Japanese Life

Undue Problems


"Querida Momo,

Pensei em escrever-te porque... Bem... Não acho que teríamos coragem para falar contigo ao telefone sem começarmos a chorar. Há algo que tenho que te contar.

Não te assustes, eu e a tua mãe adoramos-te imenso, mas tu própria sabes que os nossos trabalhos impossibilitam bastante ter algum tempo para ficarmos contigo e o podermos aproveitar. Desculpa, Pesseguinho. ♥"

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Foi o que li até... desatar a chorar. Depois vi apenas o final da carta: "Beijos, Querida! Ass.: Mamã e Papá"

Para mim, chega! Sempre que a carta começa assim, não acaba bem...

~Bryan~

A Momo reteve-se no corredor, então decidi ir chamá-la. Mal lá cheguei, via esgueirar-se para o quarto com uma certa rapidez. Ela parecia muito abalada. Esperem... ELA ESTÁ A CHORAR? Mas porquê? RAIOS! O que a fez ficar assim? A minha incrível prima está... Mesmo a chorar?

Só a vi fazer isso uma vez na vida e, digamos que o caso foi mesmo grave. Ela é a pessoas mais alegre e forte que conheço! Vou imediatamente ver o que se passa!

—Momo, estás bem..? - perguntei-lhe ainda fora do seu quarto.- Abre a merda da porta!- gritei, sem tomar a mínima atenção ao que dissera.

No entanto não obtive resposta, então continuei a bater à porta com alguma força. Depois disse para mim mesmo: "Calma, Bryan... Calma!". Passados cerca de 2 minutos, a Momo acabou por me deixar entrar no seu quarto, o que, para mim, foi surpreendente ou talvez simplesmente um pouco estranho. Ela costuma ser bem insistente e não lhe conseguimos tirar uma ideia da cabeça, se ela lá a enfiar. Embora não pareça, normalmente, tenho que lhe pedir muitas vezes para ela fazer algo que eu queira.

—Tudo bem, Momo?- questionei com uma certa admiração e desgosto ao vê-la naquele estado.

—Aham...- respondeu-me, esboçando um pequeno sorriso, depois de limpar as lágrimas que lhe escorriam pela sua face de porcelana.

—Tens a certeza?- insisti em perguntar.

—Sim, claro! Vamos almoçar, estou faminta!- afirmou com uma falsa animação, pois notava-se que estava triste e que a última coisa que queria era ter alguém a incomodá-la.

—Ok. Mas depois contas-me tudo. - exigi, tentando soar o mais calmo possível.

—Vamos!- disse, ignorando o que eu tinha dito.

Mais uma vez fui puxado pelo braço ou, melhor dizendo, arrancado do quarto dela. Descemos a grande escadaria, que nem era assim tão grande, mas que parecia nunca mais terminar. Chegámos ao corredor e a Mamy, a avó e o avô já lá se encontravam.

—Momo, querida, tudo bem?- perguntou a minha mãe.

—Sim Tia! Vamos almoçar! Estou cheia de fome!- afirmou agora com um enorme sorriso estampado no rosto.

—Que bom, querida! Então e a carta?- desta vez, foi a avó quem a interrogou e ela parecia muito ansiosa para obter uma resposta.

—A carta? Ah... Não era nada demais...- disse ela, querendo parecer indiferente e desviando rapidamente o olhar.

—A sério?! Tens a certeza? Pensei que fosse importante para ti...- declarou a avó.

Carta? Mas que carta? Oh... deve ter sido isso que a deixou assim... Eu irei investigar e descobrir o que aconteceu! Ninguém tem ou terá o direito de magoar a Momo! NINGUÉM!

—Bryan, agora pergunto-te a ti... Estás bem?- disse a Mamy.- Pareces um pouco perturbado... Aconteceu alguma coisa? Ou o meu menino decidiu virar um traquinas?- perguntou rindo, já que ser traquinas não é algo que eu seja. Sou irrequieto, mas não perturbo nada nem ninguém em circunstância alguma. A não ser, claro, que eu decida armar-me em Sherlock Holmes e me ponha a investigar.

Sei que vi a Momo sorrir, ela fê-lo discretamente, mas ainda assim percebia-se que tinha vontade de rir. Ainda bem! A felicidade dela vale ouro.

—Vamos?- perguntou o avô, que estava com um boné muito bonito e super interessante, mas que não passava de um acessório como qualquer outro, considerando o seu valor.

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A única coisa que chamava a atenção naquele chapéu era o facto de ter um belíssimo desenho bordado com cores vibrantes que se destacavam, pois o boné era negro como a noite. Não sei bem o que representava aquele bordado, mas tenho a certeza que foi feito ou pelo avô ou pela avó ou ainda por alguém próximo deles, talvez um velho amigo ou assim.

—Sim, claro!- respondemos todos, parecendo um coro em sintonia.

Passados cerca de trinta minutos a caminharmos e a conversarmos uns com os outros, lá acabei por dizer alegremente:

—É tão bonita esta cidade! Não me canso de o dizer!

—Não achas, Momo?- perguntei-lhe, visto que parecia distraída.

—Sim, é fantástica...- disse ainda com uma certa tristeza no olhar.

—Chegámos!- disse a Mamy com um grande brilho nos olhos.