Hasta Morir

À espera da morte


POV Nico

Eu e Angie ficamos parados, observando cada vez mais raios atravessarem o céu até que Percy e Annabeth nós alcançaram.

Não dissemos nada, só nos olhamos.

-Alguém sabe o que está acontecendo? – Perguntou uma voz a nossas costas.

Era Thalia junto com as caçadoras.

-Ninguém disse nada. Só nos mandaram vir pra cá. – Percy respondeu sem olhar pra trás.

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-Porque aqui em Orange County? – Angie sussurrou.

-Ninguém aposta no óbvio, lembra? – Eu disse.

-E desde quando a Califórnia é um lugar óbvio? – Annabeth perguntou retoricamente.

-Não é. – Percy disse ainda olhando o horizonte.

Enquanto nós estávamos esperando, cada vez mais semideuses apareceram vindos não-sei-de-onde.

Eu olhei pra trás quando notei um silêncio prolongado. Tinham por volta de uns vinte e cinco semideuses lá, todos armados com espadas, escudos, arco e flecha, lanças – todos abaixados – alguns com cara de pânico, outros apenas assustados. Eu reconheci alguns rostos, como o de Clarisse logo à frente, apertando sua lança, com uma expressão parecida com a de Annabeth.

Eu já estava ficando entediado quando algo estranho aconteceu.

Uma massa negra começou a se formar no céu e de dentro daquela massa começaram a sair mais algumas coisas só que transparentes. E, de repente, contra o céu foram desenhadas as formas de alguns mortos conhecidos. Charles Beckendorf, Silena Beauregard, Luke Castellan, Bianca, Castor, Ethan Nakamura e Lee Fletcher.

-Luke! – Annabeth e Thalia chamaram.

Percy segurou a mão de Annabeth com mais força quando os olhos dela se encheram de lágrimas.

Bianca parecia olhar diretamente pra mim. Meus olhos arderam quando toda a saudade que eu sentia dela me invadiu, só que eu não chorei. Ela abriu um leve sorriso pra mim.

-Bianca. – Eu sussurrei.

Angie passou seu braço pelas minhas costas, mas não disse nada.

-Nico porque seu pai tá fazendo isso? – Thalia perguntou.

-Como se esse fosse o pior dos nossos problemas agora. – Angie disse. – Olhem!

Eu segui a mão dela até uma mancha crescente no horizonte.

-Está anoitecendo – Percy disse.

-De uma forma muito estranha – Annabeth completou. – Muito mais denso e muito mais rápido.

Era verdade, estava ficando escuro rápido demais, os raios de Zeus não clareavam mais o céu e nós só podíamos ouvir o barulho do mar revolto abaixo de nós.

Em toda a minha volta espadas, escudos, flechas e lanças se ergueram seguidos por caras de medo.

Percy destampou Contracorrente e foi pra ponta do penhasco, ao meu lado, Angie tirou um canivete do bolso.

- um canivete? – eu perguntei.

-É uma espada, meu pai me deu no casamento do Percy. – Ela respondeu enquanto apertava um botão, que normalmente subiria a lâmina, mas em vez disso, o canivete se transformou em uma espada de pouco menos de um metro.

-Legal. – Eu disse e ela sorriu satisfeita.

-Eu quero saber o que está acontecendo aqui! – Uma voz desconhecida gritou á minhas costas.

Todos os rostos se voltaram pra um cara de cabelos castanhos, alto e com cara de revoltado. Não devia passar dos 16 anos.

-Se os deuses nos mandaram pra cá e não falaram nada é porque nós não temos que saber de nada ainda. Então se acalme. – Annabeth disse em uma voz baixa e autoritária.

Ninguém disse mais nada depois disso.

-Heróis.

Todos nós nos viramos pra entrada do mirante. Parada - com uma expressão vazia, túnica branca e sandálias de couro – estava Hera. Todos fizeram uma breve reverência pra ela.

-O que está acontecendo? – Percy perguntou antes de qualquer um abrir a boca.

- Perseu, Thalia e Nicolas, não se preocupem com o que seus pais fizeram. Eles estão se comunicando, por assim dizer. – Ela disse calmamente.

-Comunicando? Porque não fizeram uma reunião no Olimpo como sempre fazem? – Eu perguntei.

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-Eles não podem sair de seus reinos. É um meio de proteção.

-Por quê? O que está acontecendo? – Thalia perguntou.

-Érebo. – A deusa respondeu no mesmo tom calmo.

Bem perto de mim, Annabeth pareceu engasgar e sua expressão decidida mudou logo pra desespero.

-Quê? Como assim? Não pode ser! – Ela começou a exclamar exasperada.

-Zeus foi avisado pelo próprio Érebo, Annabeth.

Meu sangue gelou. E pelo visto, não foi o único. Érebo é um dos deuses primordiais – deuses que vieram antes dos titãs, os pais dos titãs –, ele é a personificação da escuridão, mas ele tinha sido jogado no tártaro, junto com os outros deuses primordiais e os titãs.

-Se um deus primordial saiu do tártaro, os outros com certeza saíram e o que garante com os titãs não tenha saído também? – Annabeth disse á beira do desespero.

-Isso não parece real. – Angie disse.

-Você não lutou com a gente antes, você não te a menor idéia de como ser um semideus é irreal. – Eu disse.

-Fiquem calmos. – Hera disse fazendo o murmúrio se silenciar instantaneamente. – Está tudo sob controle por enquanto. Mas fiquem de sobreaviso: quando chegar à hora de lutar, lutem junto e por seus pais. É só.

Todos nós fechamos os olhos quando uma luz forte nos atingiu.

-Então é esperar. – Angie disse transformando a espada em canivete outra vez.

Seguido por isso, as armas foram todas abaixadas.

-Como assim, esperar? Alguém entendeu a gravidade da situação? – Annabeth perguntou.

-Todos entenderam Annabeth, mas você ouviu, não chegou a nossa vez ainda. – Percy disse tentando acalmar a esposa.

Não deu efeito. Annabeth juntou seus meio-irmãos e eles se sentaram a um canto e começaram a conversar.

Percy voltou pra ponta do penhasco e se sentou lá, olhando pro mar. Angie soltou minha mão e foi se sentar ao lado dele. Eu me sentei no banco mais próximo e evitei pensar, tentei esvaziar a mente. Não me preocuparia agora, só me prepararia pra lutar com e por meu pai, como Hera mandara.

POV Angie

-Percy?

-Angie. – Ele disse e eu me sentei ao seu lado no penhasco.

A sensação de estar com os pés a mais de 50 metros do mar não era muito boa, mas eu tinha mais com o que me preocupar.

-Você está preocupado?

-Não quero estar em duas profecias. – Ele disse sem me olhar.

-Qual é a outra profecia?

-\"Sete meio-sangues deverão atender o chamado

Pela tempestade ou fogo, o mundo devera cair.

Um juramento deve manter um ultimo suspiro,

E inimigos carregarão suas armas para os Portões da Morte\" – Ele recitou ainda sem me olhar.

-Não creio que essa profecia se aplique ao presente momento. Esse não é o tipo de coisa que Apólo poderia sequer imaginar. Muito menos Rachel.

-Você está certa. – Ele disse abrindo um leve sorriso.

-Sabe, eu estou com medo. – Eu confessei.

-Do que?

- Isso vai acabar em guerra de um jeito ou de outro. E se os titãs se juntarem com seus pais? O Olimpo já era.

-O rei dos titãs não está forte o sufisciente. –Ele disse sem muita certeza.

-Estou contando com isso de certa maneira. – Eu disse e ele passou seu braço em volta de mim.

-Nós vamos sair dessa. E se não saírmos, estaremos todos cortados em pedaços e jogados no tártaro em algumas horas, mas ainda estaremos juntos. Todos nós. – Ele disse quase sorrindo.

-Esse nã é um pensamento muito animador.

-É o melhor que eu tenho.

E assim, nós ficamos ali junto com outros, esperando. Cada segundo parecia um eternidade, o tempo parecia se arrastar de forma mais lenta o que fez minha espinha tremer. Cronos tinha esse poder. Mas não podia ser ele, ele estava fraco de novo. Não podia ser. Podia?