Overcome

Capítulo 6 - O Anuário


Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 6 - O Anuário



"Como posso esquecer seu perfume?
Eu sei que não devo fazer isso
Mas depois de te encontrar
nossas temperaturas subiram
É tarde demais para voltar"

I Guess I Need U, BAP.

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Não existia ideia pior do que ficar com Park Jimin na biblioteca depois do horários das aulas, já eram quase seis horas da tarde e começava a escurecer. Eu quis me afundar em um buraco quando Hoseok acreditou quando seu amigo lhe disse que nós iríamos terminar de fazer um trabalho de filosofia e que mais tarde ele me levaria para casa. Como Hobi conseguia confiar nele a aquele ponto?

— Você deveria estar feliz por passar um tempo extra comigo. — Jimin piscou enquanto passava a mão em seus cabelos ruivos.

Senti o meu rosto esquentar, e parei para novamente analisar a possibilidade de que aquilo fosse uma brincadeira. Se fosse uma brincadeira, o quê diabos Jimin ia fazer comigo na escola depois do horário?

O medo que eu sentia pareceu ter se multiplicado, e quando eu via um sorriso estampado em seu rosto eu simplesmente queria sair correndo dele para bem longe.

— Certo, você vai ter que achar a estante. — ele sussurrou atrás de mim me fazendo ter calafrios, me virei para trás para poder encará-lo. Se ele fosse tentar fazer alguma coisa maldosa comigo, o que eu poderia fazer para me defender?

Comecei a andar em passos lentos até a estante onde eu tinha encontrado o livro prateado e segui para a estante da frente, quando me virei para trás Jimin não estava mais lá. Meu coração começou a acelerar involuntariamente, o que ele iria fazer? O que iria acontecer? Mordi meus lábios esperando que toda a escola estivesse do lado de fora da biblioteca para me humilhar.

Saí da região da estante e lentamente olhei para o corredor, Jimin andava na minha direção resmungando alguma coisa em voz baixa. Assim que ele me viu com meu semblante assustado um sorriso apareceu em seu rosto.

— Sentiu minha falta?

— E-Essa é a estante. — gaguejei olhando fixamente para o garoto esperando alguma brincadeira de sua parte, mas ele apenas passou por mim e olhou para a estante.

— Hm, aqui fica os anuários das turmas passadas. — ele resmungou passando novamente a mão em seus cabelos.

— Jimin? — perguntei receosa chamando sua atenção.

— Sim? — assim que seu olhos castanhos recaíram em mim, eu quis me bater internamente.

— I-isso é algum tipo de brincadeira que se fazem com calouros aqui ou algo do gênero?

O garoto franziu a testa e sorriu de novo.

— Então você está com medo? — ele perguntou se aproximando de mim fazendo com que eu recuasse alguns passos batendo de costas em uma estante.

— Não fique perto de mim! — eu o empurrei com o coração na boca derrubando alguns livros no chão, Jimin suspirou e segurou as minhas mãos me obrigando a encara-lo.

— Eunji, por quê eu perderia meu tempo tentando assustar uma caloura qualquer? — ele ergueu a sobrancelha, novamente ele tinha voltado a ser rude. Caloura qualquer, de alguma maneira eu não recebi aquelas palavras muito bem, então resolvi ignorá-lo e recolher os livros do chão. — Você está com medo de mim não é mesmo? — estremeci, tinha algo diferente na voz de Jimin, ele parecia estar decepcionado.

Não quis olhar em seus olhos, então continuei abaixada pegando o que eu tinha derrubado. Senti meu coração disparar quando Jimin se agachou na minha frente, fazendo com que o meu olhar se voltasse para ele. Eu detestava a forma de como ele era um imã para mim, eu não conseguia ficar sem olha-lo.

— Você não precisa ter medo de mim, com sorte nada de ruim irá acontecer. — ele tocou meu ombro novamente me transmitindo uma sensação de conforto novamente que me era familiar, era como se toda a tensão do meu corpo fosse embora em questão de instantes. Olhei em seus olhos, por mais que ele tentasse esconder, Jimin também sentia medo.

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— Você também está com medo, não é? — sussurrei desviando o olhar para o chão.

— Tudo que envolve Oh Minjoo me amedronta. — ele admitiu depois de alguns minutos. — Quem é Kwon Moonseol?

Eu abri a minha boca de leve, aquilo era um tipo de assunto proibido em casa. Mesmo depois de tanto medo, eu nunca mais tinha pronunciado o seu nome.



Kim Eunji, 2002

Cheongwa



Aproximei-me de casa com passos lentos enquanto segurava minha mochila, ouvi alguns barulhos dentro de casa e engoli em seco. Abri a porta tirando os meus sapatos, me dirigi até a sala e me curvei exibindo um sorriso animado em meu rosto.

— Omma, Appa, cheguei! — exclamei animada para contar como o meu dia na escola tinha sido.

A casa ficou em silêncio.

Franzi minha testa e ergui o olhar, a arma e o distintivo de meu pai estava na mesa da cozinha. Mamãe sempre dizia para ele não entrar com a arma em casa. Omma estava sentada no sofá de cabeça baixa com suas mãos cobrindo seu rosto, ela chorava baixinho. Appa segurava um porta retrato quebrado o olhando fixamente.

— Tia Moonseol! — sorri inocente apontando para a foto no porta retratos.

O choro da minha mãe pareceu aumentar, e eu era pequena demais para entender o porquê de ela estar chorando. Meu pai ergueu os olhos para mim com uma expressão dura.

— Nunca mais repita esse nome novamente. — disse seco.

— Não fale dessa maneira. — minha mãe sussurrou com voz baixa, apesar de ser uma criança eu sabia o que vinha em seguida. Eles me mandariam para o meu quarto e brigariam por causa do porta retratos quebrado.

Era uma fotografia de mamãe e tia Moonseol no colegial, por simples e poucas fotos eu sabia que elas eram bem próximas.

— Moonseol se matou, já passou da hora de você aceitar isso e seguir em frente. — Appa fingiu que não me viu e começou a discutir duramente com minha mãe. Essa era uma das suas principais desavenças: omma era sensível e chorava o dia inteiro nos aniversários de morte de sua irmã, já appa odiava vê-la chorar por causa disso. Eu nunca cheguei a entender o porquê de eles brigarem sobre isso, era algo que ia além do que eu sabia.

— Da mesma maneira que Oh Minjoo também se matou, huh? — minha mãe tinha erguido a cabeça, uma expressão furiosa passou em seu rosto.

E eu apenas assistia sem poder fazer nada, como em um pesadelo que eu não podia reagir.

Omma — choraminguei com os olhos lacrimejando, eu odiava quando aquilo acontecia.

— Nunca mais repita o nome dela. — minha mãe exclamou — Você não sabe nada sobre a minha unnie.

Meu pai cruzou os braços rindo debochado.

— Nós dois sabemos muito bem quem a sua irmã era…

— Chega! — meu grito ecoava pela casa, lágrimas quentes desciam pelo meu rosto enquanto os dois me olhavam assustados como se tivessem percebido a minha presença naquele momento. — Chega. — sussurrei deixando a minha mochila cair em cima do tapete da sala.

— Eunji — omma chamou, mas era tarde demais, eu já corria para fora de casa e para longe deles até que aquele redemoinho de sentimentos passassem.

E desde então eu nunca mais mencionei o seu nome.

Porque seu nome fazia com que meus pais brigassem.



Kim Eunji, 2012

Cheongwa



Balancei minha cabeça.

— Não conheço esse nome. — menti fingindo estar confusa, enquanto na verdade eu me estremecia por dentro. Não conseguia acreditar que a minha falecida tia viria a ter algo a ver com isso, e eu tinha medo do que pudesse acontecer. Seria aquela guishin a alma dela? Tratei de disfarçar o meu desconforto e Jimin pareceu acreditar.

— Yah, olhe isso. — ele abriu um anuário dos anos 80 numa exata página com a foto de um terceiro ano. — Ela não parece a garota da nossa sala?

Observei atentamente a garota da foto, ela tinha um olhar triste e realmente era bem parecida com aquela guishin. Seu olhar estava perdido em algum lugar, e para quem estava se formando ela não parecia nem um pouco feliz.

Amaya Kinoshita. — eu sussurrei ao ver seu nome ao lado da foto do anuário. — Ela é japonesa.

— Uh, olhe aqui, Kwon Moonseol. — Jimin apontou para a foto de uma garota sorridente e bem arrumada, ela parecia transmitir confiança — Ela se parece muito com você, tem certeza de que não a conhece?

Desviei o olhar de Jimin e apontei para outra foto.

— Oh Minjoo. — apontei para a foto de outra garota. Jimin pareceu ficar desconfortável ao olhar para aquela foto.

— Quer dizer que elas eram da mesma sala. — ele sussurrou com a voz tremida. — Vamos sair daqui.

— Hum, por quê?

Não tive muito tempo para processar, Jimin segurou minha mão e me arrastou para longe de biblioteca e começou a descer as escadas apressadamente. Uma garota começou a subir as escadas na nossa direção, e o ruivo incrivelmente recuou.

— Jimin-ah, o que você está fazendo com ela a essa hora? — a garota enrolou uma mecha de cabelo solta de sua trança.

— Não é de sua conta. — ele a encarou duramente, mas a outra apenas deu risada. O olhar dela cruzou com o meu, e foi aí que ela sorriu mais ainda.

Eunji-ssi, quanto tempo.

— Não ouça nada do que ela falar. — Jimin alertou tornando a me puxar pelo braço, e incrivelmente eu continuei a andar sem olhar para trás. Algo naquela garota tinha me assustado e eu não fazia a mínima ideia do que poderia ser. E eu incrivelmente a conhecia de algum lugar.



[...]



O caminho de volta com Jimin foi tomado por um silêncio desconfortável, andávamos lado a lado sem saber o que falar um para o outro. Eu nunca tinha o visto assim até então, e já tinha percebido que aquilo era algo raro da parte dele. Talvez o fato de eu ter mencionado uma mulher chamada Oh Minjoo, talvez ele estivesse remoendo isso no fundo de sua mente. Talvez eu tivesse falado demais e o magoado com as minhas palavras descuidadas. Me senti mal, talvez ele se sentisse sobre Minjoo da mesma forma que eu em relação a minha falecida tia. Eu não deveria ter sido tão rude com ele, talvez.

— Você conhece aquela garota? — ele quase que sussurrou como se no fundo não quisesse estar perguntando aquilo em voz alta. O que me surpreendeu naquela fala foi o tom de voz dele, Jimin estava triste de alguma forma. Eu só sabia que aparentemente era a minha culpa, mas o quê eu tinha feito?

— Ela me parece ser familiar, mas não consigo me lembrar. — resmunguei, aquela garota me transmitia uma sensação ruim. Não gostava dela e de seu tom debochado, ou da forma como ela sorriu maliciosa para Jimin. Algo nela fazia com que eu me afastasse, mas ao mesmo tempo quisesse dize-la que ela não era tudo aquilo que ela fingia aparentar ser.

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— Entendo. — Jimin revirou os olhos e deu de ombros, tomando uma postura de descaso. Ele me olhou uma outra vez, como se esperasse algo de mim.

Paramos na porta da minha casa, novamente o mesmo silêncio desconfortável. Apesar de Jimin não ser a melhor pessoa do mundo eu queria conversar com ele, perguntar qual era o problema.

— Me desculpe. — deixei escapar.

Por quê raios eu estava me desculpando? E logo com ele? Park Jimin não merecia as minhas desculpas, mas mesmo assim eu me sentia culpada por algo que eu desconhecia.

Ele abaixou a cabeça.

— Você não tem o porquê se desculpar Eunjinnie. — murmurou caminhando para longe da minha casa.

Senti meu coração pular no meu peito com aquilo.

Eunjinnie.

Como ele sabia o meu apelido?