— Quem essa moça pensa que é Silvestre? Ela nem nos conhece e chega dizendo que minha noiva não serve, eu sei o que é bom pra minha filha, só eu restei pra ela, ninguém sabe o que nós passamos pra superar a morte da Tereza.

— A moça mais adorável que o Senhor poderia encontrar para cuidar da sua menina, ela não disse que o senhor não era suficiente, ela apenas comentou a atitude horrível que a Nicole sugeriu, a Dulce já sofreu demais pra ser abandonada agora.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Você não a conhece, eu falei da boca pra fora, eu não seria capaz disso. – Falei ríspido.

— Perdão Senhor Gustavo, não a conhecemos, mas ela defendeu sua filha como ninguém e só pra lembrar ela nunca tinha visto a Dulce na vida, agiu por instinto, como uma verdadeira mãe faria ao contrário da Nicole que faz de tudo pra ficar longe da menina. Com licença, preciso chamar a Franciele pra limpar essa bagunça.

— Não acredito que até você está defendendo ela Silvestre.

— Não é defesa Senhor, é consciência. – Disse isso e saiu, me deixando com os meus pensamentos, subi para o quarto da minha filha pra tentar entender o que havia acontecido. – Dulce Maria, o que eu vou tirar de você dessa vez? Já está sem passeios à semanas, sem internet. Cada dia que passa suas travessuras aumentam de proporção, porque você fez isso com a Cecília? – Ela nada me respondeu, não sei se estou ficando pirado, mas dessa vez vi arrependimento em seus pequenos olhos.- Da outra vez foi limão no café da Senhorita Carla, o sapo no presente da Nicole e agora tinta na pobre moça. Realmente você está me deixando sem opções. O que você tem a me dizer? – Falei me ajoelhando em sua frente.

— Nada pai.

— A vai ter que me explicar mocinha, você pelo menos falou com ela ou a pobre já foi atacada com as tintas escondidas por você?

— Foi, não preciso conversar com ninguém, ela veio aqui pra mandar em mim como as outras.

— Pela primeira vez eu vi alguém que não seja conhecido da família te defender. Ela era diferente princesa. Ela não te disse nada?

— Apenas que precisava do emprego Papi, eu to com uma coisa ruim aqui dentro. – Falou apontando pro coração. Apesar do tamanho, minha filha é bem mais esperta que o normal. – Acho que alguém precisa pedir desculpas pra Cecília, não acha?

— Simpiririm Papi, mas to com vergonha, se ela não quiser me perdoar? – Sorriu triste, já com os olhinhos cheios de lágrimas. – Todos te perdoam meu amor, inclusive eu. – Sorri pegando minha pequena no colo, recebendo o melhor abraço do mundo.

— Mais pai, como vamos pedir perdão pra ela?

— Vamos? Eu não fiz nada com ela meu amor. Você aprontou, você que corrige.

— Mas?... Já sei como, mas vou precisar de você.

— Tudo bem princesa o que você vai aprontar dessa vez? – Sorri.

— Surpreesssaaaa.

Por mais incrível que seja segui as ordens de uma garotinha consegui arrumar tudo o que ela disse que seria necessário para um pedido de desculpas “digno” da Cecília, apesar de que tenho certeza que só um sorriso dessa pirralhinha danada já derrete corações e assim estávamos nós, na frente do apartamento da Cecília, na esperança de que ela nos atendesse, caso contrário teria um coraçãozinho de novo quebrado.