Arranha-céu

Gayle


Gayle trancou a porta e manteve as luzes apagadas. Os olhos dilatados correram o apartamento apertado e carente de decorações com raiva. Durante o passeio, pensara o tempo todo em como era ridículo, estúpido. Ignorou Andrômeda, a gata, e deixou as alpargatas no tapete da sala. Ligou a televisão e prontificou-se a conseguir alguma guloseima rica em calorias na geladeira.

Se jogou no sofá e abocanhou o sanduíche integral amanhecido. Pensou em cuspir ao sentir o gosto nauseante da maionese velha. Entreolhou o pão e colocou-o em cima da mesinha de centro. Puxou as almofadas e acolheu Andômeda entre os braços, sentia-se acariciado pelo ronronar da gata.

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Alcançou o controle e desligou a televisão, já estressado. Escutou Beatles ao desbloquear o celular e se deitou no sofá desgastado, acomodando a cabeça na almofada e puxando a coberta para cima de si. Andrômeda serpenteou seu corpo e seguiu para a varanda, como sempre fazia à noite. Gayle decidiu que não acordaria tão cedo para as aulas. Se soltou ainda mais e, depois de tanto tormento, caiu no sono.