Mudblood

Madrugadas em Trevas


- Ela invade sua mente bruscamente e agora te colocam pra dividir uma torre com ela? - Harry bufou. - Minerva deve estar ficando maluca! Eu vou falar com ela e...

- Harry, não vai falar com ela! - Hermione o cortou autoritária. - Sempre quis ser monitora chefe, eu aprendo a lidar com a Greengrass sozinha.

Se bruxos pudessem matar com o olhar, ela com certeza já estaria morta agora. Harry mandara um olhar no mínimo rude.

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- Puxa Hermione! Não acredito que conseguiu o cargo... - Ronald falou maravilhado. - Percy saiu de Hogwarts direto para trabalhar no ministério. Eles vão te contratar com certeza.

A garota tirara da estante um livro que há algum tempo já procurava na biblioteca e outros cinquenta passaram voando sobre sua cabeça em direção aos lugares vagos pelas estantes.

- Hermione... Não acha que há alguma coisa errada? - Harry perguntou dessa vez calmamente. - Ela tentou invadir sua mente na frente de todo mundo e não é comum duas mulheres serem monitoras chefes.

- Harry, todo mundo sabe que Crabbe e Catia foram expulsos porque foram pegos transando no salão da monitoria. - Suspirou. - Com certeza escolheram a mim e a Greengrass para não haver mais esse problema, você não acha?

Harry suspirou, mas se manteve quieto, pois percebera ao longe a presença desprezível de Draco Malfoy os encarando.

- Eu não sei de nada, Hermione. - Falou em resposta a pergunta da garota enquanto lançava outro olhar em direção a Draco Malfoy. - As coisas estão muito suspeitas para mim. - Murmurou logo em seguida, tentando se lembrar de quando encontrara Malfoy na biblioteca da escola e percebendo que não conseguira captar nenhuma lembrança. Ele não costumava frequentar essa parte da escola. - Eu vou terminar o trabalho de História no salão comunal da Grifinória. - E agarrou um livro sobre a Primeira Guerra.

- Puta merda, Harry! - Exclamou Ronald. - Esqueci do trabalho.

Hermione revirou os olhos.

- É para amanhã, Rony! - A menina falou. - Já deveria estar pronto.

Em anos, era como se as coisas não tivessem mudado. Os três continuavam da mesma maneira e Harry não pode conter um risinho com esse pensamento.

- Vou com o Harry para fazer. - E saiu arrastando o amigo.

- Não demore muito, Hermione. - Harry disse por cima do ombro enquanto já saia do meio das prateleiras em direção a porta de saída. - Não me faça ter que voltar pra te acordar. De novo...

Hermione sorriu em resposta e em companhia de seu livro, se sentara numa das mesas para iniciar sua leitura.

Os minutos viraram horas e quando os olhos da menina quase se fechavam em uma ardencia incontrolável contra o sono, ela decidira que estava na hora de ir para seu novo dormitório.

Caminhou lentamente pelos corredores. Os quadros uma vez ou outra lançavam mensagens rudes a garota, que já acostumada seguia em frente sem mais problemas, até que chegou frente ao quadro de Morgana.

- Pensei que nunca voltaria para a Torre, Hermione Granger. - A voz fina da mulher falou do quadro.

Hermione a encarou, cabelos ondulados, expressões fortes, olhos cor de mel... Morgana era incrivelmente bonita.

- Estava na biblioteca. - Mostrou o livro em sua mão. - Pode abrir por favor? A senha é Mandrágora sem vaso. - Mas o quadro continuou colado na parede e após um minuto inteiro de silêncio, a mulher falou:

- Tudo bem, mas não vai gostar de quem está ai... Ou vai, é um tremendo partido. - Hermione não soube dizer se a mulher estava falando sério ou sendo sarcástica. - Mas talvez Astoria já o tenha laçado, quem é que sabe, não é?!

O quadro se abriu e a primeira coisa em que Hermione colocou os olhos não era muito bem uma "coisa", mas uma pessoa. Alto, magro, loiro e aparentemente estava tendo uma discussão com Astoria Greengrass.

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Greengrass e Malfoy se recolheram assim que perceberam Hermione e como se nada estivesse acontecendo, Astoria abriu um grande e largo sorriso.

- Granger... - Falou calmamente. - Que bom que chegou, eu queria muito falar com você... Me desculpar sobre o que fiz no corredor aquele dia.

Hermione mal pode acreditar no que ouvia.

- Sabe, estou me aperfeiçoando... As vezes olho para as pessoas e não consigo me conter. É quase involuntário. - E fez-se silêncio na sala.

Hermione não soube como reagir ou responder a garota, então permaneceu calada por alguns instantes.

- Queria que soubesse e... Não me levasse a mal. - A Sonserina concluiu.

- Quer saber... Tudo bem. - Hermione respondeu. - Só não faça mais. - Prendeu sua respiração. - Por favor. - E concluiu sem deixar de lado a boa educação que seus pais lhe deram.

A garota assentiu e o próximo que fez algum movimento foi Malfoy.

- Estamos entendidos. - Disse para a Astoria, e passou por Hermione como se a garota fosse algum verme insignificante, em direção a saída da Torre.

- Boa noite, Granger. - Astoria falou.

- Boa noite, Greengrass. - Respondeu.

Cada uma foi para seu quarto, já era tarde e havia aula no dia seguinte.

***

Astoria Greengrass adentrou o salão comunal de Hogwarts para tomar seu café da manhã e recebeu alguns olhares como de costume.

Caminhou sobre seus saltos até a mesa da Sonserina, onde seus amigos já comiam.

Focou sua irmã com um grupo pequeno de garotas na ponta da mesa e lançou-lhe uma piscadela. Em breve, todas aquelas garotas seriam Comensais.

- Bom dia, pessoal... - Falou baixinho assim que se sentou. - Que caras são essas?

Blásio e Pansy estavam tão emburrados que um vinco já se formava por entre suas sobrancelhas. Draco estava com a mesma expressão de sempre, de que havia brigado com alguém, porém deixara a barba crescer e quando não a fazia, significava que algo o preocupava muito. Deveria estar nervoso e provavelmente descontara nos amigos. Isso explicava as caras feias.

- Eu queria muito saber quando todos vocês iniciaram! - Draco praticamente urrou, mas se conteve para não gritar. - Porque raios eu ainda não?! Eu deveria ter sido o primeiro de todos vocês. Sua família nem faz parte do ciclo! - E apontou Astoria.

- Talvez devesse se acostumar a não ser o primeiro em tudo, Draco. - Pansy soltou venenosamente e recebeu um olhar feio da amiga.

- Seu pai é o braço direito dele, Draco. - Como uma perfeita serpente, Astoria colocou sua mão sobre a de Draco e fez carinho sobre ela lentamente. - Ele esta te testando, porque não quer que você acabe pensando que tem privilégios. Só por isso ainda não foi iniciado. - O carinho subiu para seu braço. - Ele vai te aceitar... Você é o preferido dele. Só esta te testando para ter certeza que não fará burrada.

Astoria sabia muito bem como lidar com Draco. Os anos de convivência dentro e fora da escola a ensinaram que o garoto era orgulhoso e gostava de ser o melhor em tudo. As palavras certas, aliadas a elogios que elevassem seu ego o acalmariam.

Era um Malfoy e tudo que precisava era que alguém inflasse seu ego, elevasse sua posição perante as pessoas e o adorasse pelo nome que a família o dera.

- Tenho novidades... - O olhar da garota flamejou. - Granger tem sonhos... Estranhos no mínimo. Para ser bem modesta na verdade.

Olhares se voltaram para a dona da voz.

- O que quer dizer com isso? - Blásio se pronunciou pela primeir vez.

- Acordei com uns barulhos estranhos vindo do quarto dela... Gemidos. - Draco se mostrou interessado na conversa pela primeira vez. - Mas o pobretão Weasley não estava lá. A porta estava meio aberta, então dei uma espiada... Ela estava suando, se debatendo e gemendo como se estivesse com dor. - Colocou suco em seu copo. - O que mais me chamou a atenção foram os olhos... Estavam abertos, as orbes completamente negras.

Pôde ver no rosto de cada amigo a surpresa.

- Isso não é normal... - Draco comentou baixo. - Nem mesmo para uma bruxa como ela... Isso parece magia negra.

- Não parece. É. - Pansy afirmou. - Mamãe tem muitos livros sobre magia negra. Li alguns e me lembro de ter lido algo sobre magia aprisionada. Seja lá o que for está dentro dela.

- Acham que ela fez algum tipo da magia? - Blásio perguntou. - A coisa pode ter ficado dentro dela?

- Me lembro muito pouco. Tudo o que eu li foram coisas sobre crianças que já nasceram com a magia. - Pansy se virou e encontrou Granger na mesa da Grifinória. - Vem delas. - Sussurrou. - Não é colocado, nem aprisionado. Vem delas.

- A Granger? Sangue- ruim?! - Draco soltou seguido de uma gargalhada. - A inteligência dela é estudo. A magia é fraca, Pansy.

- Não é regra, Draco. - Respondeu revirando os olhos. - Sono perturbado por pesadelos ruins e orbes negras são apenas alguns efeitos. Essa coisa toda só aparece depois dos 16 anos. Acaba com a pessoa em pouco tempo. - Concluiu. - Só me lembrou o que li uma vez, há muito tempo.

Astoria focou Granger em meio aos Grifinórios. Seus cabelos presos em um coque alto na cabeça expunham completamente seu rosto e pescoço perfeitamente esculpidos e se não fosse por olheiras gigantes sob seus olhos, Astoria seria obrigada a reconhecer que Hermione Granger possuia uma beleza ímpar.

Potter falou algo para garota, que o retribuiu com um sorriso, exibindo dentes perfeitos e brancos.

Ela mexia em seu prato, bricava com a comida, mas não colocava nada na boca.

Como podia algo tão perfeito estar impregnado de magia negra?

Astoria conteve seus pensamentos e se voltou para Pansy.

- Quero esse livro, Pansy. Pra ontem. - Falou séria.

- Vou mandar uma coruja pra minha casa. Minha mãe envia amanhã pela manhã. - E se levantou, seguindo para fora do salão.

- Também vou pessoal, tenho que passar no dormitório. - Blásio se despediu e também se retirou.

- Acha que ele quer saber algo sobre isso? - Draco perguntou.

- Tenho quase certeza, Draco. - Respondeu. - Se for realmente isso, tem muito mais coisa nessa história e Hermione Granger não é quem pensávamos que fosse.

- Inicialmente pensei que haviam pedido para que eu a observasse porque Granger é o cérebro de Potter. Ele já teria morrido se não fosse por ela, mas tem algo mais nessa história... Algo que Voldemort quer muito. - Draco concluiu.

- Com certeza ele quer. - Os olhos de Astoria caíram novamente sobre Hermione, que a essa altura já caminhava para fora do salão comunal.

Suas lembranças caminharam novamente para a noite passada... Sons estranhos vinham do quarto da garota. Astoria inicialmente pensara que Ronald a estivesse "visitando". Então vestiu seu hobbie, seu chinelo de quarto e foi até o quarto da garota. Sua porta estava entreaberta.

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Astoria tentou lutar contra o impulso de olhar pela fresta, mas uma olhadinha não a mataria. Talvez eles nem percebessem. Porém, quando olhou pela fresta, não soube dizer se lamentou não encontrar a santinha de Hogwarts em momentos profanos com o namorado ou se assustou-se com o que viu.

Com toda sua beleza angelical, Hermione Granger se debatia, produzindo sons que agora Astoria identificara como dor e não prazer, resmungando palavras que ela não conseguia entender. A energia no quarto estava pesada, quase palpável. Era tão maléfico quanto estar na presença de Voldemort.

Empurrou a porta com cuidado e se aproximou dela. O corpo de Hermione flutuava sobre a cama. Suor brilhava sobre sua testa e grudava um pouco de cabelo sobre ela. Aproximou-se ainda mais e a pouca luz que entrava pela janela refletia seus olhos... De orbes tão negras quanto o manto das próprias trevas.

Horas mais tarde, o quarteto sonserino se reunia em frente ao Armário Sumidouro na sala precisa, devidamente apresentáveis para ver seu mestre.

Draco relataria o que Astoria havia descoberto, como se todo o trabalho houvesse sido dele e finalmente ganharia seu mérito.

Seria mais um Malfoy pertencente às trevas, assim como toda sua família. Jogaria ao lado vencedor e receberia toda a glória que sempre almejara.

Draco, finalmente, se tornaria um Comensal da Morte.