Descobrindo quem eu sou
As coisas boas também podem piorar
Eden, Xena e Gabrielle formaram um vínculo cada vez mais forte, amavam-se como uma família, o que realmente são. As três seguiam entre aventuras e lições que provavam como cada vez mais precisavam umas das outras; Eden sentia a falta de sua mãe Cyrene, mas sabia que de alguma forma estava fazendo sua vontade estando longe, isso a entristecia e não sabia direito o que pensar.
— Você está bem? — Perguntou a guerreira sentando ao lado dela ao olhar a menina cabisbaixa e riscando o chão com um graveto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Estou sim, só são os pensamentos...
— Pensamentos? Se for sobre o que conversamos ontem, quero que saiba que nada vai mudar... — Eden a interrompeu.
— Não é nada disso! — Por um momento um sorriso travesso brincou em seus lábios — Vocês me fazem muito feliz por tudo, eu adoro viajar e conhecer os lugares e pessoas, mas eu realmente sinto falta da minha mãe, vocês são ótimas, mas não é como estar com ela, sabe? Eu sinto que preciso vê-la, nós temos um vínculo de mãe e filha muito forte.
Por um momento Xena vacilou.
— V-você quer ver sua mãe?
A menina acenou que sim com a cabeça e para sua surpresa foi fortemente abraçada.
— Você também sente a falta dela Xena, sei que fará bem a ela, imagine! Ela finalmente nos verá juntas de novo! Sempre foi seu maior sonho.
— Eu planejava te levar para conhecer alguém antes, outra pessoa da nossa família.
— Quem?
— É uma surpresa! Uma boa surpresa!
— Mas já que estamos mais perto de cyrene do que dela, vamos atender o seu desejo primeiro.
— OBRIGADA! — Disse a menina feliz pulando em um abraço ainda mais apertado.
Xena sentia o amor de sua filha naquele abraço, seus cabelos com uma flor de cheiro muito bom que Gabrielle tinha encontrado, o calor de seus braços e todo o afeto que sentia por ela. Ás vezes tinha tanta vontade de lhe contar a verdade, mas isso também parecia tão injusto, Cyrene fora para Eden tudo que ela não pôde ser e quebrar esse laço poderia ser prejudicial a todo mundo.
Seguiram de volta ao lugar onde a menina havia saído a tanto tempo, sentia tanta falta daquele caminho cheio de árvore e que a essa época do ano deveria estar cheio de flores.
Acamparam a última noite antes de chegar muito perto ao vilarejo, Eden não dormia de ansiedade.
— Acha que minha mãe vai se importar se eu estiver vestida assim?
— Qual o problema com a roupa que está?
— É um pouco mais curta do que o que costumamos usar no vilarejo.
— Isso por que nós caminhamos e corremos muito, ela entenderá, sei que pode ficar feliz com sua visita.
Já era bem tarde e a garota acabou dormindo, teria um dia longo pela frente. Enquanto esta dormia profundamente, as guerreiras finalmente tiveram tempo sozinhas.
Passaram horas curtindo um a outra e quando decidiram dormir, um pensamento incomodava.
— Gabrielle? O que acha que pode acontecer amanhã?
— Não faço ideia, inclusive, eu não queria te dizer isso, mas podemos nos preparar para o pior, Cyrene me disse que não teria muito tempo de vida, foi um dos motivos que me pediu para levar Eden, ela era acostumada a achar que só a tinha no mundo, as duas são muito ligadas e se permanecesse assim, a pobre menina não acharia um motivo sequer pra viver...
Uma lágrima silenciosa escorreu pelo rosto de Xena.
— Independente do que aconteça ou do que ela decida, ela tem a mim, eu não a deixarei enquanto viver.
— Ela tem a nós — Gabrielle corrigiu — Seja para deixá-la livre e ficar com Cyrene ou pra chorar caso não a encontremos.
O dia amanheceu e Eden já estava de pé, sua cara de sono contrastava com o seu sorriso de orelha a orelha.
— Hoje vamos encontrá-la! — exclamou enquanto se espreguiçava.
Percorreram um bom pedaço de caminho e encontraram parte de um exército, eles carregavam panos queimados.
— O que houve? — Perguntaram preocupadas.
— Foi o exército de Borislav, marcharam sobre estas cidades aqui e até Amphípolis, tentamos impedir, mas muita coisa pegou fogo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Onde estão as pessoas de Amphípolis?
— Pessoas? Que pessoas? Não há mais ninguém vivo ali.
— Não! — Gritou Eden — A minha mãe está lá! Eu preciso vê-la, vamos salvá-la Xena, ela pode ter se salvado.
— Tenho certeza que não, sinto muito, nós tentamos escoltar em segurança qualquer cidadão sobrevivente, mas simplesmente não havia.
A menina chorava copiosamente.
— Eu não acredito! Temos que ver!
— Em seu lugar, eu não veria toda aquela destruição, você é muito nova.
Não posso fazer isso, Xena, temos que ver se é verdade.
— Gabrielle, leve Eden ao acampamento, eu vou com o cavalo ver o que aconteceu por lá — E beijou a testa da filha — Eu volto logo.
Correndo como o vento o cavalo galopava, o caminho sumindo e surgindo trazia a certeza de um incêndio cada vez mais forte, no fundo ela já sabia, mas preferiu verificar com seus próprios olhos.
Caminhando entre os destroços havia poeira e fumaça, nada que pudesse ser considerado vivo e brilhante, nada alegre ou simples como lembrava.
Sua cidade, o lugar onde cresceu, totalmente em cinzas, ali jaziam irreconhecíveis seus amigos de infância e talvez até parentes, não poderia deixar sua filha ver uma cena horrível dessas; voltou para ela e Gabrielle e contou a triste notícia.
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