Mais um dia comum

CAPÍTULO EXTRA — Ratos e galinhas d'angola


Como Tomás e Lucas reagiriam ao ouvir “caramba, você emagreceu”?

— Mais magro do que eu já sou?! — Tomás exclamou em choque com a afirmação, em sua paranoia usual.

Ele nunca foi de encucar com o corpo — embora seu sedentarismo crônico combinado a uma paixão incontrolável por coxinha e brigadeiro também não seja o mais saudável para seu perfil magrelo. O máximo de exercício que o garoto faz é dar uns pulos errados no Just Dance, mas ele sabe que não é o galeto mais gordinho do churrasco. No máximo, uma galinha d'angola frita no azeite.

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— Também não avacalha, ô! — ele fechou a cara, mostrando-se incomodado com as verdades ditas. Expressando sua frustração num suspiro, ele decidiu ignorar e continuar a apreensão sobre sua magreza — Jesus, assim eu vou acabar sumindo!

— E eu, meu Deus? — Lucas brotou do nada no meio da história, correndo em círculos com as mãos na cabeça, externando sua neura. Como é que o membro do ano da academia, o rato de ginásio que nunca pula um treino e vive à base de batata doce, teria emagrecido? Se quiser ver Lucas Albuquerque arruinado, diga que o treino não está fazendo efeito — Eu vou acabar ficando frango!

— Ah, é? — Tomás não demorou a manifestar sua ofensa com a declaração do ex-namorado, num olhar de julgamento. Se ele era um palito de dente com orgulho, por que isso incomodaria tanto Lucas? — Ah, palito de dente é exagero! Talvez, palito de churrasco?

— ...Mas seu corpo é lindo, Tom! — o moreno tentou compensar quando viu a bola-fora que deu, mas acabou piorando a situação. Se há uma coisa que irrita mais o garoto de olhos puxados que ser ofendido por Lucas, é ser elogiado por ele — Ei, por que ninguém me avisou que o Tom não gosta?

— Frango você já é, Lucas, só não aceita — Tomás aproveitou o momento e a baixa guarda de Lucas pra praticar seu hobbie favorito: zoar a masculinidade frágil de seu ex.

Claro que ele precisou sair correndo do sósia furioso de Johnny Bravo na mesma hora, mas o fez pensando em como valeu a pena e gargalhando como um Papai Noel japonês, num “hô-hô-hô” estranho ecoando pelo local. Inesperadamente, o asiático leva uma mão ao peitoral do moreno, mas esse não é o início de uma cena hot que alguns leitores esperam.

Ambos param a perseguição frenética, e dirigem seus olhares pra... Mim? Espera, o que eu fiz?

— Mano, pisou na bola — disse o garoto musculoso, me olhando como se eu tivesse cometido um erro grotesco.

— Paranoico, galinha d’angola, palito de dente, japonês, asiático? — repetindo agressivamente as palavras que usei para me referir a ele, a cada termo o tom de sua voz aumentava e logo notei o magrelo me fitando com fúria no olhar — Magrelo?!

— É, e ainda me chamou de rato de academia! — o outro exclamou, tentando se sentir incluso no meio da discussão.

— Isso não é bem um xingamento, Lucas.

— Ah, então tá.

— Você tirou o capítulo pra me desmoralizar? — ele continuou falando comigo, soando cada vez mais irritado. Não era um surto propriamente dito, pois não é assim que o rapaz costuma lidar com situações assim. Mas estar surtado faz parte da sua natureza, então... — Claro que tô surtado! Olha que eu falo com o JKG e você vai ver só! A história nem é narrada em terceira pessoa, de onde você surgiu? E eu sou coreano-brasileiro, volta aqui que eu ainda não acab-

...

É, acho que desisto de narrar esses dois. Tô fora!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.