queimar?

setembro, uma semana depois

O batimento era ensurdecedor. E calmante. Ele ressoava através das suas costelas, como se elas fossem as cordas de um violão - Luke sentia o som com o seu próprio coração, sentindo o batimento de Calum muito mais do que o ouvindo, a pulsação através da mão que segurava a sua.

Calum lia as cartas e Luke encarava fixamente a sua frente, sem piscar, sem quebrar aquele encanto ou aquela maldição ou simplesmente aquele silêncio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

As cartas eram de Calum e Luke estava apenas ali para um apoio físico e emocional ou qual fosse o tipo que ele precisava.

—Eu também amo vocês - sussurrou Calum, traçando as letras trêmulas e grande elegante de Malia e a forte e horrorosa, que era um garrancho de Julie, apertando com força a mão que o prendia, o segurava.

—Vocês? - ecoou Luke, confuso.

Calum balançou a mão, descartando o que fosse que ele dizia. Não era importante. E depois passou-a nos olhos, enxugando as poucas lágrimas no canto deles e riu, jogando a cabeça para o lado, encostando-a no ombro dele, e sentiu Luke acomodar-se para passar o braço ao redor dele.

—Por que você está rindo? - questionou Luke, confuso.

—Você sabe o que é isso? - Calum balançou uma das folhas.

—Não - respondeu Luke, devagar. Ele achava que eram cartas, mas começava a duvidar.

—E agora? - Calum levantou o rosto para ele, sem responder.

Eram cartas, não eram?, Luke queria perguntar. Não eram?

Mas... Como poderiam perguntar algo e arruinar aquilo?

Os olhos molhados, as bochechas vermelhas, o nariz franzido e o sorriso brilhante... Calum estava feliz. E Luke estava confuso. Não era como se esperasse choro desgovernado e tristeza minando de todos os poros, mas aquilo era alegria, completamente, e...

Um pouco de tristeza, Luke viu na forma como os olhos estavam um pouco fosco e o sorriso não era completo, na maneira como Calum segurava com força a mão dele e no jeito que estava melancólico.

—Queimar? - tentou Luke, fracamente, temendo arruinar tudo e vê-lo desmoronar.