The Road

Revelation


—Para onde nós vamos? – Eu pergunto quando entro no carro

—Para ser mais exato? Lebanon, Kansas – Diz Sam

— E o que vamos fazer lá?

— Vamos para o Bunker – Diz Dean

— Ótima explicação , tem uma melhor não?

— Uma explicação pela outra – Retruca Dean e eu o encaro com um ódio mortal.

—Quanto tempo de viajem ? – Eu pergunto e vejo Sam desconfortável no banco mas ele responde

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—Quase 9 horas de viajem...

—Vão parecer quase o dobro se continuar assim.- Eu digo

—É nessas horas que eu queria poder me tele transportar – Diz Cas.

— Que tal ninguém dar explicação de nada e continuamos assim ? – Implora Sam.

— Não tem outro jeito né? – Eu digo e me viro para a janela ,abro minha mochila e começo a procurar meu Ipod e não acho ele , e assim inicia meu desespero em poucos minutos no carro – AONDE ESTÁ?? – Olho para frente e vejo Dean com meus fones e eu bufo – Existe alguém mais implicante que você ?

—Quando eu quero algo ? Não.

— Você vai mesmo dirigir de fone? Me dá logo isso!

—Não.

— AI CACETE.

—Dean , para com isso – Começa Sam – Quando ela quiser falar ela vai , para de ficar pressionando a menina eu em , parecem duas crianças!! – Com isso ele tira os fones e os joga para trás.

—Obrigada – E eu coloco os fones e vejo Cas me encarando.

—O que foi Cas?

— O que é isso?

—Música , nunca escutou?

— Não – Eu coloco um dos fones em seu ouvido

– Podemos escutar juntos e você me diz as que gostar – Dou um sorriso e dou play.

— Eu queria entender porque vocês estão brigando tanto – Pergunta Cas baixinho.

— É porque eu não quero falar algo de mim e Dean não entende isso – Ele coça a cabeça.

—Mas no que mudaria você contar ou não? Vai mudar como as coisas aconteceram ?

—Não...

—Então eu ainda não entendi o problema.

—Porque é uma memória nem um pouco agradável para mim , e eu não gosto de relembrar.

—Mas ele está só querendo ajudar , eu não sei ainda muito sobre o sentimento de se importar com alguém , já que anjos não sentem isso , mas o Dean é um cara legal , mesmo parecendo um troglodita , dá uma chance . – Um ex-anjo me dando conselhos , essa foi boa , mas fiquei pensando no que ele falou por um bom trecho da viajem.

Depois de algumas horas , paramos em uma lanchonete e eu chamo Sam antes de entrar:

—Sam , eu...queria pedir desculpas por tudo , sei que estão me ajudando e eu estou sendo uma babaca por completo.

— Está tudo bem , mas acho que devia dar um voto de confiança para nós , por incrível que pareça , nos importamos bastante com você – Ele sorri e me dá o braço para entrarmos no restaurante junto.

Nos sentamos e pedimos nossa comida ,inclusive algo para Cas comer , já que ele estava reclamando de dor no estômago e não sabia o porquê e Sam teve que explicar que aquilo se chamava fome, logo em seguida Sam me olha e levanta uma das sobrancelhas e eu dou um suspiro alto.

—OK , tudo bem, eu conto – Sam e Cas sorriem , ao contrário de Dean que só fica me encarando com as mão entrelaçadas nas outras .- Quando meus pais morreram eu era muito nova e como eu não tinha nenhum parente eu pulava de lar adotivo para outro e ninguém nunca me deu nenhum suporte pela perda deles ,o que me fez recorrer , inconscientemente, à rebeldia, e eu virei aquela menina que só fazia merda ,mesmo desde nova eu costumada beber muito e roubar os carros de meus respectivos “pais adotivos” ,isso era um dos motivos em que eu não parava em casa nenhuma , quando eu fiz meus 16 anos e tirei minha carteira de motorista eu fui comemorar com uns amigos , os únicos dois que eu tinha vieram comigo no carro , na festa eu bebi muito e fui dirigir e já que tinha trago eles de casa assim , tinha que levar de volta...- Eu respirava fundo para que não deixasse cair nenhuma lágrima o que foi uma tentativa inútil mas consegui não mudar meu tom de voz , além de não consegui encarar eles então eu encarava a mesa – Quando chegamos em um cruzamento , eu jurava que não vinha nada de nenhum lado, mas com toda a música e a gritaria eu me distrai por alguns segundos que foi o suficiente para uma caminhonete aparecer e bater no carro ,como a caminhonete veio do lado do carona, eu fui a única a sobreviver, só sofri vários machucados, mas até hoje eu sou responsável pela morte dos meus dois únicos amigos , desde então eu não consigo mais dirigir e , até uns dias então , não bebia para ficar bêbada só por gostar mesmo pois sempre me lembro disso e agora além de não ter amigos a única pessoa que eu me importava também está morto , talvez seja uma maldição ou sei lá... – Eu soltei uma risadinha fraca e deito minha cabeça na mesa do restaurante e coloco meus braços por cima da cabeça para ajudar a comprimir os soluços que não queria soltar alto .

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Eu sinto uma mão bagunçando meus cabelos , e quando levanto a minha cabeça vejo que era a mão de Dean :

—Olha eu não imaginei que fosse algo tão sério , me desculpe por fazer você relembrar disso , mas como o combinado vou contar a nossa história triste ,e não ache que é maldição só sua , nós carregamos a nossa também. – Eu olho para o lado e vejo Cas confuso esfregando as lágrimas no rosto

—Eu estou soltando algo pelo os olhos , estou doente?? Meu peito está doendo também – Ele entra em desespero.

—Não Cas , isso são lágrimas , acontece quando fica triste ou muito feliz – Eu acalmo ele mostrando que também estava chorando.

—Vocês fazem isso com muita frequência? Porque eu não gostei. – Eu solto uma risadinha.

Logo depois os meninos começam a contar sobre a mãe deles e o pai deles , de como eles entraram no “negócio da familia” e isso demora um bom tempo , que passa muito rápido e quando vejo já estamos pagando a conta e voltando para a estrada.

O clima finalmente melhora e eu me sinto um pouco melhor , eu não costumava me abrir para, bom ninguém e isso me fez bem , eu não ficava assim fazia muito tempo.

Depois de várias horas de viajem , que mesmo sendo com eles foi um grande tédio. Logo chegamos em um lugar totalmente afastado de qualquer civilização , em uma porta enferrujada Sam abre e faz um gesto para eu entrar , eu o encaro com medo e ele revira os olhos:

—Você ainda não confia em nós?

—É claro que confio – Eu entro e quando vejo o interior eu fico, literalmente, de boca aberta , o local é enorme com uma escada em caracol , as paredes eram estantes com livros até o teto , havia uma mesa central e pelo o que eu percebi aquilo era só a “sala”:

— Cacete , isso aqui é enorme!! E vocês me fizeram dormir em hotéis baratos enquanto tinham esse lugar – Os encaro com uma cara séria mas logo eu começo a rir e ver o local inteiro .

O local tinha alguns quartos , o que eu percebi é que um deles era do Dean e o outro do Sam , e eu achava que eles sempre dormiam juntos.

Depois de andar e bisbilhotar em todo o Bunker e finalmente me acalmar eu sento e Sam vem conversar comigo:

—Pelo visto você é bem interessada em aprender as coisas – Eu balanço a cabeça animada em resposta de “sim” – Então você vai me ajudar a ler alguns desses livros e pesquisar , precisamos achar um modo de localizar um anjo/escriba de deus , para ser mais exato , mas ele está bem escondido e com a “graça” de Cas , seu nome é Metatron – Ele levanta e começa a pegar vários livros e os coloca na minha frente , me viro pra frente e abro meu caderno e um dos livros .Começo a ler e coletar algumas informações e resumir elas:

“Anjos : Figuras angelicais que se possessa de pessoas para poder vir à terra .”

“Demônios: Figuras do submundo que se possessa de pessoas para vir à terra”

—Qual a diferença ? – Pergunto para Sam

—Os anjos pedem permissão e não pedem nada em troca disso , só sua colaboração é fé para o que ele veio fazer e depois te devolve para sua vida normal, ao contrário dos demônios , além de um fazer bem , vindo e o outro não.

—Entendi.

“Anjos são um tipo de energia cósmica .”

—Então eles são a maior fonte de energia existente?

—Não , a alma humana que é mais forte, inclusive e até mais forte que a energia de uma bomba atômica.

—Uau ! De mais , mas tem como ter acesso à ela?

—Só um anjo ou um demônio podem ter – Ele sorri e coça a cabeça – Eu sei que você tem mania de anotar tudo mas seria mais rápido se você só ler no momento – Ele sorri meio envergonhado.

—Tudo bem então.

Depois de horas pesquisando eu percebo que meu estômago está roncando , tão alto que Sam ri ao escutar.

—Acho melhor darmos uma pausa e ir comer algo.

—Concordo.

—Alguém falou em comida? – Dean aparece do nada com um sorriso.

—Gente – Aparece Cas também mas com uma cara de sofrimento – Eu acho que estou com fome de novo , quantas vezes eu vou sentir isso? – Todos riem .

—O tempo todo – Eu digo.

Entramos no carro e Dean como sempre está dirigindo e Sam de carona , e eu e Cas no banco de trás . Assim que me sento e olho para frente vejo a etiqueta da blusa deles para fora e meu TOC ataca , eu vou e viro elas para dentro da blusa e os dois viram assustados e me encaram .

—O que exatamente foi isso? - Pergunta Sam.

—É só algo que me incomoda , nada de mais. - Para que eu fui falar isso? Dean logo me olha brincalhão e coloca a etiqueta para fora de novo. -Você é muito chato , se continuar assim eu vou acabar achando um jeito de acabar com essa chantagem.

—Quero só ver – Diz ele.

Eu tento ignorar até chegarmos na lanchonete e pedimos a comida pra viagem.

Acho que eu vou sempre morrer de fofura toda vez que eu sair para comer com Cas , e pelo visto ele já escolheu a comida preferida: Hambúrguer.

—Como algo pode ser tão bom? – Fala ele de boca cheia já dando outra mordida por cima.

—Exatamente.

Depois de comer eu dou uma volta disfarçadamente pelo Bunker e vou até o quarto de Dean com uma tesoura e corto todas as etiquetas das blusas e volto para a sala principal como se nada tivesse acontecido.

Assim que me sento e abro mais um livro eu escuto alguém gritando:

—MAS QUE PORRA É ISSO?? – Dean vem em minha direção com as mão cheias de etiquetas – Você cortou todas??

— Eu disse que ia dar um jeito .

—E precisava deixar tudo pelo quarto?

—Eu sabia que você não ia notar caso eu só cortasse então deixei elas lá mesmo – Eu dou um sorriso e ele sai puto.

Sam me olha assustado e verifica sua blusa se está tudo lá e suspira de alivio quando percebe que está tudo lá.

Já era tarde e eu fui para um dos quartos que eu tinha já denominado meu , inclusive começava a fazer planos de como eu ia deixar ele depois de um tempo , ele não ia ficar sem graça daquele jeito! Quando vou escovar meus dentes escuto os irmãos conversando e fico quieta para consegui ouvir, como uma boa fofoqueira:

—Ainda nada sobre ela? – Pergunta Dean.

—Não , ela está sumida, e olha que não deveria ser coisa difícil isso. – Responde Sam.

De quem eles deveriam estar falando? Ela? Nunca ouvi eles falaram de nenhuma mulher. A parte ruim de escutar a conversa de que não deveria é que não pode perguntar nada relacionando , então eu vou dormir com aquilo na cabeça.