Perdidos Em Nova Iorque

Não quero falar sobre Rony


Hermione e Astória estavam conversando enquanto trabalhavam como de costume. As duas papeavam animadamente até a amiga tocar num assunto indesejado pela morena: Ronald.

— Por que você fica toda cheia de dedos quando tá perto dele? Se eu reencontrasse um amigo próximo como vocês dizem ser eu não estaria desse jeito!

— De que jeito?

— Como se estivesse o evitando.

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— E eu estou mesmo. Olha Tory, é verdade que nós éramos muito amigos, — ela frisou bem o muito para não se sentir tão culpada por esconder a verdade da amiga — mas tivemos alguns desentendimentos também.

— Como assim?

— Nós sempre brigávamos na verdade, implicância de amigos. Mas antes que eu viesse pra cá nós brigamos feio mesmo.

— Briga, briga?

— É, quer dizer, nós discutimos. Mas daquela vez foi diferente, acabamos nos magoando. Eu acho que ele tenha ficado magoado, não sei, eu fiquei bastante.

— E por que brigaram?

— Nem me lembro mais. — mentiu descaradamente.

— E por que está o evitando ainda? Se já esqueceu não devia bancar a orgulhosa.

— Ah, Tory. Vamos parar de falar dele ok? Tenho mais com o que me preocupar!

— Como seu noivado! — ela disse encantada e Hermione suspirou.

— Vítor já quer marcar a data acredita?

— Jura? Mas já?

— Já! Ele quer casar nas nossas férias.

— Lua de mel prolongada?

— Exatamente.

— E pra onde querem ir?

— Não sei ainda. Acredito que ele vai me deixar escolher qualquer lugar que possamos bancar, é claro!

— Ele é um amor, adora te agradar!

— Mas me deixou um tanto desconfortável com aquele pedido, não acha?

— Eu achei uma graça! Sei que não gosta de ser o centro das atenções, mas sei que ele não gosta também. Então acho que foi uma forma dele de te mostrar que enfrenta essas coisas malucas por você! Queria que o Draco fizesse algo assim pra mim um dia.

— Você sonhando com um pedido de casamento do Draco? Quem é você e o que fez com Astória Grengass? — perguntou rindo.

— É esquisito, eu sei. Você sabe que eu e Draco não somos um casal comum, mas ultimamente eu tenho reparado no carinho que Vítor tem com você... Não que o Draco não seja carinhoso, mas sei lá, ele poderia ser mais romântico!

— Ele é na medida do possível.

— Eu sei que é! Nem sei por que isso está me passando pela cabeça, acho que foi por ter visto vocês dois. Nunca gostei dessas cafonices e você bem sabe! — a outra deu uma gargalhada alta.

— Muito obrigada pela parte que me toca. Mas, Steve Jobs dizia que as pessoas não sabem o que querem até você dizer a elas o que querem. Acho que foi isso o que aconteceu! Sempre negou o mimimi de romantismo até perceber o que está perdendo!

— Acredito que não esteja perdendo muito, afinal, você e Vítor me dão náuseas.

— Do que estão falando? — Luna perguntou se aproximando.

— A Mi está citando Jobs enquanto estamos falando dos boys dela! — Astória respondeu.

— Boys é? Pensava que seu único boy era o Vitinho!

— E ele é. Astória só está com graça! — Hermione respondeu corando com a insinuação da amiga.

— Ok, quem era o garoto além de Vítor que integra o esquadrão Hermione? — Luna perguntou curiosa.

— Ele não integra mais, amiga. Era o novo inglesinho da turma. Parece que eles não eram mais amigos quando ela veio pra cá!

— Putz! E eu forçando a barra com vocês na sexta, né? Amiga, me desculpa!

— Relaxa, Lu! Está tudo bem agora.

— Estava dizendo pra ela que deveria deixar as briguinhas na Inglaterra e voltar à amizade com o Rony.

— Ele parece ser um cara legal mesmo. — Luna completou.

— E ele é, mas como eu havia dito pra Tory, no momento estou preocupada com outras coisas! Por exemplo: como vou contar aos meus pais que estou noiva hoje.

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— Imagine só a alegria de verem a princesinha Granger noiva? — Luna zombou com a amiga, pois sabia que o pai da mesma a chamava de "Princesa".

Hermione riu, mal sabia a amiga que os pais já a viram noiva. Noiva do garoto que há segundos atrás era a pauta principal do assunto, mas gostou que a conversa mudou de rumo, afinal ela não estava conseguindo esconder o desconforto que a presença de Rony estava lhe causando.

Vítor notara e as amigas tampouco deixaram passar suas "esquisitices". Era difícil pra ela ter que encará-lo depois de tudo o que havia acontecido. Desde a noite em que atirara sua aliança de noivado em cima dele ela não o vira uma vez sequer, e pensava que a próxima vez que o visse seria possivelmente no casamento de Gina e Harry – se é que o molenga do amigo a pediria em casamento algum dia – ou em qualquer outro evento festivo oferecido pelo casal. Mas vê-lo integrando seu novo círculo social estava completamente fora de cogitação.

Não queria vê-lo, pois odiava ter que olhar para ele. Não conseguia esconder a tristeza e a mágoa que carregava consigo por esses anos, então evitá-lo era o melhor fazer. O pior de tudo era que não conseguia sentir raiva dele, e ela sentia raiva de si própria em todas as vezes que pensara em desistir de tudo e voltar correndo para os braços dele. Se não fosse Vítor com certeza ela já teria o feito.

Vítor. Não estava preparada para um pedido de noivado repentino do namorado, mas não diria "não" na frente de todos para ele. E estava tentando animar-se com a ideia do casamento. Precisava deixar o passado para trás para construir um futuro, e queria muito que fosse ao lado do búlgaro que vivia lhe fazendo juras de amor.

— Amor, vamos pra casa? — Vítor surgiu entre as moças e logo as três olharam para o relógio da parede que lhes anunciava o fim do expediente.

— Cadê o pronome possessivo na frente do "casa", ein Vitinho? Ou já casaram às escondidas e estão morando juntos? — Luna perguntou.

— Luna querida, pensava que trabalhava na seção de esportes não na cultural. — Vítor respondeu a provocação da amiga.

— Se não fosse o meu amor pelo esporte eu viria para a seção cultural sim! Lá só tem homens, me sinto sozinha sem alguém pra papear sobre essas coisas de garota.

— Luna, se ama tanto assim os esportes deveria ter se tornado uma atleta, não uma jornalista! — Astória se pronunciou.

— Até tentei, mas não tenho físico para isso!

— Nem físico muito menos espírito esportivo, não sabe perder de forma alguma! — Hermione disse já guardando suas coisas de volta em sua bolsa enquanto seu computador desligava.

— Eu entro numa disputa pra ganhar, amore. Se for pra nadar e morrer na praia não vale a pena!

— É uma psicopata mesmo! Essa carinha de santa engana muita gente! — Vítor disse.

— É bom que saiba disso, Vitinho! Assim não mexe comigo.

— Acha que me põe medo?

— Tirando Astória que é tão cobra quanto eu, o resto de vocês morre de medo de mim!

— Pois a senhorita está é muito enganada! — Vítor exclamou indignado, já pronto para entrar numa discussão, mas foi impedido por Hermione que segurara sua mão chamando sua atenção para si.

— Sem brigas, ok? Vamos embora logo? — ela pediu.

— Vamos! Salva pela inglesinha! — ele disse para Luna e saiu puxando Hermione pela mão.

— Isso! Vá embora com medo mesmo, Búlgaro fracote! — ela exclamou rindo.

— Eles são o casal mais fofo do mundo, não acha? — Astória perguntou encantada.

— É claro que são!

(...)

— Noivos, é? — o pai de Hermione perguntou através da tela do computador.

— Sim, senhor Granger! — Vítor confirmou — E peço desculpas por não estar contando isso a vocês dois pessoalmente, mas nem eu nem a Mi queríamos esperar pra contar a novidade.

— Ainda bem que nos contaram! Se fossemos esperar vocês dois virem até aqui não saberíamos nunca!

— Que exagero, mãe! — Hermione se pronunciou.

— Enfim, vocês têm a minha bênção! Você já sabe o risco que está colocando a sua vida quando resolveu se relacionar com a minha filha, acredito que saiba que para se casar com ela os riscos triplicam!

— PAI! — Hermione o repreendeu envergonhada.

— Princesa, todo cuidado contigo é pouco!

Eles ainda papearam por mais um tempinho, mas logo Hermione encerrou a conversa. Estava cansada.

— Mãe, pai, aqui já está tarde. Estou ficando cansada, acho melhor desligarmos.

— Nunca vou me acostumar com o fuso-horário! — a mãe exclamou — Boa noite meus amores, durmam bem!

— Boa noite Princesa, e não tente nada com a minha filha, ein senhor Vítor?

— Está ok, senhor Granger! — ele disse rindo após observar Hermione revirando os olhos.

— Boa noite mãe e pai! — Hermione disse e postou-se a desligar o notebook de Vítor.

— Se já temos a benção do seu pai, acho que já estamos praticamente casados! — Vítor disse abraçando-a por trás, beijando-lhe o pescoço.

— Ele vai é te matar isso sim!

— Por você vale a pena correr o risco... E sei que lá no fundo, bem lá no fundo ele gosta de mim.

— Bem lá no fundo mesmo. — ela entrou na brincadeira dele.

— Acho que podemos ir treinando pra lua de mel, o que acha? — ele disse e afastou a alça do pijama de Hermione, para em seguida beijar seu ombro descoberto.

— Vítor, já está tarde e amanhã temos que trabalhar!

— E daí? — agora ele rumara os beijos para o outro lado do ombro de Hermione que ele tinha o descoberto também.

— E que nós dissemos pros meus pais que íamos desligar para dormir. Meu pai te ameaçou dizendo pra não tentar nada comigo.

— Já disse que por você vale a pena correr o risco!