precisava

setembro, uma semana depois

Calum observou a chuva caindo levemente, as gotas batendo no vidro com delicadeza, deslizando lentamente, sem pressa, embassando o vidro, e não pela primeira vez Calum queria ser assim.

Leve.

Limpo.

Livre.

Cair e... Calum não sabia.

Mas ele gostava de observar a chuva, com um aperto no seu coração, com a lembrança pesada de que sua irmã morreu num dia assim, num dia de sol, sem nuvens e com chuvas e lágrimas.

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Calum gostava de observar a chuva e lembrar-se de Malia - não morta, mas viva; correndo e pulando e tendo a alma lavada.

Calum queria uma alma limpa, sem ressentimentos e medos e amargura.

—Luke.

—Diga.

—Você pode... - Calum fechou as mãos, apertando as unhas fortemente contra a própria pele, sentindo a dor e a certeza de que, sim, era isso. Ele levantou os olhos para encará-lo e encarar o que faria antes de dizer: - Me leve para casa. De Kora. Por favor.

—Tem certeza? - questionou Luke, estranhando o pedido. Não que Calum não fosse para sua "casa", mas... Luke ainda sentia que tinha algo errado.

Calum assentiu.

Ele precisava superar seus medos.

Ele precisava parar de fugir.

Ele precisava ir para casa.

Ele precisava abrir aquelas malditas cartas.