Entre elfos e vampiros

Visita á mestre


O dia em que recebi a carta se passou rapidamente, eu e Meren passamos a tarde toda juntas vendo alguns filmes que eu gosto e de noite ela tirou nossos colchões das camas e montou uma cabana no chão junto com os travesseiros e os lençóis, igual ao que fazíamos quando crianças quando dormíamos juntas, levou uma lanterna para dentro da cabana e ficou me contando historias até que eu dormisse, as historias dela eram as minhas favoritas.

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No outro dia eu não fui para a aula, passei a manhã inteira dormindo e esperando a Meren voltar, ela me explicou tudo o que eu perdi e me ensinou algumas técnicas de luta, inclusive voltou para o quarto com comida para mim, ela sabia que eu estava meio deprimida, então procurava fazer de tudo para me deixar mais feliz. Um pouco mais tarde a secretaria foi ao nosso quarto para me avisar que meus pais estavam ligando para mim, para ele estarem acordados a essa hora devia realmente ser algo importante, meu pai avisa que a noite visitaríamos a mestre Ophis para conversar com ela sobre a carta de Azazel.

— Como foi lá dentro? - pergunta Meren quando eu saio da cabine

— Vamos ver a mestre essa noite

— Isso é bom, não é?

— Não tenho certeza, não sabemos ainda se ela pode ajudar

— Não diga isso. - ela segura minhas bochechas - Diga que vai ficar tudo bem e que logo isso vai passar, diga!

— Meren, por favor...

— Diga!

— Não sabemos o que pode acontecer, Meren! - levanto um pouco o volume da voz a fazendo soltar minhas bochechas e me olhar meio triste - Desculpe, mas é verdade

— Eu sei, mas....

— Desculpa por gritar.... - digo abaixando a cabeça

— Eu sei que vai dar tudo certo. - ela beija minha testa - E se você não acha, eu vou achar por nós duas

— Obrigada. - beijo a palma de sua mão

— Podemos nos arrumar, deixar um bilhete para as meninas dizendo que vamos voltar tarde, pegamos um pegasus e vamos ver os seus pais antes de vocês irem, damos uma passeada pela cidade ou algo assim, ai de noite meus pais pegam a carruagem e vamos buscar vocês na montanha da mestre, o que acha?

— É uma ótima ideia

Voltamos para o nosso quarto, ela separa minha roupara para mim, uma calça de moletom preta e uma camiseta tão grande quanto eu, era branca e tinha a imagem de um dragão vermelho com o corpo alongado, era basicamente minha roupa preferida de usar, pois era extremamente confortável e Meren nunca me deixava sair com ela, já que ela achava que aquela roupa era mais um pijama do que uma roupa de sair. Meren não larga minha mão em todo caminho até a parada onde pegaríamos o pegasus, o lugar era coberto e pude finalmente deixar a sombrinha de lado, me espreguiço e encosto a cabeça no ombro dela.

— Quer visitar a parque onde brincavamos antes? - ela pergunta

— Faz um bom tempo desde que vamos lá, acho que não cabemos mais nos brinquedos

— Nem na gangorra?

— Ela deve estar enferrujada

— Balanço?

— Você tem quadris gordos. - ri

— Desgraçada sincera, e quanto aqueles cavalinhos que vão para frente e para trás?

— Você é insana mulher? Somos 4 vezes maior do que o limite de altura daquela coisa

— Quer ficar sentada na areia?

— No meio de um monte de crianças?

— Isso nunca te impediu

— Só se pegarmos os baldinhos na sua casa

O pegasus chega e nos leva até nossa cidade natal, Meren me ajuda a segurar a sombrinha para que eu não a deixasse cair e, sei lá, acabasse morrendo. Ainda tinha as chaves de casa, meus pais dormiam, não queria incomoda-los no momento, seria uma noite longa, então decidimos ir para a casa de Meren, os pais dela nos recebem com muitos abraços e passamos um bom tempo conversando sobre como iam as aulas, tio Arlo nos mostra sua arma de invocação, apenas os guerreiros mais poderosos as conseguiam, eram basicamente armas feitas de sabedoria, emoção e força espiritual, o estado de espirito da pessoa podia fazer com que a forma e o poder da arma mudasse, a dele, naquele momento, tinha a forma de uma pequena adaga.

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— Isso significa que eu não tenho a minima vontade de matar alguma de vocês, meninas. - ele diz sorridente

— Gostariam de comer algo, garotas? - pergunta tia Lizz

— Não, obrigada, mãe, vamos sair pra passear um pouco, não vamos demorar, prometemos - responde me levando para o quarto dela para pegar os baldes de brinquedo

Aquele quarto continuava do mesmo jeito, parecia que aqueles meses não haviam passado, a mesma cama, o tapete, os ursinhos de pelúcia espalhados pela cama e as fotos coladas na parede que foram tiradas com a câmera antiga do tio Arlo, eram basicamente só fotos nossas, já que não tinhamos muitos amigos alem de uma a outra, até mesmo meus amigos vampiros de quando eu era mais nova não passavam tanto tempo conosco fora da escola, ela encontra os baldes e vamos direto para o parque. O lugar estava incrivelmente vazio, tirando nós duas e mais 3 crianças que brincavam no escorregador não havia ninguém, então decidimos tentar brincar no balanço, que surpreendentemente estavam em bom estado, ficamos apostando quem ia mais alto e conversamos durante o processo.

Quando já era fim de tarde, as crianças iam embora e o sol ficara coberto pelas nuvens, deixo a sombrinha encostada em uma das barras de ferro de suporte do balanço e vamos cavar buracos na areia.

— Por que isso parecia mais legal quando eramos pequenas? - pergunto

— É legal ainda, você só está rabugenta porque não sabe fazer um castelo de areia mais legal do que o meu. - fala mostrando seu quadrado de areia com uma folha encima

— Seus castelos não mudaram nem um pouco

— Algumas coisas continuam as mesmas por muito tempo. - dá de ombros

— Deviamos voltar logo, meus pais logo acordarão

— Só mais um pouco. - diz fazendo outra torre de areia ao lado da primeira

— Você é tipo um bebezão, não é?

— Sou o que quiser que eu seja, gata. - diz piscando para mim com um sorriso brincalhão

— Vou lembrar disso quando você não quiser limpar sua bagunça, aí eu vou querer que você seja uma garota organizada

— Idiota. - ri tirando a areia dos baldes e se levantando do chão

Voltamos para a minha casa, meus pais já estavam acordados e prestes a ligarem para mim, mas vendo que eu já estava ali eles apenas terminaram de se arrumar, eu não tinha mais nenhuma roupa no armário, então Meren me emprestou um vestido, já que era uma das únicas roupas que ela deixara em casa. Às 19:00 os dragões param a frente de nossa casa para nos levarem até a montanha da mestre de uma forma mais rápida, os 3 dragões eram dragões da Ophis e eram altamente treinamos para garantir a segurança de seus passageiros.

Chegando no lugar meu pai bate na porta do tempo, que é aberta pela mestre, que sorri e nos permite entrar, seus lindos cabelos negros soltos sob a roupa de sacerdotisa dourada, ela se senta em uma almofada no chão e fazemos o mesmo ficando de frente para ela. Depois de uma longa conversa ela diz que vai fazer todo possível para nos ajudar, mas não tinha plena certeza se poderia fazer muita coisa.