A mestiça

O quarto escuro


A porta se abre iluminando a escuridão do quarto. A garota deitada já mudara a expressão antes calma agora demonstrava medo pela figura que acabara de atravessar a porta. A figura se aproximou da cama, sentou-se e deu um sorriso antes de aproximar a cabeça do pescoço da garota.

Na escuridão do quarto o vermelho dos olhos da figura se destacava. A garota sentiu a dor lhe invadir, mesmo já convivendo com aquilo há alguns anos. Após a figura afastar a cabeça do delicado pescoço, que pingava algo. A cabeça da garota caiu encostando-se a figura. A figura a ajeitou na cama. Saiu do quarto a deixando na escuridão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

...

No mesmo quarto escuro após algumas horas talvez dias. A escuridão foi rompida pela luz da porta {aberta} onde estava a mesma figura parada com o mesmo sorriso no roso mal iluminado. Se aproximou vagarosamente da cama onde a garota aguardava desta vez sentada.

— Se levante, vou fazer uma experiência.

A garota obedeceu levantando-se e caminhando até a figura parada. Foi segurada no braço gentilmente. Atravessaram a porta de uma sala grande onde um jovem estava parado com outros dois homens parados olhando os dois que adentraram a sala.

— O que você quer comigo dessa vez? – o jovem perguntou.

A figura agora com a luz se podia ver que era um homem alto com cabelos negros igualmente seus olhos, agora ônix. O homem nada respondeu apenas segurou o pulso da garota com madeixas rosadas, tirou um objeto pontiagudo do bolso e cortou o pulso da rosada. O jovem olhava o sangue pingando e logo seus olhos antes negros ficaram avermelhados.

O homem sorriu e viu o jovem se aproximar por instinto da pequena. Logo os joelhos dela cederam, o jovem se afastou e olhou a rosada que era segurada pelo homem. Os outros dois se aproximaram e pegaram a rosada, a levando para o quarto novamente. O jovem olhava o homem querendo uma explicação para o que acabara de fazer.

— Quem é ela? – o jovem perguntou ainda receoso.

— Sakura é apenas uma preciosa flor que tive a sorte de encontrar.

— O que você fez comigo? – jovem perguntou.

— Você já tinha isso apenas despertei.

— O que exatamente?

- Na hora certa ira saber.

O jovem foi guiado até seu quarto onde deitou na cama ainda confuso.

...

O jovem caminhou até o escritório do homem que ainda não havia esclarecido muito para ele.

— Quem foi o primeiro que fez isso com ela?

— O próprio pai – o homem respondeu.

— Como ele chegou a esse ponto?

— Não temos controle muitas das vezes. Ela estava brincando feriu-se e ele acabou não se controlando.

— Por que isso só acontece com o sangue dela.

— Por que ela é uma mestiça. Ela também é metade vampira, por isso ela não morre como as outras vítimas. Algo impede que seu sangue esfrie ou acabe.

—Qual é a outra metade dela?

— Ainda não sabemos.

O jovem se retirou para seu quarto. No meio da noite ele estava na janela do quarto da pequena a observando. Se aproximou dela e ela abriu sus esmeraldas.

— Calma vou te tirar daqui.

Ele estendeu a mão e a garota aceitou se levantando. O jovem colocou a rosada nas costas e começou a correr até chegar em uma pequenina casa onde entrou e colocou a rosada na cama.

— Aqui era seu antigo lar. Amanhã resolveremos o resto.

A garota assentiu e dormiu novamente. Na manhã seguinte a rosada desceu para a cozinha onde encontrou o jovem sentado.

— Está com fome? – ele perguntou.

A garota assentiu desconfiada, o mesmo mostrou a cesta de pão em cima da mesa. Ela pegou um pão e o partiu ao meio, levou próximo a boca e o cheirou.

— Calma, não tem nada.

Ela comeu devagar prestando atenção a cada movimento do jovem. O mesmo sorriu de canto com a atitude da rosada. Após terminar ela olhou o rapaz nos olhos.

— Como sabia que eu morava aqui? – a rosada perguntou baixo.

— Vinha sempre aqui após um acidente.

O silencio dominou o lugar.

— Quantos anos tem?

— Quinze.

— Há quanto tempo está com ele?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Acho que desde meus doze anos.

Ela suspirou e olhou para a mesa, vendo o jovem se levantar e se encaminhar até a porta.

— Saberá se cuidar? – ele perguntou.

— Isso não importa você terá que voltar.

— Por quê? – ele se virou a olhando.

— Após a primeira vez você não consegui mais controlar os instintos. Sague de animal diminui à vontade, mas não totalmente. Você ficara fraco conforme as semanas passarem – ela falou o encarando.

Ele assentiu e saiu.

... 2 anos depois ...

A rosada estava atrás de uma arvore esperando o momento certo de atacar o grupo de vampiros que foram mandados para procurar o pequeno vilarejo de pessoas refugiadas da guerra. E ela como líder tinha que proteger o vilarejo e seus moradores.

Ela começou a atirar flechas com seu arco enquanto pulava entre as arvores. Ela sentiu ser jogada no chão e um garoto um ano mais velho se colocar a sua frente. Tentou alcançar o arco, mas foi impedida pelo garoto que colocou o pé em cima de seu pulso.

O garoto que tinha os cabelos negros desajeitados e por hora os olhos avermelhados olhava ao redor vendo todos do grupo caídos com as flechas atravessando vários lugares do corpo deles.

— Fez um bom estrago – ele comentou frio voltando a encara-la.

O moreno levantou a rosada pelos pulsos com força. Ela encarou o moreno nos olhos avermelhados e ele ficou surpreso por ela não cair na sua ilusão.

— Interessante terei que usar o modo tradicional – ele falou pegando uma corda.

Ele a amarrou com os braços para traz e a jogou por cima dos ombros começando a andar sentindo os chutes da mesma. Não se importou apenas parou quando estava à frente de uma mansão. Ele entrou e se dirigiu até uma sala onde um homem estava sentado num “trono” observando o sobrinho mais novo entrar.

— Que bom que achou meu tesouro – o homem falou se levantando.

O moreno colocou a rosada no chão segurando seus braços. O tio dele acariciou o rosto da rosada com um sorriso.

— Afinal, por que a queria tanto? – o moreno menor perguntou.

O homem abriu mais o sorriso. Ele segurou os pulsos da rosada após a desamarrar, cortou o pulso dela e viu o moreno mais novo ir direto para o pescoço da rosada. Após o sobrinho se afastar a rosada se mantinha em pé com dificuldade.

— Como ela ainda está viva? – o menor perguntou surpreso.

— Com certeza descobrira por si só, Sasuke – o homem falou vendo o sobrinho o encarar.

O homem não ligando colocou a cabeça por trás do pescoço da rosada que ao sentir ele respira fundo arregalou os olhos. Ela já sem força alguma desmaiou sendo segurada pelo homem. Dois homens levaram a rosada para o mesmo quarto escuro de anos atrás.

— O que ela é? – o menor perguntou.

— Uma vampira – o homem falou como se fosse à coisa mais óbvia do mundo.

— Mas o sangue dela é quente – ele comentou confuso.

O mais velho revirou os olhos, começou a explicar ao mais novo sem dar muitos detalhes.

...

A rosada abriu os olhos e viu o moreno mais velho parado a sua frente com seus olhos avermelhados. Dava para sentir a vontade de sangue dele. Ela se sentou com esforço e tentou achar algo para se defender. Sentiu os dentes dele entrando na carne de seu pescoço. Ela respirava pela boca após ele parar. Ele sorriu maldoso.

— Senti falta de meus poderes – ele falou e saiu do quarto.

A rosada se deitou e fechou os olhos ainda com a respiração acelerada... Alguns minutos em silencio e uma brisa diferente fez a rosada abrir seus olhos. O moreno mais novo estava parado ao lado da cama após entrar pela janela. A rosada o encarou prestando atenção a cada movimento dele.

— Acho melhor nós irmos – ele falou.

A rosada se levantou com cuidado e ele a colocou nas costas. O moreno pulou a janela começando a correr. Vários vampiros que ficavam de guarda começaram a perseguir ele. Sasuke, o moreno, parou e os que estavam ao seu redor caíram no chão desacordados. Ele andou por mais um tempo e depois se encostou numa arvore sentando ao lado da rosada que respirava pela boca levemente rosada.

— Você está bem? – o moreno perguntou.

A rosada assentiu o encarando.

— Sasuke Uchiha – ele se apresentou.

— Sakura – ela disse – Acho melhor continuarmos – ela sugeriu vendo o mesmo assentir.

Ela se levantou sendo acompanhado pelo moreno. Ela olhou para trás pelo canto do olho sentindo o moreno pegar firme em sua cintura subindo no galho da árvore. Ele tinha uma mão na arvore e a outra continuava na cintura de Sakura. Ele olhava para baixo assim como a rosada. Viram dois homens olharem de um lado para o outro a procura deles.

Sasuke fez um sinal de silêncio com uma mão, Sakura assentiu e o viu pular e desmaiar os dois logo aparecendo a sua frente. Voltaram a caminhar, o moreno seguia Sakura. Ele sentiu algo parar em seu pescoço e a visão escurecer vendo Sakura ser segurada por alguém quando desmaiou.

...

A rosada acordou se sentando rápido sentindo uma pontada abaixo do pulmão e algo caindo sobre seu colo.

— Deveria cuidar dos ferimentos, Sakura-sama – uma mulher idosa falou.

— Obrigada Chyo – a rosada falou vendo a mulher sair.

A rosada estava com bandagens pelo tronco. Viu a porta ser aberta e o moreno entrar.

— Desculpe, a senhora falou que... – falou ficando de costas.

— Não tem problema- ela o cortou pegando uma regata preta e a vestindo.

Ele se virou para encara-la novamente agora vestida. Ele se aproximou e sentou nos joelhos perto da cama que a rosada estava.

— Onde ficaram minhas flechas? – ela perguntou.

— Estão na minha mochila, o que elas têm de especial? – ele perguntou.

— São modificadas para desacordar, paralisar ou matar quem tenta invadir o vilarejo – ela falou séria.

Sakura se levantou e recebeu o olhar do moreno sobre si.

— Deveria descansar – ele sugeriu.

— Ele aproveitará para aumentar as buscas da localização daqui – ela falou amarrando o cabelo em um coque que deixava alguns fios soltos.

Ela saiu da pequena casa onde era um hospital improvisado. Seguiu olhando para tudo procurando algo.