Almas Perdidas

A Descida se inicia


"Para encontrar a Esperança é necessário ir além do desespero.
Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora."

—Georges Bernanos

12:04 - O Início

Cidade de São Valêncio. Uma pacata comunidade no interior do Brasil. Um dia nublado com possibilidade de chuva a qualquer momento.

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No entanto, os eventos dessa história estavam acontecendo um pouco afastados da cidade... Após seguir uma trilha em meio às árvores, três policiais se encontravam na entrada de uma caverna.

— Esse é o local... Por favor, tomem cuidado!

Leandro Almeida... Um policial dedicado que sempre dava o máximo de si para proteger sua cidade. Mesmo com apenas 32 anos, dedicou boa parte de sua vida servindo à justiça.

Ao seu lado, uma mulher de longos cabelos escuros se aproximou.

— Você checou nossas reservas de luz? Não podemos nos arriscar a ficar no escuro. Especialmente se as crianças estiverem nas profundezas da caverna.

Amelia Ramos, uma jovem policial de apenas 22 anos. Sua vontade e dedicação a fez rapidamente subir no conceito dos policiais.

Leandro tirou sua mochila das costas e a abriu.

— Sim... Nós temos lanternas e baterias o suficiente para 6 horas. Mais do que isso se economizarmos.

Um outro policial, mais velho que Leandro, de cabelos brancos e óculos se aproximou.

— Isso é bom. Mas temos que nos lembrar que o sinal do celular não funciona dentro da caverna. E não vai ser legal se nos perdermos nos corredores.

Sebastian Ferraz... No auge de seus 43 anos, já passou por inúmeras missões policiais. Está sempre disposto à tudo, o que o torna uma pessoa de total confiança.

Leandro se virou para Sebastian.

— Isso é verdade... Vamos sempre tentar manter um trajeto constante. Essa caverna é um verdadeiro labirinto de corredores.


Após colocar a mochila de volta nas costas, Leandro e o grupo entraram na caverna.


12:17 - Dúvidas

O grupo continuava seguindo o corredor de entrada.

— Certo... Vocês se lembram o que estamos procurando, não é? - Perguntou Leandro.

Amelia coçou a cabeça.

— Sim... Três crianças. Dois meninos e uma menina que desapareceram nessa caverna.

— Os pais ligaram hoje cedo para a delegacia... Parece que todos pensavam que seus filhos foram passar a noite na casa de amigos, mas aparentemente estavam mentindo. Foi quando o pai do George, um dos garotos, encontrou uma nota no caderno dele dizendo algo sobre vir para essa caverna sem ninguém perceber. - Disse Sebastian.

Naquele momento, Amelia ficou pensativa.

— Isso é estranho... O que eles queriam nesse lugar? Ninguém vem pra cá exatamente pelo perigo de se perder.

Leandro continuava focando no caminho que estavam seguindo.

— Nós vamos ter tempo para perguntar isso à eles. Mas por enquanto temos que focar em encontrá-los.

Naquele instante, Leandro parou e pegou sua mochila.

— Leandro, o que está fazendo? - Perguntou Sebastian.

— A luz da entrada da caverna está acabando. É melhor pegarmos as lanternas.

O grupo parou. Leandro repousou a mochila no chão e retirou três lanternas, entregando uma para cada um.

— Lembrem-se: Temos baterias para 6 horas, mas precisamos tomar cuidado com o gasto excessivo. - Disse Leandro.

— Entendi! Usar apenas quando necessário. - Disse Amelia.

— Exato.

Amelia e Sebastian seguraram as lanternas, desligadas. Leandro guardou a sua no bolso da calça.

— Hum...

— Hã? O que houve, Amelia? - Perguntou Leandro.

— Ah? Nada... Eu estava pensando no que poderia ter levado as crianças a vir para esse lugar...

Sebastian colocou a mão no queixo.

— Na verdade... Eu andei pensando em algo...

Leandro e Amelia se viraram para ele.

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— Essa caverna é afastada da cidade, e seria o local perfeito para esconder alguma coisa. - Disse Sebastian.

Leandro se espantou.

— Sebastian... Você está pensando que... Essas crianças estariam escondendo algo aqui?

Sebastian ajeitou seus óculos.

— Eu não posso afirmar nada ainda, mas pensem bem... Esse lugar é perfeito para esconder armas, drogas, ou qualquer coisa ilegal.

Amelia baixou a cabeça.

— É verdade, mas... Eu ainda quero acreditar que essas crianças são inocentes.

Leandro pensou por alguns instantes, mas rapidamente levantou a cabeça.

— Bem! Não vamos descobrir nada enquanto ficarmos parados aqui! Vamos em frente.

Sebastian e Amelia concordaram, e o grupo voltou a seguir o caminho.


12:40 - Cruzamento

Após andarem por quase vinte minutos, checando cuidadosamente cada canto, o grupo já estava com as lanternas acesas. A escuridão aos poucos dominava o campo de visão. Foi quanto Leandro avistou alguma coisa.

— Ah... Droga! - Gritou Leandro.

Todos pararam com o grito de Leandro.

— Leandro? O que foi? - Perguntou Amelia.

No momento em que Amelia apontou a lanterna para frente, pôde perceber o que era.

— Ah... Droga...

Na frente do grupo havia um corredor que ia para a esquerda e para a direita. Claro, não era possível saber qual era o caminho certo.

— Hum... Dois caminhos diferentes. - Disse Sebastian.

— Isso não é bom... O quão grande é essa caverna afinal? - Perguntou Leandro.

Sebastian arrumou os óculos novamente.

— De acordo com as informações que eu chequei antes de virmos para cá, essa caverna possui mais de 3 quilômetros de corredores que se cruzam em vários locais. Há também algumas áreas abertas, mas infelizmente não encontrei algum mapa para checarmos o trajeto mais seguro.

Leandro esfregou o rosto. Amelia tomou a iniciativa.

— Parece que vamos ter que fazer alguma coisa... Que tal se nos dividirmos?

— Dividirmos...? Como assim? - Perguntou Sebastian.

— Um de nós checa o caminho da direita. A outra dupla vai pela esquerda. Depois de algum tempo voltamos para esse local.

Sebastian pensou.

— Pode ser perigoso. E se aquele que estiver sozinho sofrer algum tipo de acidente? Não podemos nos arriscar.

— Eu sei, mas... Se continuarmos em grupo, teremos que escolher apenas um dos caminhos. - Disse Amelia.

Leandro estava analisando a situação.

— O que você acha, Leandro? - Perguntou Sebastian.