Pedrabbles

TadoTou - Joke


“Tacchan!” Assim que ouviu a voz estridente de sua namorada, Tadokoro se lembrou do deslize que havia acabado de cometer. “Você deixou a toalha molhada em cima da cama de novo!”

Essa era uma coisa que Tadokoro sempre fazia, desde muito antes de morar sozinha. A única diferença é que, agora, a bronca não vinha de sua mãe, mas sim de sua namorada.

“Desculpa, amor!” Ela se apressou para tirar os pés de cima da mesinha de centro antes que Toudou passasse pela sala.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Já é a segunda vez essa semana, quando você vai aprender?” Toudou parou em frente a namorada, com uma mão no quadril e a outra segurando a tal toalha molhada. “O colchão vai ficar todo mofado se continuar assim!”

Tadokoro soltou uma risada baixa assim que ela se virou e foi para a área de serviço do pequeno apartamento que dividiam. Toudou ficava uma gracinha quando estava brava, isso não dava para negar.

“Tá rindo do quê?” Antes que Tadokoro se desse conta, Toudou já havia voltado para a sala. “Vai ser um péssimo exemplo pro nossos filhos se continuar assim.”

“Filhos? A gente? E vai engravidar como? Com o dedo?” Tadokoro riu mais uma vez, mas se arrependeu assim que viu a expressão de Toudou.

Ela parecia estar extremamente chateada, e só então Tadokoro se deu conta de que havia falado uma coisa horrível. Mas já era tarde demais, Toudou cobriu o rosto com as mãos e correu para o quarto, batendo a porta atrás de si.

Apesar de nunca terem tocado no assunto diretamente, era bem óbvio que Toudou queria ter filhos. Dava para ver pela forma como ela olhava mulheres grávidas e crianças na rua. Tadokoro sabia que Toudou havia passado anos em crise antes de aceitar que gostava de mulheres, e era provável que toda essa história de ter filhos tivesse uma grande participação nisso.

Tadokoro suspirou, sentindo uma vontade imensa de dar um tapa na própria cara. Toudou deveria estar mais do que puta com ela, e tinha toda a razão para estar assim.

Não seria uma boa ideia tentar conversar com Toudou agora, ela provavelmente estava precisando de um pouco de espaço. Era melhor esperar um pouquinho para então se desculpar.

+

“Pachi.” Tadokoro parou na porta do quarto com uma caneca de chá quentinho nas mãos. “Posso entrar?”

De dentro do quarto, só veio o som das cobertas se mexendo, e mais nada.

Tadokoro suspirou, encostando a testa na porta.

“Tudo bem se não quiser conversar agora. Eu só quero me des-”

“Entra.”

Toudou estava deitada em sua cama, debaixo das cobertas, e voltada para a parede. Tadokoro colocou a caneca sobre o criado mudo e se sentou em sua própria cama.

“Desculpa.” Ela disse, e Toudou simplesmente virou a cabeça para olhá-la por cima do ombro, com os olhos vermelhos e inchados. “Eu falei uma coisa horrível, me desculpa.”

“Você deve me achar muito idiota por querer ter filhos, não é?”

“Não, não acho. Nunca acharia.” Tadokoro passou as mãos pelo rosto. “Acho que é muito bonito você querer isso, para falar a verdade.”

Toudou se virou, ficando de frente para ela, mas não disse nada.

“Você vai ser uma ótima mãe.”

“É claro que vou.” Toudou se sentou e pegou a caneca de chá. “Eu te perdôo, mas ainda estou brava com você.”

“Pode ficar brava pro resto da vida.”

“Se você continuar fazendo comida para mim, não vou ter como ficar.”