Epílogo

A classe estava eufórica com o desfecho da história. Alguns alunos argumentavam que o professor Di Ângelo havia sido muito esperto de fazer a equação, mesmo tomando um fora indireto, mas não tomando, ele fora um gênio!

O sinal soou ao longe, dando a aula por encerrada daquele dia.

— Nos vemos amanhã? – A professora deu um sorriso, acenando para os alunos que se despediam dela e de seu marido.

— Eu acho que vai ver sim. – Nico se virou para ela quando a sala estava vazia, se aproximando em passos lentos e calmos, para enfim, envolve-la pela cintura.

— Senhor Di Ângelo! Sabe que Emelysse não vai gostar nada se passar por aquela porta e ver você agarrado comigo assim, não é mesmo? – A Grace repreendeu, mesmo tendo um pequeno sorriso no canto dos lábios.

— Ela vai? – Ele arqueou a sobrancelha. – E se ela ver isso? – Suas mãos ágeis desceram pelo corpo dela rapidamente, a puxando para cima e a colocando em cima da mesa.

— Nico! – Thalia deu risada, olhando para o corredor e torcendo para que nenhum aluno passasse por ali no momento.

— O que? – Questionou com um sorriso travesso.

— Você não toma jeito mesmo, não é? – Ela rolou os olhos e o empurrou para trás, descendo da mesa.

— Sua chatice me impressiona, senhorita Grace Di Ângelo. – Nico fez uma mesura, fazendo a esposa rir.

— Sua idiotice me impressiona, Di Ângelo Grace. – Ela retrucou, porém, deixou a mesura de lado e deu a língua, indo para trás da mesa.

Ele sorriu e negou em reprovação, se apoiando na mesa enquanto observava guardar suas coisas na bolsa.

— Eu tenho uma coisa para conversar com você. – Thalia começou, suspirando. – Mas eu prefiro falar em casa, então, vamos?

— O que houve, principessa? – O marido deixou o semblante travesso para trás, dando lugar para um preocupado.

— Só vamos para casa. – Ela pediu, entrelaçando seus dedos enquanto o arrastava para fora da sala.

Os minutos se passaram rápido, o caminho silencioso era um tanto suspeito, já que eles sempre estavam ativos e conversando em qualquer lugar e sobre qualquer coisa, até mesmo continuavam com suas mesmas provocações bestas.

Quando chegaram na casa do Di Ângelo, onde, agora, ele morava com ela, ambos entraram, e logo ele a segurou pelo pulso no meio da sala, parando-a.

— Pode me dizer o que houve, agora?

Thalia sorriu de leve, se desvencilhando do aperto dele e caminhando até o balcão, tirando uma folha de dentro de sua bolsa.

— Aqui. – Ela esticou para ele, que a pegou receoso.

— Tudo isso para uma conta, Thalia? – Nico a repreendeu, que deu uma risada doce e mordeu o lábio inferior.

A Grace tomou o papel em sua mão e colocou no balcão, pegando uma borracha e apagando acima dos números e letras devagar, estrategicamente formando uma única frase.

“Você vai ser papai”

Nico simplesmente travou. Não sabia se respirava, se segurava o choro em sua garganta, ou se agarrava sua mulher e a jogava para cima.

Por fim, seus olhos marejaram e ele a agarrou pela cintura, girando no ar enquanto ela gargalhava, para logo em seguida a abraçar tão forte que pode ouvir um gemido baixo de dor vindo dela.

A essa altura, Thalia também não se preocupava em conter suas lágrimas de felicidade.

— Desculpa. – Sussurrou baixinho ao pé de seu ouvido. – Eu te amo, Thalia!

— Eu também te amo, Nico. – Ela sorriu e selou seus lábios em um beijo casto.

E ali, naquele fim de tarde, nasceu uma nova história para contar aos alunos.