— Gustavo, qual é teu problema? Quer me matar de susto? - Falava ainda com a mão sobre o coração.

— Te matar não seria a intenção, foi só um sustinho de leve pra acordar o sistema nervoso.

— Ah sim um sustinho, a essa hora da madrugada? Muito conveniente né? Não faz mais isso. - Falei séria, enquanto Gustavo e Fátima gargalhavam.

— Poxa, pensei que você gostasse de brincadeiras inocentes. - Falei parecendo está ofendido.

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— Desculpa, tava nervosa, não é sempre que saiu do hospital de madrugada e sou atacada pela voz de um maníaco atrás de mim. - Gargalhei.

— Fátima aceita uma carona? Estou indo para casa - Direcionei-me para ela que ainda sorria.- O convite só se estende pra você.

— Eu aceito sim.

— Fátima...

— Que foi Cecí? Está tarde demais para esperar um táxi.

— E eu fico como posso saber?

— A moça fica aqui sozinha, já que o lobo que no caso sou eu pode te fazer mal. -Sussurrou bem próximo ao meu ouvido fazendo com que me arrepiasse. - Só cuidado tem muitos por aí piores que eu. - Gargalhou me puxando pra um abraço, quando pensei em beijá-la a Fátima nos interrompeu.

— Não é por nada não, mas acho que aqui não seria o lugar apropriado para namorar.- Revirou os olhos.

— De onde você tirou essa história de namoro da cabeça, Fátima? - Tentei disfarçar.

— Cecília eu tenho 14 anos, não sou mais uma criança. Será que podemos ir pra casa? Prometo que dou todo tempo pra vocês namorarem ou fazerem o que bem entenderem, mas entendam agora eu só quero minha cama. É pedir muito?

— Tinha outra impressão da Fátima pensei que era mais legal. - Falei enquanto a mesma revirava os olhos novamente.

— A Fátima com sono e com fome é o fim dos tempos pode compará-la a 3° guerra mundial que eu te garanto ainda vai ser fichinha. Já vai pra casa também? - Perguntei enquanto o mesmo nos conduzia até seu carro.

— Vou deixá-las em casa e vou descansar também. Mas volto pro hospital de manhã.

— Eu também virei de manhã.

— Então eu passo pra te pegar.

— Não Gustavo, não precisa se incomodar dá pra vir de ônibus é rapidinho.

— Você não é incômodo nenhum. Então nem adianta reclamar, eu te levo e ponto.

— Tá bom desisto. - Sorri.

— É bom desistir mesmo, gosto de sempre ser o vencedor, até nos argumentos.

— Quanta melação gente, minha diabetes aumentou. Pelo amor de Deus Gustavo acelera esse carro eu preciso dormir.

— Chata. - Gritamos uníssonos depois sorrindo da cara dela pra nós. Chegamos em casa, e o Gustavo como o "cavalheiro" que é, abriu a porta para nós.

— Até que fim chegamos, ufa. - Disse Fátima saindo do carro. - Obrigada pela carona mais novo cunhado. Agora se me dão licença, minha cama me espera. Podem namorar a vontade não atrapalharei mais, fui.- Disse soltando beijinhos no ar.

— Essa Fátima sabe ser insuportável quando quer.

— Ela tem bem a quem puxar, boatos dizem que a irmã dela é bem chata e cabeça dura também, não a conheço, mas bem que queria quebrar o gelo dessa marrentinha.

— Ah é? - Falei me aproximando rodeando meus braços ao redor de seu pescoço.

— É sim. - Envolvi minhas mãos sobre sua cintura. - Boatos também que a irmã dela me deve um beijo.

— Não lembro de divida nenhuma. Você que me deve muuuuitos pra se redimir. - Sorri. - Quer que eu lembre todos os seus erros ou você sabe o que fez senhor Gustavo? Se precisar tenho uma lista razoável que posso listar pra você. - Gargalhei.

— Não precisa passar na cara também. - Fiz bico. E antes que ela pudesse responder algo, selei nossos lábios.

Cecília On- Tudo era tão mágico quando estávamos juntos que nem parecia real. Parece que nossas bocas foram feitas pra completar a outra num encaixe perfeito. - Sorri ao me afastar dele colocando minha mão sobre seu peito. - Acho que está na hora de me despedi. - Falei sem jeito.

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— É verdade, tanto eu como você precisamos descansar.

— É sim, precisamos estar bem dispostos pra ir ver a nossa pequena.

— Bem que você poderia me convidar para entrar neh? - Perguntou-me.

— Vamos devagar sabemos bem onde isso nos levaria e não quero arrependimentos depois, afinal antes de tudo você ainda tem uma questão para resolver. -Falei séria. - Não da pra continuar assim.