Quase humano

Pochete


― Está quase na hora.

Ele fechou o Nintendo DS e o colocou de lado, levantando-se do sofá.

Dois revólveres, uma espingarda e um facão, além do pequeno canivete que sempre ficava em seu bolso, e uma pochete com munição mais do que suficiente. Devia dar pro gasto.

Os mapas do laboratório estavam sobre a mesa, e ele já havia decorado cada detalhezinho deles. Dessa vez, era melhor ele ser mais discreto. Chamar a atenção da mídia ficava para depois.

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Ele penteou os cabelos com os dedos e colocou a boina.

― Hora de resgatar aquele tal de Tanaka.

x✖x

Há quanto tempo ele estava ali? Anos? Provavelmente.

Ele já fora esmagado, alvejado por tiros, afogado e dissecado milhares de vezes durante aquele tempo todo.

Todo dia, Tanaka morria várias e várias vezes, das maneiras mais variadas possíveis. Ele aguardava ansiosamente o dia em que ele não iria mais ressuscitar, o dia em que ele finalmente poderia descansar em paz.

Voltar a sua vida normal lhe parecia impossível. Ele nunca mais seria a pessoa que era antes de ser trancado naquele laboratório.

Amarrado e amordaçado, deitado naquela maca fria, Tanaka só desejava que algo o tirasse de lá, vivo ou morto.