White Angel

Capítulo 24- Primeiro jogo


Meiko

Que alguém me belisca-se! Não podia acreditar no que o capitão tinha acabado de fazer. Supostamente ele não iria ficar quieto? Pensei que preferia fazer como os restantes membros da Raimon e apenas obedecer às ordens do Quinto Setor. Foi realmente uma grande, e excelente, surpresa. Já não éramos só três a combater aquelas malditas ordens.

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—Shindou!- mal ouviu o outro capitão, o nosso voltou-se logo para ele. O que queria?- O que significa isto? A ordem dizia que nós venceremos dois a zero. Vais opor-te às ordens do Quinto Setor?

—Assim é.- Obviamente que ouvir aquelas palavras era excelente. Voltou-se para todos nós- Aviso-vos desde agora, como capitão da Raimon, este jogo seremos nós a vencer, o Instituto Raimon!- ele estava realmente a falar a sério.

—Que venceremos?- claro que o Minamisawa-senpai não parecia minimamente satisfeito- Estás a falar a sério?

—Bem, já marcamos um golo, por isso...- por isso devíamos marcar mais, Hamano-senpai.

—Mas seria suposto que nós tivéssemos que perder, não é?- não sabia quem me irritava mais, se o Minamisawa-senpai com as suas atitudes de jogador submisso ao Quinto Setor, ou a atitude derrotista do Hayami-senpai.
Limitei-me a voltar-lhes as costas. Dispensava continuar a ouvir toda aquele obsurdo. Não queriam fazer nada? Tudo bem, mas também não atrapalhassem e não se pusessem na frente dos desejos e ambições dos outros. Estavamos a vencer e era assim que iamos contiuar, até sairmos vitoriosos daquele jogo e veterano nenhum me ia impedir de o fazer. Seria a Tengawara quem iria perder.

Esperava que aquele homem estivesse a ver todo o jogo.

Era a vez dos nossos adversários começarem com a bola e assim que o árbitro apitou, eles puseram a bola em andamento.

—Temos que os parar.- Mal o capitão deu a ordem, comecei a correr assim como o Tenma e o Shinzuke, exceto os veteranos, obviamente.

O capitão colocou-se à frente do jogador que levava a bola, o mesmo continuou a avançar sem se importar com ele, tanto que acabou por empurra-lo com imensa força, derrubando-o. Era necessária toda aquela violência? Nem pareceu querer saber, limitando-se a passar para o idiota do companheiro que fez o mesmo, mas com o Hayami-senpai antes de passar a bola.

—Eu vou para-la!- porém, ao saltar, o Shinzuke acabou por cair ao chão. Mas como?

O nosso adversário ficou com a bola e conseguiu passa-la ao capitão. Infelizmente para ele, eu estava mesmo diante e tencionava para-lo.

—Afasta-te.

—Não o farei.- Acha mesmo que iria ceder assim tão facilmente? Pensei que fosse mais esperto que os companheiros- Conheço-vos muito bem. Sei que a Tengawara sempre foi uma equipa estupenda que sempre enfrentou a Raimon de forma limpa, um monte de vezes.- Ele não parecia gostar do que ouvia, mas teria de me escutar até ao fim- Por que razão uma equipa tão boa tem que recorrer a truques tão sujos?

—Este é o nosso futebol.- Mentira- Quando nos mandam vencer uma partida, sabes que temos de vencer!- sem me dar tempo para reagir, passou novamente a bola para o Ando.

—Usando qualquer truque possível.- Antes que eu pudesse chegar até ele, passou a bola.

—Fazendo qualquer tipo de jogada possível.- O mesmo avançou até mim, empurrando-me também.

Tentei levantar-me, mas custava-me imenso após a queda. O Tenma correu até mim e estava a ajudar-me a levantar quando vi que nenhum dos veteranos se opunha ao facto do nosso adversário avançar e prestes a chegar à baliza. Não se importavam com isso? O capitão deu ordem para voltassem atrás e forçassem a defesa, mas ninguém fez caso.

—Nesse caso irei para-lo eu mesmo!- queria ir ajuda-lo e sentia-me um estorvo para o Tenma que me ajudava a manter de pé após me magoar no joelho.

—Com que então parar-me e à minha Kenshin?

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—A tua... Kenshin?

Claro que estava levemente admirada pelo que ele dissera. Era óbvio que alguns deles teriam de ter Kenshins, mas creio que eu mesma não esperava que eles o usassem. Talvez porque nunca pensei que levassem a partida a sério. Afinal, são submissos ao Quinto Setor.

Das costas apareceu uma névoa densa, negra e azul antes de subir bem algo como um raio, fazendo-o chamar pelo nome de Chousin Falcon. A névoa se dissipou, mostrou-se diante de nós uma espécie de falcão alado e gigante, com umas mão de homem e garras de pássaro. Desde o ponto onde estava sentia-se perfeitamente a sua força.

—Isso é uma Kenshin?

—Sim.- Estava tão abismada com o Tenma.

—Creio que tu também tens um, mas não tem nada a ver com a de um SEED.- Um SEED?- Agora vais ver o que é uma Kenshin controlada por um SEED.

De repente, o falcão pôs as suas garras à volta do seu invocador, antes do mesmo saltar bem alto, até levantar a bola. Pisou-a para depois dar um novo impulso ao salto, antes de descer e com a força da sua Kenshin, rematar a bola com o calcanhar com toda a sua força, realizando a técnica Falcon Wing, após o grande pássaro passar as suas garras pela bola, formando um enorme V.

Bola foi a toda a velocidade para a baliza. A sua força era impressionante. Sentia-a mesmo ao longe... Não queria imaginar quando chegasse junto do veterano. O capitão tentou invocar a sua Kenshin, mas a bola já tinha chegado até ele, deixando-o sem tempo de a mostrar. O Sangoku-senpai meteu-se à frente, tentando detê-la, mas não serviu de nada, acabando ambos por entrar na baliza, fazendo golo para a Tengawara. O capitão estava de joelho no chão, provavelmente cansado. Ele não sabia invocar uma Kenshin como aquele idiota.

—Não és capaz de dominar a tua própria Kenshin? E com esse nível pretendes fazer frente ao Quinto Setor, não é? É para rir.- Que raiva! Era verdade o que ele dizia, e só isso mesmo deixava ainda mais chateada... E mais inútil.

—Já chega. Venceremos como nos disseram e acabou.- Pelo o capitão tinha alguma descendia... Pouca, mas era mais do que qualquer um daqueles todos juntos.

Não demorou muito para que o árbitro apita-se para o intervalo. Junto à baliza, vi que o nosso adversário que marcara golo foi dizer algo ao nosso goleiro, deixado-o de cabeça baixa. Aquele maldito... Maldito Quinto Setor! Se eu ao menos pudesse usar as minhas habilidades... O meu tio iria passar-se se o fizesse.

O treinador mandou-nos a todos para o balneário e pediu-me que pusesse gelo no joelho assim que lá chegássemos. Não tinha dificuldades em andar, apenas estava dorido devido ao impacto com o chão, mas realmente devia ter cuidado e quando cheguei ao balneário, ele entregou-me um saco de gelo que coloquei logo no joelho direito. Apenas se ouvia o som dos cubos de água gelada a baterem uns contra os outros, nada mais. Ninguém dizia uma só palavra.

—Mas o que se passa?- claro que o Tenma tinha de começar- Isto não é mais que um empate.- Retirei o gelo. Já me doía a pele com o frio- Se nos esforçarmos conseguiremos outro golo e no final...

—No final venceremos, não?- claro que o Tsurugi tinha de opinar. Perguntava o que raio fazia ele ali- Mas a sério que acham que podem vencer?

—O quê?

—O Hayabusa da Tengawara é como eu. Um SEED. Ele pode controlar a Kenshin livremente, isto é, ao contrário de ti, capitão.- Estava a fazer de propósito- E vocês ainda pensam que podem vencer?

—Se ele pode usar essa coisa...

—Jamais poderemos vencer.- Revirei os olhos. Que cobardes.

—Por fim entendem.- Claro que aquele idiota tinha de abrir a boca- Ainda que uns peixes pequenos como vocês desafiem o Quinto Setor não vão mudar nada.- Levantou-se com alguém seu cínico sorriso- A derrota da Raimon está escrita quer vocês gostem ou não.

—Chega! Isso não é...- senti-me logo agarrada pelo pulso antes de conseguir dar mais um passo. Fora o meu tio.

—Então diz-me, quem escreveu essa derrota?- levantou-se soltando-me a mão antes de me bagunçar os cabelos- Eu disse-vos, não foi? Acho que vos disse que não penso deixar que ninguém decida o resultado de um jogo antes de se jogar.

—O quê?- ficou assim tão admirado?

—Só há uma pessoa que decide o resultado e essa é a Deusa da Vitória.

Que nostalgia! Quando era mais nova a minha família falava-me sempre disso. Ainda me recordo dos meus pais a fazê-lo. Até mesmo a falarem sobre o Deus do Futebol. Nunca fui muito ligada a crenças divinas, apesar do que sou, mas tem coisas que realmente não podemos explicar, apenas sentir e acreditar, e eu acreditava nas palavras do meu tio.

—Mas a Deusa da Vitória jamais sorriu às equipas que não estão dispostas a ganhar.- Todos o escutávamos com atenção- Digam-me uma coisa: este futebol onde os resultados são preparados é suficiente para vocês?- começou a caminhar, indo até ao nosso goleiro- Sangoku.

—S-sim!- o mesmo levantou logo a cabeça. Estaria a pensar no jogo?

—Disseram-te que ias perder, mas mesmo assim tentaste parar esse remate, porquê?- nem tinha pensado nisso! Apenas julguei que o tinha feito só para não parar que já estava tudo planeado com a Tengawara.

—Porque...- desviou logo o olhar.

—Porque é o instinto de um jogador de futebol.- Começou a caminhar, passando por todos os nossos jogadores- Tentar parar todos os remates que fazem.- Passou pelo Hayami-senpai, que se encolheu ao vê-lo aproximar-se, mas o meu tipo limitou-se a pôr-lhe a mão sobre a cabeça. Sorri- Tentar driblar todos os rivais. Tentar rematar com mais força do que qualquer um. E também, tentar vencer.- Parou novamente no mesmo lugar, encarando-nos a todos- Esse sentimento significa ser um jogador de futebol.

—Treinador...

—Pensem bem. De certeza que isto é o que querem? Realmente não se importam de perder, equipa?- claro que me importava! Eu importava-me- Ouçam o vosso coração. O futebol que tem hoje, têm a certeza de que é o futebol que querem jogar? Qual é o vosso futebol e qual é o autêntico?!

—O que significam essas palavras?- nem me tinha apercebido que o diretor e o vice-diretor da Raimon tinham entrado no balneário.

—Está a pensar bem no que está a dizer?

—O Holy Road não é um simples torneio de futebol é um processo através do qual se elege o Seitei.

—Se nos opusermos a ele o nosso...- ajeitou de imediato os óculos. Com certeza queria corrigir-se- A posição do nosso instituto irá ver-se em perigo.

—Digo-lhe uma coisa como treinador da equipa que é; as ordens do Quinto Setor não questionam!- o diretor estava mesmo furioso- E vai assegurar-se de que perdemos este jogo, está claro?

—Nem pensar!- corri para junto do meu tio, ganhando a atenção daqueles dois- Nem o Seitei, nem o Quinto Setor interessam!- ficaram ambos boquiaberto- Os jogos deviam...- antes de poder terminar a frase, senti alguém dar-me uma palmada na cabeça. Só podia ter sido o meu tio. E doeu bastante- Mas tio Endou...

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—Peço desculpa pela minha sobrinha.- Obrigou-me a baixar a cabeça juntamente com ele, enquanto eu massajava a nuca dorida- Mas quanto ao que eu disse, não penso retirar.

—Como?- mas que lata! Ele podia deixa-los sem palavras e eu não porquê?!

—O resto depende totalmente deles, como jogadores de futebol que são.- Voltou-nos as costas e começou a sair da sala. O diretor tremia por todos os lados- Equipa, estou à vossa espera no campo.- E saiu.

—E-Espere um momento, treinador Endou!- os dois idiota foram logo a correr atrás dele.

—Ou seja, acaba de nos dizer que nós decidimos, não?- o Hamano-senpai não podia ter sido mais óbvio.