Together Again

Destino


“Aquilo que perdemos acaba voltando pra nós um dia. Talvez nem sempre da forma que esperamos.”

***

Eu me sentia presa num sono profundo, porém tranquilo. Algo pinicou a pele do meu rosto, mas senti que era um suave beijo. Lentamente abri meus olhos e deparei com algo que não esperava.

Peeta? Não era possível.

— Katniss amor...— Como se não bastasse todo o sofrimento de dois anos, ele estava próximo ao meu rosto, ou seria apenas um sonho? Quem sabe minha mente querendo pregar uma peça. – Acalme-se... vai ficar tudo bem. Sou eu, Peeta. O seu Peeta.

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Ele estava bem diferente. Barba fechada, mais pálido e abatido.

Tivemos momentos pra lá de ardentes. Sempre fui mais fogosa na cama e naquele momento de entrega ele queria mais e mais de mim. Era como se nunca fosse parar de venerar meu corpo. Peeta tinha uma fome sedenta e não reclamei em momento algum. Eu precisava dele.

Depois de nos amarmos a manhã toda, me explicou a história de seu desaparecimento. Pude enfim entender quem causou sua forjada morte. Haymitch e Johanna. Ah, como senti meu sangue ferver quando soube daquilo. E assim que a morena surgiu na minha frente, meu primeiro impulso foi ir pra cima dela e acabar com aquele rostinho sínico. É claro que, Peeta não permitiu, mas a raiva havia me possuído.

— Se Peeta desaparecer quero ir com ele.— Minha decisão fora tomada. Se Peeta desaparecesse, eu desapareceria com ele. Nada iria nos separar novamente.

— Não vai rolar, Katniss. – A morena achava que mandava em mim.

— Johanna tem razão, amor. É muito perigoso...

— Não importa. Eu disse uma vez que correria qualquer risco com você, e é exatamente isso que farei.

Depois de encarar Peeta com um olhar decisivo voltei meus olhos para Johanna que me encarava com desdém.

— E o que a princesinha pretende fazer? Fingir que morreu... ou que foi sequestrada?

— Eu não seria louca de fingir um sequestro. Meu pai colocaria toda a força do mundo para me procurar – disse com meus olhos cerrados para a morena. – Darei o meu jeito.

— Dar seu jeito significa fazer algo bem idiota.

— Johanna, quem você pensa que é, para falar assim comigo! – vociferei partindo pra cima dela e novamente Peeta me segurou.

— Acalme-se amor. Se quer desaparecer comigo não posso fazer nada para impedi-la, pois sabe que não consigo me afastar de você, a não ser em uma situação como essa.

— Eu não quero nunca mais me afastar de você... dói demais Peeta.

Ele passou uma de suas mãos com carinho em minha bochecha e por pouco não o agarrei, mas não fui capaz de fazer aquilo por conta de uma certa pessoa que parecia odiar nossa aproximação.

— Tá legal... podemos continuar com nosso plano, ou vou ter que ficar aqui e assistir toda essa orgia?

— Johanna tem razão quanto a primeira sentença. Como você irá partir comigo?

— Vou pra casa e entro sem ninguém me ver. Pego algumas coisas e volto pra cá.

— Tem certeza que consegue fazer isso? Quero dizer, conseguirá se afastar das pessoas que te amam e que se importam com você? – perguntou ele muito cautelosamente.

— Peeta quando pensei que você havia morrido, eu morri também. Agora que está aqui, não quero te deixar partir. Faço parte de você assim como faz parte de mim.

— Eu amo você, futura Sra. Mellark.

Como adorava escuta-lo falar daquele jeito.

— Senti falta de escutar isso. – Naquele instante não teve Johanna que impedisse nossos lábios de se encontrarem num beijo cheio de amor e paixão.

Eu vestia uma camisa de Peeta e para ir até em casa precisei colocar minha roupa da noite anterior.

— Vamos, te dou uma carona, e depois trago você aqui. – Johanna disse calmamente.

Beijei Peeta inúmeras vezes antes de sair pela porta e o fiz jurar que não partiria sem mim.

***

Pelo caminho Johanna disse que não havia ninguém em casa.

— Mas você disse que todos estavam preocupados comigo.

— Sim, mas seus pais me fizeram ir a sua busca. Na verdade, eu disse que daria um jeito de te achar.

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— Encontrei com um idiota que estudou comigo e ele além de dizer coisas horríveis, quase me sequestrou. Se não fosse por Peeta, não sei o que seria de mim.

— Daremos um jeito de colocar o culpado atrás das grades. Essa situação não pode continuar.

— Qual é sua jogada, Johanna? Quis o Finnick e como não conseguiu agora quer o Peeta? – Sei que estava cega pelo ciúme, mas a afinidade dela pra cima do meu noivo não me era nada agradável.

Primeiro ela gargalhou escarnecida, depois fechou o semblante e disse:

— Peeta e eu somos como irmãos de sangue. Eu estava com ele quando fez aquela tatuagem de âncora. Fique tranquilo que o Mellark não faz o meu tipo... pelo menos não pra ter todas as noites em minha cama, mas se bem que aquela bundinha é uma delícia de apertar, não é Katniss?

Respirei fundo e contei até dez.

Chegamos em casa e corri para meu quarto enquanto Johanna averiguava o perímetro. Peguei a mala que sempre levava comigo para o apartamento de Peeta e a enchi com roupas, até mesmo algumas pequenas peças bem ousadas.

Antes de desligar meu celular principal enviei – do celular pré-pago, o qual ninguém conseguiria me rastrear - uma mensagem a quem realmente importava pra mim.

[16:27]

Grandão eu amo você, mas não posso e não consigo mais viver presa a isso. Estou partindo para um destino que é desconhecido para mim, mas quero que saiba que estarei protegida, amada e bem cuidada. Assim que der entro em contato com você. Por favor, não deixe a mamãe surtar e nem o papai colocar meio mundo atrás de mim. Volto assim que der.

Sua mana... Niss.

Senti meus olhos marejarem. Gale sempre esteve ao meu lado e me defendeu de tudo e de todos, o mínimo que podia fazer era me despedir. Antes de entrar no carro de Johanna me afastei para fazer uma ligação.

— Quem fala?

— Cinna, sou eu a Katniss...

— Oh, cherry fiquei preocupado com você ontem. Parecia tão assustada.

— Realmente estava, Cinna...

— E por que o número de celular diferente? — Novamente me interrompeu.

— É uma longa história, mas preciso que faça algo por mim.

— O que quiser— disse ele determinado.

— Estou saindo em uma viagem e não faço a mínima ideia quando voltarei, infelizmente não posso detalhar muito a você, mas por favor Cinna... – Procurei respirar calmamente, mas Johanna já buzinava desesperadamente.

— Você está bem, Katniss?— perguntou ele com a voz consideravelmente assustada.

— Estou bem, mas quero que diga a Cressida que se ela quiser me demitir vou entender.

— Cherry, é loucura, mas confio em você e sei que não faria nada para prejudicar sua carreira. Estou certo?

— Sim, você está certo. Agradeço todo seu carinho, Cinna. Assim que der entro em contato, mas não dê detalhes sobre mim a ninguém, ok?

— Ok, cherry. Que a sorte esteja a seu favor.

***

Peeta decidiu que pegaríamos a estrada naquela tarde e assim foi. Johanna cobriria nosso rastro. No caminho ele ligou para Prim e disse que estava bem, mas morrendo de saudades. Peeta se emocionou enquanto falava com a filha. Disse ainda que tudo daria certo e estariam juntos novamente, e me incluiu na conversa dizendo que seríamos uma família.

Ajeitei meu corpo de modo que podia observar meu noivo ao volante.

— Senti tanto sua falta – suspirei cansada.

— Não deixei de pensar em você nem por um dia sequer. – Ele procurou por minha mão e a segurou. – Você é toda minha vida, Katniss. Prim e você, é tudo que tenho.

Acabei por beijar sua mão, a qual segurava a minha.

— Você é incrível. – Coloquei minha mão em sua coxa e deslizei até seus joelhos.

— Está com fome? – perguntou e pude sentir a tensão que vinha dele. Talvez fosse pelo jeito que o tocava.

— Estou.

Após meia hora paramos em um posto de gasolina. Havia uma loja de conveniência, farmácia e lanchonete. Pedimos x-salada e devorei como se estivesse sem comer há dias. Peeta abasteceu o carro e compramos algumas utilidades na loja e novamente pegamos a estrada. Andamos aproximadamente mais 400 km. Peeta parecia exausto e quando me ofereci para dirigir um pouco, sugeriu de pararmos para descansar.

Estávamos quase chegando no Distrito 6, e sendo alto-estrada parecia que nunca encontraríamos um lugar para passarmos a noite até que ao longe avistamos um neon.

MOTEL NIGHT WINDOW.

Estacionamos o carro e Peeta foi ver se havia vaga. Por sorte tinha, e pouco depois estávamos nos instalando numa suíte. O local era bem simples, mas não vinha ao caso já que eu me encontrava muito bem acompanhada.

Tomamos um demorado banho tocando um ao outro como se fosse a primeira vez.

— Não consigo mais me controlar quando está perto de mim... – Sua voz era tão enrouquecida enquanto sussurrava próximo ao meu ouvido, que a única coisa que sentia vontade era de ser amada por ele.

— Não se controle. – Soltei um longo gemido quando ele mordiscou a pele do meu pescoço.

Peeta desligou o registro, me ergueu - fazendo minhas pernas envolverem seus quadris – senti o quanto ele estava excitado, eu mesma sentia uma enorme pressão em meu sexo. Nos amamos algumas vezes antes de nos agarrarmos um no outro para finalmente dormirmos.

***

Novamente na estrada, seguimos por tantos distritos sem quase nem entrarmos. Hora e outra eu dirigia para que meu noivo descansasse a mente um pouco. Novamente paramos para nos alimentarmos, abastecermos o carro, e para descansarmos.

Após quatro dias de estrada chegamos ao Distrito 13. Logo adentramos em uma enorme propriedade e ao abrir a porta do carro para eu descer, avistei a enorme mansão contemporânea.

— Que lugar lindo, Peeta.

— Minha tia mora aqui. – Peeta retirou nossas coisas do carro e procurou algo em seu bolso. Ao achar a chave abriu a porta principal. – Tia Coin? Está em casa?

De repente uma mulher bem aplumada desceu a enorme escadaria e ao ver meu noivo correu em sua direção e o apertou em seus braços.

— Que bom que está bem, querido. Confesso que senti sua falta.

— Tia eu também senti a sua. Gostaria que conhecesse minha noiva, Katniss Everdeen.

— Prazer em finalmente conhecer a garota que roubou o coração do meu sobrinho afilhado. – A tia de Peeta tinha uma elegância imensurável. O cabelo dela é o que mais me marcou.

— O prazer é todo meu – disse um pouco envergonhada.

— Espero que fiquem um tempo por aqui.

— Sim tia, acredito que iremos ficar um tempo, mas eu gostaria de lhe fazer um pedido.

— O que quiser, meu querido.

— Poderíamos ficar na cabana por um tempo?

— Claro que pode, Peeta. Fique lá o tempo que precisar.

— Obrigado, acho que vamos amanhã.

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— Fiquem à vontade. Só terá que fazer aquele esquema das compras pra dispensa e verificar vez em quando a água e o gerador.

— Ok, tia.

Alma Coin era uma mulher muito tranquila e condescendente. Rapidamente preparou um caldo verde para jantarmos. Meu estômago roncava, pois há dias não comíamos uma comida caseira.

Na manhã seguinte Peeta tornou a colocar nossas coisas no carro. Após o café da manhã nos despedimos da tia Coin e pegamos uma estrada de chão, em algum momento do trajeto subimos íngremes ladeiras e adentramos num bosque. A estreita estrada localizava-se entre altos eucaliptos, o cheiro de natureza era muito bom de se respirar.

Mais a dentro da mata Peeta parou o carro próximo a cabana. Ele disse que a tia sempre os trazia aqui para um fim de semana diferente. Faziam fogueira, assavam marshmallow e contavam histórias bizarras.

— Aqui é adorável, Peeta – comentei enquanto o ajudava com nossas coisas. Depositamos tudo na pequena varanda e meu noivo abriu a porta revelando o local bem organizado. Havia um sofá bem confortável de frente a uma lareira na sala. Não tinha televisão.

Precisávamos ser criativos em nossa interação, pensei pouco antes de senti-lo me abraçar por trás e beijar levemente meu pescoço.

— Este será nosso refúgio até Haymitch, ou Johanna nos informar algo.

Peeta sugeriu que levássemos nossas malas para o andar de cima. Ele nos instalou num quarto muito aconchegante. Olhei em volta e me senti dentro de um universo totalmente diferente.

Descemos para a cozinha e abastecemos a dispensa e começamos a nos preparar para o almoço.

— Vou ligar o gerador, não se assuste com o barulho.

— Ok.

Liguei o antigo fogão a gás e coloquei uma panela com água pra ferver. Peeta havia comentado que prepararia uma massa para comermos.

— O gerador está com algum problema. Vou ter que sair amanhã pra resolver, por hoje vou cortar lenha e coloca-la no fogão que é ligado a serpentina.

— E como isso funciona?

— Quando meu falecido tio pediu pra construírem esta cabana, ele solicitou que, além do gerador, fosse instalado encanamento de ferro, assim caso o gerador não funcionasse era só acendermos o fogão à lenha que este aqueceria os canos que ligam a cabana e assim a água sairia quente – explicou ele.

— Uau, então teremos água quente no chuveiro?

— Não só no chuveiro amor, como na banheira que irei encher mais tarde para relaxarmos um pouco. – Peeta passou suas mãos por minha cintura e me puxou para si.

— Pelo visto nosso passatempo será, estarmos sempre emaranhados um no outro – sintetizei e um sorriso ladeou seu rosto antes de atacar meus lábios em um beijo fervoroso.