, pelos seus erros.

— Você não vazou as informações porque te ameaçaram, você contou a ela. –Alice Voelkel, esse era o nome dela, a filha do maior inimigo do meu pai – Eu poderia matar você agora, mas... – olhei para o homem que segurava algo pequeno em seu colo.

— Não toque nela, não toque na minha filha! – rosnou olhando-me com ódio.

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— Você acha mesmo que eu mataria esse pequeno bebê? – sorri maldosa.

— Acho, sei do que você é capaz! Fique bem longe dela!

— Claro que não Tristan. – inclinei levemente para poder aproximar meu rosto do seu – Sabe o que eu irei fazer? Eu irei pegar essa linda garotinha para mim, eu vou cuidar dela, cria-la e fazer ela esquecer completamente da sua existência. E enquanto isso a mãe dela achará que vocês dois estão mortos, sabe por quê? Alice está viva! E ela sofrerá até a sua verdadeira morte achando que seu amado e sua pequena filha morreram.

— Eu sempre odiei você! – Tristan falou lançando-me um olhar ameaçador.

— É reciproco. – Tristan cuspiu em meu rosto, prendi a respiração e fechei meus olhos. Levei minha mão até o local e o limpei com as costas da mesma – Ah querido, nós podíamos ser felizes, mas você estragou tudo, absolutamente tudo! – suspirei – Não sinto nada por isso Tristan. – me virei de costas e fui em direção a porta – Traga a garota – e o homem que estava com o bebê no colo apenas me obedeceu e saiu da sala. Parei na porta e a fechei comigo dentro. Me virei novamente e sem rodeios apontei a arma para ele, puxei o gatilho.

Uma lágrima – apenas uma – escorreu por meu rosto, essa era a última por causa dele.

Dezessete anos depois...

— Mãe – escutei a voz doce da minha filha cada vez mais próxima do meu escritório. Não se passou nem um minuto até a porta ser aberta e ela entrar – Eu não acredito que a senhora ainda está trabalhando! – falou colocando as mãos no quadril – Isso são horas dona Candice? – indagou divertida.

— Você tem razão querida! – falei fechando meu notebook – Prometi a você a noite das meninas não foi Clarissa?

— Só Clary mãe. – ela sorriu doce.