Segredos de Família

Prólogo: Irmãos


Acordo assustado depois de um pesadelo, não sei explicar muito bem o que ocorre nesse meu “sonho ruim”, para falar a verdade a única certeza que eu tenho, é de estar morrendo nesse sonho! Não sei se você já sonhou que morria, mas com toda certeza não é nada relaxante, você soa frio, suas mãos se tornam frias e sua respiração torna-se ofegantes, ou seja, não é nada bom.

A luz da lua não entra ao meu pequeno quarto, o céu está nublado em plena duas da manhã, pelo menos é isso que diz o meu despertador, tento voltar a dormi, todavia não consigo, tenho medo daquele pesadelo voltar a me assombrar.... Não quero voltar a morrer, principalmente se você for uma criança de 7 anos e meio e morar com seus pais. A morte é algo que você quer por toda vida tentar evitar.

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Agora são duas e quarenta e seis da madrugada e ainda não consigo dormi, minha cama já não é mais confortante, e não me sinto mais seguro naquele local, decido assim descer para tomar um corpo d’água antes de enfrenta novamente meus aposentos. Desço da cama, me cubro com meu lençol e calço meus chinelos, ando devagar até a porta que ringi quando abro, é então que me deparo com um enorme corredor da minha casa... para ser sincero ele nunca me pareceu grande, entretanto naquela noite não fazia ideia de quão grande ele era. Passos pelas portas dos quartos devagar para não acorda ninguém, odeio deixar as pessoas preocupadas comigo, até que me deparo com uma voz...

— B-bo-boinha...? – Uma voz soa no meio da escuridão daquela noite, sem pensar duas vezes viro assustado pensando que há alguém atrás de mim, todavia não vejo nada, porém continuo ouvindo essa voz tão familiar...

— N-não B-bo-boinha... – Reconheço a voz e percebo que vem do quarto de minha irmã, a porta dela ficava do lado do meu, era uma porta de madeira decorada com o seu nome, volto alguns passos e vou ao seu encontro, pressiono meus ouvidos na porta e posso ouvir sua respiração ofegante.... Bem devagar abro a porta e quase sussurrando digo se nome. Olho para seu pequeno quarto, havia uma cômoda rosa no canto esquerdo do cômodo com um abajur da mesma cor em cima, ao lado tinha um berço branco decorando com adesivos de ursinhos. Ela estava ali, soando frio, e se balançava de um lado para o outro do berço, entro rápido e me aproximo... Toco na sua pele que estava fria como nunca houvera antes. Ela acorda assustada e me abraça pelo pescoço. – N-não Boinha oce murreu...

— Calma Malia – respondo tentando acalma-la – tudo isso foi apenas um pesadelo, vai ficar tudo bem eu estou aqui...

— Pro-prometi boinha – ela me pergunta, aos soluços e com suas lindas orbitas castanha em lagrimas – ocê nun-ca-ca irar-me-me ban-ban-donar...?

Abraço ela com mais força e digo com a voz mais suave que poderia disser:

— Eu plometo Malia cebolinha, não te deixalei... – naquela noite ficamos abraçado até o amanhecer, conseguir me acomodar naquele berço e ficamos juntos deitados, depois de algum tempo ela voltou a dormir, entretanto não fiz o mesmo, eu não conseguia, e como poderia, minha irmã estava assustada e eu mais ainda, ela teve o mesmo pesadelo que eu... será que irei morrer? Não sei.... Mas nunca deixarei de cumprir minha promessa, uma promessas de irmãos.