Depois de passar algum tempo vagando na solidão do acima das nuvens, Bendito começou a se perguntar aonde estava indo. Se é que havia um lugar para ir. Estava muito quente, e não havia nada para fazer sombra. O calor que a areia refletia e a luz forte e ininterrupta do sol agoniavam Bendito. Além da fome e da sede, calor. Ele andava quase arrastando os pés, caído pra frente, quase desmaiando. Movia-se lentamente, implorando que algo ou alguém aparecesse.

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Foi quando viu uma construção ao longe. Não conseguia discernir o que era, pois estava cansado e aflito. Caiu no chão, quando tentou olhar melhor. A areia queimou seu rosto, e Bendito se levantou com dificuldade. Começou a rastejar até o lugar, pois via algo semelhante a uma poça d’água na frente. Não sabia como aquela poça estava ali, mas não pensou muito nisso. Continuou arrastando-se, até não conseguir mais. Parou. Respirou fundo. Seu suor caía na areia.

— A... ajuda... – tentou dizer. Mas saiu muito fraco.

Ouviu o ranger de um portão ao longe. Franziu a testa e viu ao longe uma figura correndo pela areia com um guarda-sol. Quando ela se aproximou, reconheceu que era um velhinho. Sua face era de pura preocupação e espanto. Ele correu até o meio monstro e fez sombra sob o seu rosto.

— Meu Deus! O que é que você está fazendo com tantas roupas de frio?! – perguntou o velho.

— Eu.... de onde eu vim... – Bendito estava cansado e confuso. Acabou desmaiando antes de terminar a frase.