Red Line
Capítulo V
CAPÍTULO V
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Acordei com o celular de Natsu tocando, uma musiquinha irritante que me fazia ter vontade de jogar aquele parelho pela janela, grunhi e coloquei o travesseiro sobre a cabeça, escutei uma risada baixa e logo o barulho estava mais próximo, esperneie na cama e joguei o travesseiro na cara do meu “irmãozinho”.
— Bom dia Luce – Natsu exibia um sorriso torto e uma cara amassada, o cabelo estava um ninho rosa, ri baixinho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Você está horrível.
— Você ainda não se olhou no espelho – Peguei o travesseiro e o joguei de novo em sua cabeça – Au!
Suspirei e me espreguicei – Eu acabei dormindo aqui, com a roupa que estava ontem.
— Não é a primeira e nem será a última vez que fará isso – Natsu estava sentado na ponta da cama, de costas para mim, apenas de cueca.
Deitei completamente e coloquei meus pés sobre suas costas – Lisanna iria ficar possessa se eu tirasse uma foto sua agora mesmo, só de cueca, na sua cama e comigo aqui e enviasse para ela – Já estava pegando o celular, quando Natsu se jogou sobre mim, apoiando os braços sobre o colchão ao meu lado. Quando vi, ele mesmo tirou uma selfie, com o braço sobre meu pescoço e um sorriso sacana.
— Aproveita e envia para o Gray, tenho certeza que ele vai adorar – O estapeie e me esgueirei para fora da cama.
— Gray não é ciumento, fora que somos “irmãos” – Fiz aspas no ar e Natsu riu.
— Então não sei porque insiste em implicar com Lisanna sobre isso.
— Ela acha que temos algo a mais, como esse é meu único artificio contra ela, eu uso o quanto posso.
— Na verdade, já perdi algumas namoradas, porque todas achavam que você e eu estávamos juntos.
— Não somos parecidos, muito menos temos o mesmo sobrenome, moramos juntos e eventualmente dividimos uma cama, você já me viu pelada mais vezes do que deveria e vice-versa – Encarei o teto por alguns segundos – Pensando bem, nós temos um relacionamento bem estranho, parecemos um casal de idosos.
— Estou mais para seu amigo gay do que seu irmão – Natsu levantou e foi para suíte.
— Você não me parece gay! – Gritei e escutei sua risada.
Fui para o quarto, tomei uma ducha e coloquei um vestido rodado e uma jaqueta de couro, teria de buscar Gray antes das aulas, desci para cozinha e Natsu estava tomando café.
— Que horas Gray chega? – Perguntou enquanto lia o jornal pelo laptop e bebericava seu café.
— Ele mandou uma mensagem de madrugada e disse que chegaria as 7:30, o que significa que estou atrasada – Me aproximei e lhe dei um beijo na testa – Não vou almoçar em casa, então se vira – Peguei uma maçã e sai escutando os resmungos de Natsu.
O caminho até o aeroporto foi tranquilo, o transito estava pouco movimentado, tive um pequeno problema com o estacionamento, o que me fez chegar quase quinze minutos atrasada. Logo vi Gray no desembarque, ele estava com três adolescentes o cercando e pedindo fotos e autógrafos, sorri e fui até lá.
— Também quero uma foto – Falei atrás das garotas, Gray me encarou a abriu um sorriso, pedindo licença veio me dar um abraço.
— Lucy!
— Estava com saudades – Trocamos um selinho rápido e nisso as meninas se despediram com um muxoxo.
— Acho que decepcionei suas fãs – Gray riu e passou o braço sobre meus ombros, passamos a caminhar assim.
— Três crianças com uma tara por modelos problemáticos – Ele piscou com um sorriso de canto. Chegamos ao estacionamento e tive certa dificuldade em lembrar onde havia deixado o carro, demoramos um pouco até encontra-lo – Então essa é sua belezinha? – Gray não era muito fissurado em carros, então apenas deu uma olhada por cima e sorriu – Natsu foi realmente generoso.
— Todos dizem isso – Revirei os olhos e ri – Meu irmão é bonzinho – Pisquei para Gray e desativei o alarme.
— Ele não é seu irmão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Maneira de falar – Entramos e logo dei a partida – Vai para o seu apartamento?
Gray acomodou-se melhor e suspirou – Vou ficar com Gajeel por um tempo – Falou sério, sem me encarar.
— Com Gajeel?
— Sim, vendi meu apartamento antes de viajar – Arregalei os olhos e dei uma derrapada com o carro – Calminha aí Lucy!
— Como assim vendeu o apartamento? Quando ia me contar?
— Quando voltasse.
— Por que vendeu?
— Estava com alguns problemas e precisava de dinheiro – Gray estava encarando a janela.
— Precisava de dinheiro? Gray, o que você não está me contando? – Eu estava nervosa, Gray nunca havia mentido, estávamos juntos a mais de dois anos e até então, contávamos tudo um para o outro.
Ele suspirou e finalmente me encarou – Lucy, você sabe quantas vezes eu saí de uma agencia antes do tempo combinado?
Pensei um pouco, ligando os pontos – Você está falido por causa dos diversos processos que estão colocando contra você por quebra de contrato – Suspirei e parei o carro no acostamento – Quando pretendia me contar sobre isso? Eu poderia ajudar!
— Não quero que faça Natsu me emprestar dinheiro! – Gray estava irritado, os punhos estavam fechados e o maxilar travado.
— O dinheiro é meu também! – Respirei fundo e tentei organizar os pensamentos – Droga Gray! O que nós somos? – O encarei e ele desviou o olhar – Você deveria me pedir ajuda quando precisasse, sou sua namorada, deveríamos ser parceiros.
— Desculpe Lucy – Ele suspirou e ficou em silêncio por alguns minutos – Eu preciso de um tempo – O encarei.
— Um tempo?
— Estou em uma situação da qual não sei como lidar e preciso repensar algumas coisas, não quero envolver você no meio disso tudo – Eu estava em choque, realmente estava sentido como se tivesse levado um soco no estomago, do nada, como um ataque surpresa.
— Não quer me envolver no meio disso tudo... – Repeti suas palavras baixinho, tentando digerir tudo – Ok... – Voltei a ligar o carro e segui dirigindo, ficamos em silêncio até que parei em frente ao prédio onde Juvia e Gajeel moravam, minha cabeça estava um emaranhado de pensamentos e sentimentos.
Gray ficou quieto por um tempo antes de me dar um beijo na bochecha, abrir a porta e pegar a mala atrás do carro, vi ele entrar no prédio e fiquei com o carro parado por longos minutos. Várias perguntas rodavam em minha cabeça, algumas não faziam o mínimo sentido, outras pareciam ser a respostas para outras, mas de alguma forma, eu me sentia de todas as maneiras, menos triste, decepcionada sim, mas não triste. Eu tinha a sensação de que eu pelo menos deveria me sentir mal por ter acabado um namoro de dois anos, mas eu estava... indiferente.
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