CAPÍTULO 1 - PRÓLOGO
Uma brisa fria percorria a noite estrelada que acolhia a superfície.
Gerson suspirou, consultando outra vez seu relógio de bolso. Ergueu os olhos enrugados na direção do céu, sentindo-se levemente impaciente.
Porém, reclinou-se sorrir, ao identificar a pequena sombra que surgiu de um dos quintais da rua deserta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Boa noite, Undyne.
A garotinha se aproximou, lançando um sorriso tímido na direção de seu tutor. Tinha longos cabelos rubros, pele escamada de um suave tom de azul, e parecia extremamente ansiosa.
Qualquer observador da inusitada dupla perceberia que ambos definitivamente não eram humanos.
— Boa noite, professor Gerson – cumprimentou-o, deslizando os pequenos dedos sobre uma espécie de tapa-olho de couro, que ocultava-lhe a órbita esquerda – mamãe perguntou se há alguma notícia nova.
A velha tartaruga baixou o olhar, pousando a mão sobre o ombro da pequena peixinha.
— Nenhuma – o monstro titubeou.
Undyne choramingou, secando o olho com o dorso da mão.
— Não acredito que eles morreram – fungou – e o que houve com…?
Gerson lançou um olhar de censura á monstrinha.
— Não, Undyne.
— Desculpe. Sei que não podemos dizer o nome dele.
Houve um minuto de silêncio.
— Alguma coisa aconteceu lá… ele desapareceu… sem deixar vestígios – acrescentou a seguir, num tom razoavelmente sério – mas a garota…. sobreviveu.
A criança ofegou, surpresa.
— E quem…?
Sua pergunta incompleta foi respondida alguns segundos depois, na forma de um grande vulto, que se destacou entre as árvores do outro lado da rua.
— Ah… bem a tempo, Asgore. Bem a tempo.
A tartaruga abriu passagem para o grande e peludo monstro recém-chegado, envolto numa longa capa negra. Erguendo os longos chifres contra o vento gélido, o jovem bode resfolegou.
— Desculpe-me a demora, Gerson. A casa ficou num estado lastimável… quase não consegui tirá-la de lá.
Em seus braços, envolta numa minúscula manta, nitidamente adormecida, encontrava-se uma bebê humana.
Undyne ergueu a cabeça para focalizar a criança, vincando a testa numa expressão perplexa.
— Então é ela? - soltou um arquejo alto – nunca vi uma criança humana tão de perto!
— Não se iluda, Undyne – Asgore retraiu o focinho numa careta – ela pode parecer humana… mas é parte de nosso povo também – voltou o olhar para o monstro ancião – precisamos mesmo deixá-la? Não ficaria mais segura conosco?
Gerson negou com a cabeça.
— Ela é especial, Asgore. Você sabe disso – a tartaruga passou os dedos sobre a pequena manta – ela será conhecida…. não haverá criança monstra que não conheça sua história. E melhor que cresça longe disso tudo… até ter idade suficiente para compreender.
Houve um mínimo murmúrio de contrariada concordância da parte de Asgore.
Undyne e Gerson observaram-no adentrar no jardim de uma das casas, indo até a varanda. Baixou-se suavemente, aninhando delicadamente a pequena manta no chão diante da porta, e então recuou, deixando o quintal, retornando até o ponto em que Gerson e Undyne se encontravam.
A pequena monstra conjurou um diminuto tipo de lança mágica, empunhando-o nos braços magros, mirando-o na direção da campainha da casa.
— Ela vai ficar bem? - perguntou, receosa.
Asgore acarinhou as mechas vermelhas da pequena.
— Sim… ela ficará bem, Undyne.
Com a garantia reconfortante de Asgore, Undyne pareceu mais segura. Num mínimo impulso, disparou a lança, que ribombou sonoramente na campainha.
— Vamos… eles já devem ter ouvido – alertou Gerson, arrebanhando-se junto aos demais para fora da rua.
Antes de conjurar a magia que os levaria de volta ao seu próprio mundo, porém, o monstro lançou um último olhar para o pequeno embrulho na soleira da porta.
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