Quase humano

Órgão


O clima estava tão pesado que Asahi mal conseguia respirar direito. Ao longe, dava para ouvir uma música fúnebre, tocada em um órgão.

Parado em sua frente, estava o fantasma preto, com seu corpo fino e comprido que dava arrepios em Asahi. Cercando os dois, havia uma poça de sangue.

Asahi tremia, mas não conseguia mover um músculo sequer. A criatura se inclinou em sua direção, e a música foi ficando cada vez mais alta, até ser a única coisa que ele conseguia ouvir.

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O fantasma estendeu a mão em sua direção e tocou seu rosto com uma garra, deslizando-a lentamente enquanto a afundava cada vez mais em sua pele. O sangue escorria pelo seu pescoço e ele queria gritar, mas não conseguia.

Asahi acordou em um pulo, encharcado de suor e tremendo muito. Ele conseguiu pegar no sono com muito custo naquela noite, mas, pelo visto, não tinha dormido mais do que três horas.

Ele se sentou na cama e abraçou os joelhos contra o peito, pensando nas palavras de Nishinoya.

Se ninguém souber, vai ficar tudo bem.

Não era o medo de ser descoberto que assombrava Asahi, mas sim as duas mortes que foram indiretamente causadas por ele.