A febre de Amaldiçoado o atacou e o mandou ficar quieto na sombra de uma árvore, e assim ele o fez.

Olhando para o brilho pálido das nuvens indissociáveis, ele se perguntou qual era a cor do céu. Arrependeu-se de nunca ter perguntado algo tão sublime para Adilson.

— Do que adiantaria? — ele cortou o pescoço do arrependimento, o matando. — Só serviria pra sentir saudade...

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Começou a chover.

A água lavou o sangue da galinha, e a terra o bebeu. O monstro de penas se levantou da sua tristeza, e foi até debaixo de uma das árvores.

As folhas da coitada haviam crescido absurdamente, de tanta água que caía todos os dias. Não dava para ver suas raízes, pois estavam procurando os mil nutrientes que a água empurrava para as profundezas da terra. E todo o corpo da planta parecia mais escuro, como uma roupa ainda úmida. Isso apenas deprimiu ainda mais o meio monstro.

Foi quando Amaldiçoado finalmente percebeu as cores das penas do seu colega.

Elas eram azuis.