Quando descobri que era semideus...

Fomos adotados por um monstro


Pov’ Maya

Acordei com alguém balançando meu corpo, abri meus olhos e, no meu da escuridão reconheceu um par de olhos cor de mel. Ícaro.

—Maya, estou com medo

— Você sabe que se te pegarem aqui, você vai para o quarto do pânico?- falei sonolenta

—Sei, mas eu tive aquele pesadelo de novo- respondeu com olhos marejados. Ultimamente ele estava tendo pesadelos com a medusa e o minotauro, o que é estranho- Posso dormi aqui?

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—Você vai ter que acordar cedo antes das funcionárias acordarem.

Assentiu, se deitando na minha cama.

Sou Maya Parker, tenho 12 anos, sou órfã, e como sei meu sobrenome? bom, está na minha certidão de nascimento. Estou aqui no orfanato desde que me entendo por gente, minha mãe morreu e meu pai nos abandonou antes de eu nascer. Tenho cabelos negros e olhos verdes e pele bronzeada.

Ícaro Jones, é um menininho de 7 anos que considero como irmão, cuido dele desde que chegou aqui, tem uma história bem parecida como a minha. É loirinho de olhos cor de mel, pele clara. Ás vezes percebo que quando ele está com raiva, algumas pessoas por perto dormem de repente, o que acontece raramente, sendo que quase nunca está com raiva.

Deixei o sono me levar e adormeci.

Acordei com a luz do sol no meu rosto, com as meninas com quem divido o quarto olhando para mim como se eu fosse um e.t. que caiu do céu.

— você e seu irmão estão ferrados- falou uma e olhou para a porta. Todas acreditavam que Ícaro realmente era meu irmão.

Olhei também para a porta, e lá estava a diretora do orfanato, Sra. Granger.

—Sr. Johnson, Srta. Parker, estejam em minha sala em meia hora- falou e saiu

— Vamos Ícaro, vá para seu quarto se arrumar.

[...]

Entramos na diretoria, e a Sra. Granger estava com um sorriso no rosto. Aí tem coisa

—Sentem-se. Quero conversar com vocês

— O que ele aprontou?- me referi a Ícaro. Ele me olhou indignado. Dei –lhe um sorrisinho- Desculpe, foi reflexo.

— Nada, ele não aprontou nada, Maya- ela me chamou pelo nome?

— Então, o que fazemos aqui?- ela me ignorou

—Ícaro, você tem tendo sonhos estranhos, com seres mitológicos?- agora seu semblante era preocupado

—S-sim, senhora.

— hum... isso tem lógica, sendo você quem é.

— é quem eu sou?- perguntou receoso

— um semideus. - respondeu normalmente. Tanto eu quanto Ícaro olhamos para ela com uma cara de “ essa velha ‘tá gagá?”. Ícaro ficou de queixo caído- Você também, Maya. –é, ela está gagá

— Como assim semideuses? Isso não existe. Só na Grécia antiga, que provavelmente devia ser só mito para explicar a existência de pessoas que correm rápido, tem inteligência acima do normal..

—Sim, e provocam fenômenos meteorológicos, controlam água, fazem pessoas dormir- Me interrompeu- Sarah, essas coisas existem, deuses, medusa ciclopes, e vocês, agora, fazem parte dela.

Fiquei estática, se isso é verdade, eu sou filha de um deus.. não, isso não é verdade, não pode ser verdade, né?

— E de qual deus eu sou filho?- olhei para Ícaro, incrédula

—Eu não sei, sua mãe não me contou- falou com um sorriso amigável no rosto- Mas também vocês estão aqui porque tem alguém que quer adotá-los- nossa, isso é novidade. A maioria dos casais que queriam adotar a gente, pensou duas vezes quando descobriram que temos TDAH e já tacamos fogo no orfanato.

Ouvimos uma batida na porta e em seguida uma funcionária entrou.

— Senhora Granger, a Sra. Eme está aqui.

Em seguida, atrás dela entrou uma mulher de turbante e óculos escuro.

— Olá, crianças. Sou a tia Eme, vim adotar vocês.- A voz dela tinha um sotaque do oriente médio.- Que lindos, ótimos para fazerem uma estátua de vocês- essa última parte foi quase um sussurro, mas eu consegui escutar claramente, e ao ouvir isso meu corpo estremeceu. Ícaro pareceu não escutar. Seus olhos estavam brilhantes, ele sempre sonhou em ser adotado.

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— Você não vai ouvir como nós nos comportamos?- perguntei estranhando. Era costume do orfanato os pais terem uma conversa com as crianças antes de adotá-las.

—Ah, não, criança, eu já amo vocês. – Agora estranhei ainda mais. Ícaro olhou para mim, com nervosismo .

—Então, vamos arrumar nossas coisas, Sra. Eme.

— Me chame de Tia Eme

Saimos da sala e fomos para o nosso quarto.

— Algo nessa mulher me deixa nervoso, ainda mais depois que a diretora falou aquilo pra gente- Ícaro quebrou o silêncio

—Sei, mas acho que aquilo era só brincadeira. Imagina, nós, semideuses. Capaz de a gente destruir o olimpo- Dei uma risada e Ícaro me acompanhou, entrando em seu quarto.

—Tchau, vejo você depois. - Assenti e fui para meu quarto.

Arrumei minha mochila com as minhas poucas roupas, e saí rumo a sala da diretoria.

Chegando lá, encontrei Ícaro com sua mochila do Batman, sorrindo.

— Vamos para uma casa- respondeu com brilho nos olhos. Eu não estava muito contente.

Entramos em um carro vermelho e vemos a paisagem ir mudando. Paramos em uma loja próxima a um posto numa estrada deserta de duas pistas.

—Venham, crianças, vou fazer um almoço especial para vocês.- Falou tia Eme.

Entramos na lojinha, cujo o nome era Empório dos anões de jardim da tia Eme. Lá dentro tinha muitas estátuas, e quando digo muitas estátuas era muitas estátuas mesmo, dezenas delas. Sentamos em uma mesa com quatro cadeiras. Já podíamos sentir o cheiro de Hambúrgueres. Não como Hambúrguer desde uma excursão do orfanato no Mc Donalds.

Tia Eme chegou com um prato com quatro chesseburgues.

— Aqui, crianças, comam a vontade. Mais tarde vamos tirar uma foto.

—OK. – respondemos devorando o chesseburguer.

Quando acabamos, ela nos dirigiu para perto de uma estátua de uma escoteira vendendo biscoito. Seu rosto estava assustado.

— Você que faz essas estátuas? – perguntei

—Sim, criança. Mas tenho dificuldade no rosto- ela falou com tristeza- vamos tirar uma foto para eu me inspirar para novas estátuas- isso soou como uma ordem.

Ela nos arrumou de um jeito que ficássemos abraçados. Forçou nossos sorrisos até que parecêssemos o coringa.

— Agora digam “xis”, filhotes de deuses- Sua voz saiu como um silvo de cobra. Arregalei os olhos

— O que?

Ao perceber o que falou ela rapidamente tirou os óculos.

— Ícaro, feche os olhos- gritei fechando os meus. Se ele me obedeceu, não sei. Senti a “ tia Eme”, ou melhor a medusa vir até mim. Algo estava arrastando no meu rosto

—Vamos querida, abra os olhinhos, adoro ver os olhos das pessoas. Dizem que os olhos dos filhos dele são lindos - Ela passava a mão pelo meu rosto. Tentei agarrar a mão de Ícaro sem sucesso. Em vez disso agarrei discretamente uma barra de ferro sabe-sei-lá-onde-estava.

— M-mas você é a M-medusa!? Você tá viva!? Você e-existe!?- gaguejei

— Ah, mais é claro que existo filhote de deus, ou você achou que era papo-furado da diretora do orfanato?- falou tentando abrir meus olhos.- Aquele garotinho fugiu e deixou você para trás

Bati a cabeça dela com força com a barra de ferro que eu tirei sabe-sei-lá-onde fazendo-a gritar. Senti-a cambalear e gritar de dor novamente.

— Isso foi pelo o que você fez pela minha irmã no meu sonho, monstro feio. – Ouvir a voz de Ícaro foi um colírio para meus ouvidos (que?). Arrisquei abrir os olhos e vi Ícaro de olhos fechados e uma Medusa desmaiada. Peguei a barra de ferro, que percebi que era de bronze e bati mais uma vez na cabeça dela. Ícaro chutou cinco vezes cabeça dela.

— Meu Deus- Ícaro gritou quando viu a Medusa. Um trovão soou- OK. Meus deuses. – corrigiu- tenho que me acostumar com isso. -falou- fomos adotados pela medusa - Voltou a gritar.

— É o que parece. – olho ao redor- Ela está desmaiada, vai acordar no máximo, daqui a duas horas, e é melhor que estejamos longe daqui.

Dirijo-me até um balcão, onde tinha uma caixa registradora, peguei o dinheiro que estava lá, talvez uns 200 dólares.

—Você está roubando, uau, não esperava isso de você- Ícaro aparece do nada e faz com que eu derrube 5 dólares

— Faz mão pegarmos a nossa mesada?- pergunto com sarcasmo. Vou até uma fonte com várias moedinhas dentro. – que tipo de moeda é essa? Parece de ouro. Vou levar. – As ponho na mochila – Vamos rápido.

Saimos correndo daquela lojinha. Passamos por um monte de árvores, sempre correndo, até chegarmos a uma estrada, e desabamos ofegantes.

—Nunca corri tanto em minha vida- diz Ícaro

— Você nunca correu na sua vida- retruco e deito no acostamento

—E agora?- eu também estava me perguntando isso. E agora. Não podíamos voltar para o orfanato, não sabíamos o caminho e capaz da medusa nos encontrar lá- Não temos para onde ir. Somos semideuses, acho que isso deveria ocorrer sempre, não é?- ele parecia tentar convencer-se.

Nesse instante um ônibus vinha em nossa direção, demorei a ler seu destino por causa da TDAH, mas quando li ele ia para manhattan. Subimos no ônibus e sentamos. Ícaro imediatamente adormeceu e pouco tempo depois também deixei o sono me levar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.