O segredo de Sara

Capítulo 23


De volta ao laboratório todos a olhavam estranho enquanto caminhava pelos corredores. É claro que todos sabiam que ela dançava. Talvez pensassem que ela teria poupado uma estadia inteira no hospital se tivesse dito de antemão que não era uma assassina e sim uma dançarina. Mas não se importou. Se não fosse Grissom estaria, há pelo menos 3 semanas, sob sete palmos de terra. Devia sua vida a ele!

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— Sara! – Nick a abordou enquanto entrava na sala de descanso. – Como está? - abraçou-a com ardor.

— Vai com calma, cowboy! – afrouxou o abraço do amigo. – Minhas costelas ainda não estão tão boas! – riu.

— Que bom que está aqui! – Nick sorriu feliz.

— Fico feliz em estar! – a morena retribuiu o sorriso e entrou na sala com o amigo.

Minutos depois já estavam todos reunidos paparicando Sara e esperando por Grissom para a cotidiana distribuição de casos. Não demorou muito e estavam todos saindo para resolver os crimes da cidade do pecado.

— Grissom? - Sara chamou o chefe antes de sair. – Posso falar contigo um minuto? - respondeu ao olhar do perito.

— Claro! – respondeu Grissom. – Vamos até minha sala.

— Te espero no carro, Sara! – Catherine avisou a amiga e saiu.

— Obrigada, Cath! – rumou pelos corredores até a sala de Grissom.

Sara entrou na frente. Sentou-se na cadeira a frente da mesa de Grissom e aguardou. Grissom fechou a porta e, ao invés de sentar do outro lado da mesa, sentou-se na cadeira ao lado de Sara.

— Que bom que pôde retornar ao trabalho. – começou o entomologista cruzando os dedos sobre as pernas.

— Sim! – concordou a moça. – Não aguentava mais ficar em casa.

— Mas tudo já passou. – ele a olhava nos olhos. – Megan pagará por seus atos e não saíra de trás das grades tão cedo se depender de nós. – Sara sorriu.

— Mas não era sobre isso que eu queria falar. – a morena inclinou o tronco para mais perto de Grissom e tomou fôlego. – Queria lhe agradecer...

— Agradecer o que? - fez-se de bobo.

— Por ter salvo minha vida. – olhou para baixo. Era muito difícil para ela falar sobre seus sentimentos. Estalou alguns dedos. – Eu não estaria aqui se não tivesse chego tão depressa.

— Tenho certeza que faria o mesmo por mim. – sorriu o homem.

— Até mais! – levantou os olhos para o supervisor.

O silencio tomou o lugar por longos segundos. E os olhos de ambos não conseguiam deixar de se olhar.

— Griss... – Sara quebrou o silêncio. – Eu pensei que ia morrer. – sua voz fraquejou.

Grissom continuava em silêncio deixando Sara ter seu tempo para falar. Mas sua mente maquinava a hipótese ressaltada por Sara. Causava-lhe um desconforto enorme só em pensar que tal atrocidade pudesse ter acontecido.

— Eu senti tanta dor. Tanto frio. – seus olhos viraram-se para a direita, lembrando do ocorrido. – E tudo o que me confortava era saber que você estava ali comigo. – piscou lentamente. – Lembro-me de você entrando pela porta e de repente todo o medo que eu sentia se foi. – fez uma pausa para secar algumas lágrimas. – E eu não podia morrer sem te dizer o que te disse... Eu estava em síncope, mas tenho certeza que meus lábios chegaram a te dizer o que eu precisava antes que a escuridão me alcançasse. – repôs seus olhos sob o chefe novamente.

Grissom, por impulso, tomou as mãos de Sara entre as suas. Não sabia o que falar. E nada do que dissesse teria importância. Ele só se sentia grato por ter conseguido chegar na hora certa para que Sara pudesse ter uma nova chance de vida.

— Lá, - Sara recomeçou olhando para as suas mãos nas de Grissom. – nos seus braços, eu percebi que a vida é tão frágil. Tão... Tão... Tão efêmera. – ela soltou-se gentilmente das mãos de Grissom e se pôs de pé. Titubeou. Voltou seu olhar para os animais flutuando em jarros nas estantes às suas costas. Ficou de costas para Grissom. – A vida é um piscar de olhos. E se eu não puder dizer que te amo nesse espaço de vida que me resta, então eu não vejo o porquê de ter ganhado essa nova chance. – voltou-se para Grissom. – Eu só decidi, de uma vez por todas, que não vou desperdiçar o meu tempo com coisas que não me darão futuro. Não quero morrer sem ter me entregado de corpo e alma para a vida.

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Os lábios de Sara fizeram uma linha fina e seus olhos evitavam derramar mais lágrimas. Não queria parecer fraca. Grissom ouvia tudo em silêncio. Era reconfortante ouvir que era amado, mas tinha que ser sensato e deixar todo o seu medo de lado. Quase perdera a única pessoa que balançava seus sentidos. Por que não se permitir tentar? Por que não se permitir ser feliz?

— Griss... – Sara interrompeu o silêncio. – A Cath já deve estar me esperando... Mas antes eu tenho que saber. – foi ao ponto. Os olhos vermelhos, ainda marejados. – Você quer jantar comigo? - lançou a pergunta. – Não estou te pedindo em casamento, não. – balançou a cabeça e caminhou para próximo de Grissom novamente. – Só quero saber se isso – apontou para ambos. – vai dar certo. Mas quero saber testando e não porquê Ecklie ou as malditas normas do departamento dizem que não. – olhou para Grissom. Queria uma resposta.

— Sara, eu não sei o que fazer... – apontou para ambos.