Smoke and Fire

Capítulo 13 - You are a nightmare.


Capítulo 13.

“Nós nos beijamos, eu caí no seu feitiço. E tudo o que você fez foi me quebrar” — Miley Cyrus.

Por: Bubblegum.

You are a nightmare.

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— Peter. – Chamei. Ele se afastou, abrindo os olhos.

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Segurei suas mãos, as tirando de minha cintura. Lentamente meu corpo foi descendo de volta para o chão.

— O que? – Perguntou, descendo junto comigo.

Senti o chão sob meus pés. Revirei fundo e o encarei. Não consegui ver claramente seu rosto devido à falta de luz do local e agradeci mentalmente por isso.

— Eu sou a primeira garota a vir para Neverland? – Perguntei.

— Sim. – Ele mentiu descaradamente.

“Ok, isso vai ser mais difícil do que imaginei” – Pensei.

— O nome da primeira menina a vir para cá era Wendy, certo? – Perguntei, hesitando um pouco.

Peter ficou quieto. Aproveitando seu silêncio, continuei as perguntas.

— Wendy foi seu primeiro amor, não é? – Ele continuou calado.

Abri a boca para dizer mais algumas coisas, mas Peter foi mais rápido. Rapidamente, Peter desembainhou a adaga e apontou para mim, se aproximando perigosamente.

— Como descobriu isso? Quem te contou? – Disparou com sua voz rouca e ameaçadora.

Respirei fundo, tentando ficar numa postura ereta.

— Quem me contou não importa apenas me responda: Wendy foi seu primeiro amor, não foi? – Tornei a perguntar. Mesmo no escuro, os olhos de Peter faiscaram.

Ele veio até mim, me jogando contra uma árvore e me prensando. Ofeguei, sentindo a lâmina fria em minha pele.

— Nunca. Mais. Repita. Isso. – Falou pausadamente. – Ouviu?! – Ele gritou, me assustando ainda mais.

Meu coração bateu fortemente em meu peito e minhas pernas tremeram.

Olhei em seus olhos, vendo que o verde musgo não era nada comparado a como eles estão agora: Tão escuros quanto à noite.

— Você a amava quando ela foi embora, não é? Wendy te magoou e acabou colocando Neverland em perigo, certo? – Disparei.

— Cala a boca. – Falou baixo e ameaçador. Sua voz transbordava seus sentimentos escuros.

O medo se alastrou por minha mente, mas eu o ignorei.

— Com Neverland enfraquecida, você teve que arrumar um jeito de estabiliza-la novamente. E aí... – Fiz uma pausa, abaixando meu olhar. – Aí você sacrificou pessoas para que seu poder voltasse ao normal. – Falei, minha voz saindo abafada.

Peter prensou a adaga com mais força contra o meu pescoço. Senti algo grosso escorrer pela minha pele e uma dor latejante me fez soltar um resmungo doloroso.

— Sim. – Confirmou depois de um tempo. Peter encarava meu pescoço, vendo o sangue escorrer por ele.

— E agora... – Minha voz fracassou. Engoli em seco. – Agora, você pretende fazer o mesmo comigo, não é?

Peter abriu um sorriso maldoso. Ele retirou a adaga do meu pescoço e se afastou. Coloquei a mão no local. Era apenas um pequeno corte, mas mesmo assim o sangue me desesperou.

— Pensei que iria demorar mais tempo para perceber. – Ele disse. O encarei. Sua silhueta se destacando ao longe.

Fiquei estática. O que Hook falou era verdade.

— Você caiu perfeitamente na minha armadilha, Keth. Foi tão fácil te apaixonar eu até eu me surpreendi. – Ele falou.

Pisquei algumas vezes. Eu não queria acreditar. Queria acordar como se fosse um pesadelo.

— Eu esperava que fosse mais esperta. – Peter continuou. Suas palavras me quebravam aos poucos.

— Eu pensava que... – Peter me cortou.

— Não me diga que achou mesmo que eu estava apaixonado por você. Achou? – Perguntou em tom de escárnio.

Permaneci quieta e Peter entendeu meu silêncio como um sim. Ele gargalhou alto e maldoso.

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Meus olhos ficaram marejados e não demorou para que uma lágrima solitária escorresse por meu rosto.

— Eu confiei em você! – Exclamei sentindo as lágrimas correrem livremente e pingarem.

— Essa foi a pior coisa que você fez. – Afirmou, sua voz queimando em ódio.

Eu o encarei sem reação. Senti como se meu coração tivesse sido cortado por uma lâmina. Minhas pernas enfraqueceram e se não tivesse me mantido firme, tinha caído no chão.

Abaixei minha cabeça, permitindo que alguns soluços escapassem por entre meus lábios. Recuperei minha voz e disse:

— Hook tem razão, você é um pesadelo! – Cuspi as palavras nele. Peter não pareceu se abalar.

Não esperei que ele fizesse mais alguma coisa e lhe dei as costas. Girei meu calcanhar, correndo para longe dele. Não reparei por onde corria e felizmente a floresta colaborou comigo e não me deixou ficar perdida.

Minha visão embaçou e eu limpei o rosto. Vi minha cabana a poucos passos de mim e corri até a mesma. Entrei e tranquei a porta, escorei minhas costas e deslizei até o chão.

Meu rosto voltou a ser banhado por mais lágrimas dolorosas. Não contive meus soluços e eles ecoaram pela cabana. Me deitei no chão, sentindo a gelidez e chorei mais ainda.

A dor em meu pescoço era ruim, mas a dor dentro de mim era pior ainda.

[...]

Eu não sabia o que estava fazendo. Me sentia perdida e vazia.

Continuava deitada sobre o chão. As lágrimas tinham cessado e eu tentava assimilar alguma coisa. Resolvi me levantar e tomar uma atitude. Só existe alguém que pode me ajudar agora, e esse alguém é exatamente quem me colocou nisso tudo.

Me pus de pé, abri a porta e sai da cabana. Caminhei pela floresta e em meio ao silêncio, chamei:

— Tinker. – Minha voz saiu num sussurro e não demorou para que uma movimentação ao longe chamasse minha atenção.

[...]

Continua...