Noctívago

XVII


Assim que aquelas palavras foram proferidas, Daichi congelou.

A ideia de que Sugawara queria dizer partir permanentemente o atordoou — então, Daichi obrigou-se a ouvir primeiro, depreender depois.

Deixou o livro que lia em uma mesinha, ao lado de um cálice ornamental. Levantou-se da poltrona, dirigindo-se até ele.

— Aonde?

— Preciso ajudar um amigo. Urgente. — Ele havia passado de nervoso para veemente surpreendentemente rápido. Sua voz soava resoluta. — Está de noite; posso ir até lá com facilidade.

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Antes, pensava que Sugawara fosse algum tipo de ermitão; porém, aprendeu que, apesar de seu isolamento espacial e rivalidade com outros vampiros em geral, ainda tinha amigos entre eles. Vários, até.

— Posso ir com você — sugeriu Sawamura.

— Fique. É... mais seguro. — Koushi era educado demais para dizer a razão verdadeira: ele iria atrasá-lo. Tinha certeza. — Volto logo. Juro.

— Então vá. Vou ficar bem — disse, quando percebeu o início de hesitação do outro. Então, sorriu. Havia voltado a fazê-lo com a mesma frequência de antes.

Seu sorriso foi retribuído, embora forçosamente. Então, Sugawara deus as costas a ele. Com um último olhar por sobre o ombro, partiu, noite adentro.

Pouco tempo depois, Daichi ouviu os primeiros ruídos de um motim — cada vez mais próximo dali.