Segunda Chance

14 - Um pequeno pedaço do paraíso


Dias atuais...

Havia chegado a Fernando de Noronha de manhã cedo, e assim que desfiz minhas malas tomei um bom banho e descansei um pouco antes de passear pela praia à tarde.

Me sentei na areia branca da praia e comecei a pensar no que faria daqui para frente, afinal não podia ficar de férias o resto da minha vida.

Como iria seguir em frente, se havia acabado de perder o grande amor da minha vida? Como iria cruzar com Felipe e não demonstrar o que ainda sentia? Ou pior, como poderia vê-lo com outra sem conseguir demonstrar minha dor?

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Apesar de toda a dor por estar longe dele, sabia que tinha feito o que era certo, pois não tinha o direito de continuar fazendo-o sofrer.

—Só espero que você consiga ser feliz. Que encontre alguém que te ame da maneira certa. - desejei enquanto olhava as ondas quebrarem na praia.

Passei um bom tempo ali, me desliguei de todas as minhas preocupações enquanto acalmava minha mente. Assim que escureceu decide voltar para o hotel em que estava hospedada.

—Srta. Torres.- a recepcionista do hotel disse assim que entrei no saguão.

—Sim.- disse confusa enquanto me aproximava dela.

—Um senhor deixou isto para a senhorita.- ela disse me entregando um lindo buque de rosas vermelhas que possuía um cartão.

—Obrigada.- disse confusa enquanto ela me entregava o buque, em seguida peguei o cartão para saber quem havia mandado aquele presente.

“Acho que eu deveria ter a chance de falar com você, nem que seja a ultima vez. Se concordar estarei lhe esperando no jardim do hotel. Com amor, Felipe.”

—Pode pedir para alguém colocá-las no meu quarto.- pedi e ela concordou enquanto eu saia ainda confusa por saber que Felipe estava aqui.

Afinal, não havia dito a ninguém para onde iria viajar, a não ser para minha mãe.

—Foi a minha mãe, não foi?- questionei assim que o encontrei sentado em um dos bancos do jardim do hotel.

—Foi, e você não sabe como foi difícil arrancar esse segredo dela. Tive que prometer céus e terras.- ele explicou assim que me sentei ao seu lado.

—O que você está fazendo aqui? Deixei tudo finalizado, por acaso faltou algo?- questionei confusa e ele revirou os olhos.

—Você acha mesmo que só vim atrás de você por causa de alguma papelada?

—E não foi?- questionei confusa e ele sorriu suave antes de acariciar meu rosto de leve.

—No momento em que percebi que você já havia assinado o divorcio e havia ido embora, não pode assinar. Por que eu te amo demais, e só de pensar por um momento que você não estaria mais ao meu lado, percebi que minha vida seria terrível sem você.

—Mas foi você que pediu o divorcio. Foi você que saiu de casa, Felipe.- disse seria e ele suspirou.

—Só fiz isso porque não conversávamos mais. Quanto mais tentava me aproximar de você, mas você se afastava de mim. Fiquei desesperado, quando percebi que você não estava mais feliz ao meu lado. E fiquei com raiva e magoa de mim mesmo por fazê-la infeliz e de você, por me afastar. Pedi o divorcio porque queria que você fosse feliz, mesmo que não fosse ao meu lado. Quando percebi que você havia assinado os papeis do divorcio apenas para que eu fosse feliz, mesmo me amando, simplesmente não pode continuar.- ele explicou enquanto me olhava nos olhos.- Então, usei meu privilégio de ser filho do embaixador, e embarguei no primeiro avião que vinha para cá.

—Se isso for alguma brincadeira, não tem a menor graça, Felipe Montenegro.- disse quase chorando e ele sorriu com amor para mim.

—Não estou brincando Valentina. Estou aqui na sua frente, implorando que me perdoe por tê-la feito passar por toda a dor de um divorcio, e que também me aceitei de volta como seu marido. Por que a nossa historia é forte e linda demais para acabar desse jeito. Sei que ainda podemos ser plenamente felizes.- Felipe implorou enquanto abria uma pequena caixa preta revelando meu anel e minha aliança de casamento. -Você aceita voltar a ser minha esposa?

—Sim, é tudo o que mais quero. - sussurrei em meio a lagrimas e Felipe sorriu feliz antes de colocar meu anel e minha aliança no dedo anelar da mão esquerda, de onde jamais deveriam ter saído.

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Sem pensar duas vezes o beijei apaixonadamente.

Rapidamente Felipe me puxou para o seu colo sem quebrar o nosso beijo.

—Eu te amo tanto.- sussurrei com minha testa colada a sua assim que nos separarmos para podermos recuperar o fôlego.

—Eu também te amo tanto. Nunca mais vou deixar você, isso é uma promessa meu amor.- ele sussurrou suave antes de voltarmos a nos beijar de forma ardente.

—Acho que devíamos ir para o meu quarto.- sussurrei assim que me separei de Felipe e vi os olhares recriminadores de algumas pessoas que passeavam pelo jardim para nós.

— Estamos tão bem aqui.- ele disse confuso e revirei os olhos enquanto saia do seu colo e o puxava em direção ao hotel.

Assim que estávamos seguros em meu quarto, começamos a nos livrar de nossas roupas e nos entregamos à paixão que sentíamos um pelo outro, a qual estava reprimida por anos.

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—Onde você vai?- questionei sonolenta assim que Felipe começou a se levantar da cama.

—Preciso ir para o meu quarto, tirar as lentes e pegar meus óculos. Antes que eu adormeça com elas.- ele sussurrou cansado e concordei antes de lhe dá um beijo.

—Só não demora. - pedi e ele sorriu.

—E perder a chance de você me chutar assim que adormecer profundamente? Claro que não. Você não sabe como senti falta disso.- ele disse suave e revirei os olhos antes dele começar a se vestir.

—Vou tentar não dormir, para que você não perca a chance de ser chutado.

—Não vou demorar, meu quarto fica um andar abaixo do seu. Volto logo.- ele assegurou assim que terminou de se vestir. - E, tente não dormir.

—Tá.- sussurrei sonolenta enquanto ele saia.

Tentei a todo custo não dormir, mas o cansaço havia me dominado e acabei cochilando de leve. Não demorou muito até que senti alguém se deitar na cama e me abraçar por trás, e reconheci o perfume que Felipe usava.

—Tentei não dormir, mas não consegui.- disse embriagada pelo sono e ele sorriu de leve antes de se aconchegar mais a mim.

—Está tudo bem, posso matar a saudade dos seus chutes depois. Teremos muito tempo pra isso.

—Promete?- questionei antes de virar para vê-lo usando seus óculos.

—Prometo, agora tente descansar, afinal está tarde.

—Eu te amo.- sussurrei e ele sorriu suave antes de se inclinar para me beijar.

—Eu também te amo, meu bem.- ele sussurrou assim que paramos de nos beijar e me aconcheguei em seu peito voltando a dormir profundamente.

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Abri os olhos ainda sonolenta, a claridade que entrava pela janela do quarto era filtrada pelas cortinas que balançavam a favor do vento, deixando assim a luminosidade entrar em intervalos.

Pisquei algumas vezes adequando minha visão a claridade e também tentando afastar o torpor do sono do meu cérebro.

Receosa, decide olhar para o lado, e quase parei de respirar ao comprovar que Felipe realmente havia vindo atrás de mim. Nós realmente havíamos decidido nos dar uma segunda chance, tal decisão foi selada com uma noite de amor maravilhosa, uma noite que não tínhamos há muito tempo.

Não conseguia acreditar que havíamos voltado, mesmo olhando-o dormir ao meu lado, ainda desconfiava que tudo não passava de um sonho.

—Você está começando a me deixar constrangido pela forma que está me olhando.- Felipe sussurrou com a voz rouca de sono e ainda de olhos fechados.

—É que não parece real.- sussurrei ainda sem acreditar no que havia acontecido ontem e Felipe abriu os olhos para me ver.

—O que não parece real?- ele questionou enquanto esticava sua mão esquerda para pegar seus óculos e colocá-los.

—Você... Eu... A noite passada.-sussurrei atordoada e ele concordou antes de se sentar na cama e indicar que eu fizesse o mesmo.

—Não sabia que você tinha sonhos eróticos comigo.- Felipe disse e corei sem graça, o que fez ele rir. – Depois eu é que sou a mente perversa.

—Em minha defesa, foi só uma vez.

—Valentina.

—Ou talvez mais de uma vez. Mas nem chega perto da sua mente “criativa”.- apontei tentando mudar de assunto e ele sorriu.

—Tudo bem, mas vou descobrir o que aconteceu nesses sonhos.- ele sussurrou para si mesmo antes de sorrir de lado.

Sempre que Felipe iria aprontar, ele dava esse sorrisinho de lado.

—Mas voltando ao assunto inicial, porque você está receosa? Ontem, você estava tão entregue e hoje está aparentando insegurança. O que está lhe incomodando, amor?

—E se você se arrepender? Se perceber que não me quer mais? Não vou aguentar passar por tudo aquilo de novo. - solucei entre lagrimas e Felipe me olhou com dor.

—Me perdoe por tudo que lhe fiz passar.- ele sussurrou culpado enquanto me olhava nos olhos. – Sei que palavras e promessas não irão apagar toda a dor, humilhação e vergonha pela qual você passou. Mas, peço que acredite no amor que sinto por você. Se tiver duvidas, passarei a minha vida inteira dizendo e demonstrando o quanto amo você. E que jamais vou deixá-la de novo.

—Promete?

—Prometo meu amor.- Felipe sussurrou antes de acariciar meu rosto de leve e me beijar com carinho.

Passamos o dia todo na cama, só levantamos apenas para comer, quando o serviço de quarto solicitado por Felipe havia chegado. Estava me sentindo em uma segunda lua de mel, e Felipe estava se esforçando ao máximo em transformar nossa estadia aqui em uma.

—Tem certeza que não quer dar uma volta lá fora?- Felipe sussurrou enquanto estávamos na banheira cercados por espuma.

—Porque eu iria lá fora?- sussurrei suave em seu pescoço, já que eu estava encostada em seu peito e ele sorriu.

—Para dá uma volta pela praia, sei o quanto você gosta de sol e mar.

—É verdade, mas entre a praia e você, prefiro você.- confidenciei e ele sorriu amoroso antes de se inclinar para me beijar.

Felipe só conseguiu me arrastar para a praia no dia seguinte, só concordei em sairmos do quarto porque descobri que na pressa para vir atrás de mim, meu marido acabou esquecendo de colocar seus antialérgicos na mala, o que me deixou preocupada. Afinal, Felipe não podia ficar sem eles por perto. Depois que havíamos comprado todos os seus medicamentos, fomos direto para a praia onde decidimos almoçar.

Após o almoço fomos andar pela areia da praia, aproveitar o sol e a brisa refrescante que o vento trazia depois que cansamos de andar nos sentamos de frente para o mar e ficamos admirando a sua imensidão.

—Eu te amo Felipe.- sussurrei encostada nele e ele me abraçou com carinho.

—Eu te amo Valentina.- ele sussurrou e sorri antes de lhe dá um beijo.

E naquele instante comecei a acreditar que conseguiríamos continuar nos amando, sem o fantasma da duvida nos assombrar.

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