Um Conto de Amor Perdido

Necessidade de Amparo


O céu em toda sua plenitude e majestosidade parecia abandonado para morrer queimando, como um azarado em meio ao deserto escaldante, nem mesmo as nuvens condensadas de água estavam presentes rompendo assim o papel de companheiras eternas, o Sol como o vilão jazia imponente intimidando quaisquer formas de vidas a lhe encarar ou aguentar.

As tão presentes aves não mais eram vistas cruzando o manto azulado, as plantas sendo copiosamente danificadas e os animais sujeitados a grandes migrações em busca de águas e sombras, não muito diferentes dos humanos da pequena vila ninja situada.

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Mesmo as enormes construções não eram páreas para suportar o enorme abafado residente de um clima tropical, os habitantes se encontravam mais nas ruas e em vendas, principalmente nas de alimentos onde ansiavam as bebidas e nas sombras geladas gostosas dos bosques e até mesmo da floresta para os mais corajosos e valentões.

Para as crianças somente folias e diversões demasiadas nos riachos e cachoeiras mas também uma grande preocupação para com elas. Os ninjas que chegavam das missões vinham vermelhos, quentes e pingantes de suor, os menos resistentes chegavam a desmaiar no portão de entrada, sendo logo socorridos por Kotetsu e Izumo.

Nem todas as crianças brincavam lá fora, algumas treinavam, outras trabalhavam, umas os pais não deixava sair no sol ardente e alguns raros dormiam ou ainda estavam acordando em pleno início da tarde com a estrela em ponto alto.

No aglomerado de residências mais afastados do centro, enfileiradas na terceira rua de chão batido e a última casa com um grande quintal abrangendo algumas árvores, o calor inconveniente fervia o cômodo fazendo o corpo infantil masculino despertar aos poucos.

Acordou e ficou estirado na cama de solteiro ainda espaçosa para si, coçou os olhos bocejando e foi lambido demasiadamente pelo cachorrinho de latidos finos. Sorriu mostrando seus caninos afiados tornando a acaricia-lo enquanto se levantava.

Seguiu até o banheiro no corredor fazer suas lavagens e o cheiro de tinta se fez presente, urinou, lavou o rosto bagunçando o cabelo mesmo sendo espetado espontaneamente e se preparando para fazer suas marcas, colocou o companheiro em cima do vaso, molhou o pincel na tinta viscosa e segurando o espelho de mão se concentrou em desenhar as tão comuns e expressivas presas vermelhas de seu clã.

Terminando sorridente e orgulhoso correu, sendo seguido pelo quadrúpede e o aroma delicioso de comida circundou no ar e envolta deles, os esfomeando mais. Pararam na cozinha.

A porta estava aberta, dando assim a visão do interior de madeira numa cozinha aconchegante onde residia uma pequena mesa para quatro pessoas, um fogão também de quatro bocas, uma espaçosa pia com armários de canto e em cima com a geladeira cinza de duas portas, bem modernizado.

—Venha aqui! –A voz naturalmente autoritária e irritadiça chamou-o. Andou cambaleante até sua mãe e a encarou receoso sem esconder seu medo. As unhas seguraram seu rosto pequeno virando os dois lados, as pupilas negras o analisou e se satisfez suavizando a expressão, que não mudara nada da habitual, havia pintado corretamente o símbolo tão orgulhado.

Ao solta-lo, apressou para frente do fogão se deliciando com o aroma do bife de cartilagem, sua comida preferida, retornou a sentar na mesa escutando a advertência. O cãozinho também correra no cômodo mas não de encontro a comida mas sim ao canino adulto deitado folgadamente na porta de entrada, seus latidos estridentes fizeram o maior revirar os olhos e estando prestes a alcança-lo, encolheu as patas fazendo-no dar de cara com a parede.

Kuromaru era o oposto de sua parceira, sendo estranhamente calmo e controlador porém ainda tinha o mesmo mal humor dela e filhotes, lhe tiravam toda a paciência, como agora que Akamaru mordia-lhe a única orelha restante e voltemeia seu tapa-olho, cicatrizes de batalhas que jamais esquecerá.

Kiba salivara quando sua mãe lhe serviu a porção de comida recheando no pedaço de carne, esperando-na se juntar a ele.

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—Itadakimasu! –Juntou as mãos em agradecimento e com os hashis em dedos, começou a se alimentar. Não mais estranhava as duas cadeiras vagas em casa, sua irmã Hana raramente almoçava com eles pois as consultas médicas veterinárias eram sobrecarregadas e bem, seu pai os deixou, então era indiferente, sabia que a presença materna era intimidadora para muitos.

Após comerem, Tsume fora preparar a marmita para a filha enquanto o menino, alimentar seu amigo. No tempo de espera, pensava em novas brincadeiras para os dois. Satisfeito o animalzinho terminou a refeição e retornou a folgazar com o ninken, que enfadado rosnara ruidosamente ocasionando na fuga assustada e choramingada do pequeno.

—Hey, Akamaru!! –Preocupou-se e quando foi sair ligeiramente, tropeçou no pé da mesa levando as comidas junto a si para o chão. A genitora puxou-o pela orelha dando-lhe uns tapas doloridos, impelindo-o para a porta, onde desequilibrara e tornara a cair em cima do cinzento, resmungando pragas.

Se levantara rapidamente mancante e choroso, antes que apanhasse novamente, passou deixando o portão aberto. Procurou-o por todo canto, toda parte na vila inteira, passou pela floricultura dos Yamanaka, a casa dos Nara, a residência dos Hyuuga, os campos de treinamentos, frente a mansão do Hokage e até perto da área dos Uchihas.

Evitara se aproximar de seus colegas, não queria que vissem o vencedor da vila em momento tão frágil, onde as lágrimas escorriam espessas pela queimação do açoite, o encontrão que sofreu e o medo de perder seu comparsa.

Parou cansado e ofegante ao chegar na praça, se refugiando a baixo da sombra fresca das árvores ginkgo biloba centrais . Com as mãos nos joelhos ralos respirou em abundância. Não havia muita gente nos bancos, do contrário, estava cheia de pombos e aves comendo o alpiste que foi deixado para eles.

Em meio a pousos e vôos dos pássaros, a criança não percebera a mulher que se encontrava mais atrás observando o espetáculo sorridente e encarando a figura abaixada.

Suas roupas eram balançadas pelo assoprar do vento, sendo um kimono azulado detalhado em flores coloridas com uma faixa neutra presa a cintura, a maquiagem roxa combinava com a presilha violácea que sustentava um coque solto deixando os fios ondulados livres na frente e os olhos rubro muito originais coincidiam com a sombrinha carmesin, agora fechada segurando na mão por estar com os braços cruzados.

O menino se recompondo levantou as vistas encarando-a e se apressando em secar o choro, não chorava perto de estranhos, nem de conhecidos.

—Hey, tudo bem...Não precisa ficar envergonhado. –Sorriu gentil com a voz carinhosa, já havia visto esse guri pela vila, conseguindo as vezes ser mais barulhento e empolgado que o Uzumaki.

Cruzou os braços virando o rosto em um bico ofendido pelo tratamento. Voltando a olha-la quase de imediato escondendo o sorriso perverso.

—Você é uma kunoichi? –Soou interrogativo pela vestimenta diferente da habitual de sua madre, que constantemente estava em missões deixando-o mais ao encargo da irmã.

—Sim. –Orgulhou-se, o caminho sofrido por Kurenai para ter sua graduação só a fazia se orgulhar junto de seus amigos. –Por que estava chorando?

—...Perdi meu amigo... –A tristeza dominou-lhe a face.

—Amigos são coisas valiosas então nos perdemos deles com a certeza de que seremos logo encontrados, não é motivo para desespero. –Bagunçou mais os fios vendo-o sorrir com os caninos inconfundíveis do clã dos ninkens.

O habitual convencido e independente herdeiro de Tsume Inuzuka, pavorosa até mesmo para o próprio marido que a deixou, legando igual personalidade predominante da responsável, agora se encontrava em completo deleite e enlevado com a bela mulher que o encantara e fizera sarar suas dores corporais, aquecendo-no com suas palavras o terror em seu íntimo.

Se debruçou um pouco para a frente, descruzando um de seus braços onde a manga longa da vestimenta tampava-o, revelou uma bolinha de pelos alvos deitada prazerosa com a língua de fora. O moleque estampou um largo sorriso estendendo as mãos.

O canino foi devolvido cuidadosamente para um garoto ansioso, foi lambido e recebido com latidos apreensivos, fazendo-o se lembrar de quando o ganhara de sua mãe.

—Encontrei-o irrequieto e ofegante, acalmando-o e esperei que logo o dono apareceria. –Relatou do encontro para que ficasse a par.

Foi pega de surpresa com uma lambida do filhote e um beijo estalado do gaiato que ficara na ponta dos pés.

Um ultimo olhar apreçado das íris vermelhas para as entusiasmadas pupilas em fendas negras.

—Arigatou! -Saiu feliz por ter reencontrado seu parceiro e encontrado uma mulher incomum.

**

Afastados da entrada da vila num morro elevado, duas figuras adolescentes encontravam deitados de baixo da árvore que já expelia suas folhas vermelhas para o ínicio do outono.

—Hey Kiba, você acredita em amor a primeira vista? –O mais alto de pele clara soltou por acaso esta pergunta em uma profunda reflexão de sua mente relaxada.

Em seu comportamento normal, o jovem de feições animalescas teria ficado surpreso e atacado Shino, com questionamentos do por que desse tipo de assunto mas achava-se em um estupor apaixonado com uma de suas mais adoráveis lembranças.

—Sim! –Alegou extasiado sendo comprovado pelo latido do canino adulto.

**

Aqueles olhos vermelhos me perseguem.”

“Um segredo que ninguém pode saber

Nos meus sonhos, vai se revelar

Não posso mais voltar, já cometi o pecado de te amar...”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.