Entre elfos e vampiros

Serafina e Francine


Francine trouxe consigo muita comida em uma cesta de piquenique quando entrou no quarto, Serafina nos convidou para sentarmos todas juntas no chão para comermos juntas enquanto a outra garota estava fora.

— Um piquenique é uma ótima ideia para nos conhecermos melhor, todas nós. - Serafina, bagunça o cabelo de Max, mas logo para e olha para Fran - Ora, não fique com ciúmes, velha amiga, você sabe que tenho muita consideração por você! - falou olhando para a garota que não mudou sua expressão nem por um segundo

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— Eh, diga, Serafina....

— Sefi, senhorita vampira, se vamos ser amiga, não seja tão formal

— Certo, Sefi, como você e Fran se conheceram? Vocês parecem se dar muito bem juntas, mesmo que ela não diga nada

— O que está dizendo? Fran certamente bem uma bela voz! Não é mesmo, parceira? - Francine continua a olhar sem expressão - Viram? Uma voz certamente melodiosa, ela poderia ser uma cantora famosa, de certeza que sim, mas é tão tímida

Eu e Meren nos entreolhamos rindo.

— Bem, voltando a sua pergunta.... ahhhh vejamos...... Oh! Certo, certo, foi em uma festival! Sim, um festival numa cidade de pessoas-lagarto, isso mesmo, eles não eram muito amigáveis, não mesmo, costumam ser muito orgulhosos também, como o tempo voa, não? Tínhamos apenas 400 anos

— Mãe, temos mesmo que ir? - pergunto suspirando o mais alto possível para que ela pudesse entender minha frustração

— É um festival muito importante para nós bruxas, querida. - ela dizia sem me olhar andando para lá e para cá ajeitando seu vestido preto - Além disso, vão ter muitas outras crianças lá para ficarem com você, você deveria parar de passar o tempo inteiro com seu animal familiar*

— Pain é um amigo melhor do que qualquer outra criança seria!

— Está bem, meu amor, apenas tente ficar lá por um tempo sem fazer confusão, ok? - ela me abraça e beija minha testa

— Ok.... - digo desanimada dando um salto para sair da beira da cama e vou para meu quarto me arrumar

Pain estava descansando no suporte em forma de galho que ele usava como cama, coloquei o velho vestido preto e meu chapéu, passei alguns segundos brincando com a ponta dele que era meio "quebrada" para trás, até que escuto a voz de minha mãe chamando para sairmos, pego a vassoura e saio do quarto.

O festival não era longe dali, pousamos e deixamos nossas vassouras de lado juntos com as outras, minha mãe mandou eu ir brincar por ai quanto ela falava com as outras bruxas. "Crianças estúpidas", pensei segurando forte a beirada no vestido com as duas mãos o deixando meio amassado, dou um suspiro e caminho olhando para o chão chutando algumas ervas daninhas, até que vejo uma menina de joelhos no chão olhando alguns cogumelos, "fazer amigos, é? Melhor deixa-la sozinha, ela parece ocupada", ela vestia roupas parecidas com as minhas, então era certamente uma bruxa, dou a volta para ir para o caminho contrario e não encontrar com a garota e dou alguns passos até escutar um grito frágil.

Alguns garotos com escamas a empurraram, o de cabelo preto com pele azulada e um de cabelo castanho com pele vermelha riam da garota que que ela segurada pelos pequenos cabelos negros por um garoto loiro de pele verde, os outros dois garotos começaram a xingá-la de aberração, feiticeira do mal, esquisitona e de bruxa nojenta, a pobre garota escondia seu rosto com as pequenas mãos e chova. Meu sangue ferveu ao ver a cena e sem pensar eu dei um passo a frente e gritei:

— EI! - os 3 garotos pararam e olharam para mim - Por que não vem pegar alguém do seu tamanho?

— O que foi, quer brigar também, aberração? - diz o menino loiro soltando o cabelo da garota e a deixando bater a cabeça no chão

— Você parece bem confiante para alguém com pele cor de vomito, não? - rio sarcasticamente

— Ora, sua! - ele bufa de raiva - Peguem ela! - os dois outros garotos se aproximam

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Tiro minha varinha que estava pendurada no cinto do vestido e aponto para eles.

— Têm certeza de que querem fazer isso? - eles rangem os dentes e dão um passo para trás - Até que não são tão idiotas, cérebros de lagarto

— Eu mesmo vou cuidar dela, então. - ele empurra os outros garotos para que saíssem da frente e começa a se aproximar

Por reflexo acabo apontando a varinha para ele e lançando um feitiço que o transformou num verme, não foi exatamente proposital, mas não deixaria que eles soubessem disso, pego o verme pela ponta da cauda enquanto ele se debate nos meus dedos.

— Vocês dois, façam alguma coisa! - ele grita com uma voz fina ainda se debatendo, os outros meninos de abraçam com medo

— Ora, ora, isso caiu bem em você, apenas um pequeno e miserável verme, eu poderia esmaga-lo agora mesmo se eu quisesse, ou talvez pedisse a ela que o esmagasse, ela deve ser quem mais quer fazer isso agora

— Não, por favor, eu faço qualquer coisa. - ele choramingava com uma voz irritante

— Se você diz. - coloco o verme no chão e lanço o contra feitiço nele, que volta a sua aparência original e olha alegremente para suas mãos e pernas - Agora. - digo rigorosamente - Você disse algo sobre qualquer coisa?

— S-sim, o que quiser!

— Então, agora, de joelhos, peça desculpas a ela!

— Desculpe. - diz se ajoelhando e engolindo o orgulho

— NÃO ESCUTEI, QUERO MAIS ALTO

— ME DESCULPE

— Ótimo, ótimo, agora esvazie os bolsos. - ele o fez e deixou no chão 5 moedas de ouro - Agora diga que nunca mais vai se quer ousar falar mal de uma bruxa novamente

— Isso é dema...

— EU ESCUTEI O SOM DE UM VERME PEDINDO PARA SER ESMAGADO?

— N-não, senhora!

— Lembre-se, garoto, eu tenho olhos em todo lugar. - com um pequeno feitiço de ilusão fiz os 3 garotos enxergarem olhos vermelhos os olhando na escuridão

— EU NUNCA MAIS VOU OUSAR FALAR MAL DE UMA BRUXA NOVAMENTE!

— Sumam daqui. - digo friamente e os 3 garotos correm

Dou um pequeno suspiro e espreguiço meus braços, acho que fui muito bem para uma iniciante, olho para o lado e a garota ainda estava sentada no chão, seu vestido estava sujo de terra.

— Você está bem? - pergunto, ela abaixa a cabeça e não olha nos meus olhos, apenas acena afirmativamente com a cabeça - Consegue levantar? - eu seguro a mão dela e a ajudo a ficar de pé

Ela parecia tão frágil, mesmo para alguém com a mesma idade, nesse momento eu poderia compara-la a um passarinho perdido.

— Bem, se não precisa de nada, acho que vou in.. - eu me viro um pouco para ir embora, mas ela puxa a manga longa do meu vestido

— N.......... não vá...... - ela diz baixo

— Acho que não tem jeito então

Eu a ajudo a tirar a terra do vestido e pego as moedas do chão.

— Não precisa se preocupar com o que aqueles garotos falaram, ok? São apenas uns idiotas - ela acena com a cabeça ainda olhando para baixo - Está tudo bem agora, a partir de hoje eu prometo que sempre que alguém tentar te fazer mal é só você chamar meu nome e ~vuuush~ eu venho correndo para te salvar

— Mesmo? - ela finalmente olha nos meus olhos, ela tinha olhos brilhantes de uma cor lilás claro

— Mesmo mesmo. - sorrio

— Qual o seu nome?

— Serafina, e você?

— Francine..... - ela fica em silencio um pouco - Queria poder usar magia como você, eu ainda não sei fazer muita coisa

— Sou uma iniciante também, pra falar a verdade, acho que dei um pouco de sorte hoje. - rio - Poderíamos começar a praticar juntas, assim seria mais divertido, o que acha? Você quer?

— Eu quero! - ela sorri animada

— Certo, então que tal irmos visitar as tendas por hora? Podemos comprar alguma coisa por conta daqueles meninos

— Vamos, vamos!

Francine me abraça calorosamente, ela era um pouco menor do que eu, eu a abracei de volta, estava feliz de tê-la encontrado, talvez fossemos amigas por um longo tempo, é o que espero.

— E foi assim que começamos a roubar o dinheiro das outras crianças. - Serafina gargalha alto com os braços cruzados

— Agora entendo o motivo de vocês se darem tão bem. - Meren sorri

— De fato, Fran e eu somos amigas a exatamente 2000 anos e seremos amigas por muitos e muitos anos, décadas, séculos, milênios, ATÉ O FIM DOS TEMPOS. - ela vai se levantando a cada intensidade de anos e acaba de pé com os braços levantados em uma pose de super vilã planejando destruir o mundo - O que me diz, parceira? Quer construir mais armas letais por milênios junto da sua velha amiga?

Francine se levanta e dá um caloroso sorrido para Serafina, abraçando sua cintura logo depois, pois era o único lugar que alcançava da amiga.

— Ei, Emma. - Meren sussurra para que apenas eu ouvisse - Vamos ficar juntas assim por muito tempo também, não vamos?

— Para sempre, Meren, para sempre