Overcome

Capítulo 16 - Fermata


Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 16 - Fermata



“Com um olhar frio

Há claramente um sentimento estranho

O quê é isto? Estou loucamente pensando

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Isto não está certo

Eu pergunto e me engano várias vezes ao dia

Mas eu não posso voltar atrás

Eu vejo aquele rosto triste, é um dia infeliz.”

Eu nunca tinha tido um final de semana tão ruim como aquele. Acordei com o meu rosto amassado e cheia de olheiras, tomei um banho demorado e vesti o uniforme da escola. Passei um pouco de maquiagem tentando dar uma arrumada de leve na minha cara de funeral e fui para a cozinha comer o café da manhã. Agradeci mentalmente quando vi que ninguém questionou o meu mau humor repentino.

Chegando na escola eu simplesmente me sentei no meu lugar e fiquei olhando para a paisagem que se estendia na janela, me perguntava quanto demoraria para eu me livrar do colegial de uma vez por todas. Não precisei me esforçar para perceber quando Jimin entrou na sala, várias pessoas se levantaram para cumprimenta-lo e ele sorriu para elas. A risada dele ecoava pela sala. Percebi o olhar dele em mim, que se tornou mais intenso quando ele percebeu que eu não viraria o meu rosto para olha-lo. O garoto sentou-se na minha frente e abriu o seu caderno, parando assim de me encarar.

— A aula de hoje será um pouco diferente… — a professora de biologia entrou na sala de aula com um sorriso, tentei conter o meu revirar de olhos enquanto ela explicava animadamente o que iríamos fazer. Eu não estava com vontade de fazer nada, simples assim. — Para que não percamos tempo escolhendo uma dupla, quero que façam a atividade com a dupla do trabalho de história local, valendo 50% da nota semestral da minha matéria. Vou querer um relatório no fim da experiência, e lembrem-se sem trabalho, sem a viagem.

Dei um longo suspiro, eu nem sequer queria ir para aquela tal viagem. O que eu mais queria era visitar algum parente na Europa e dar o fora da Coréia por algum tempo. Como eu poderia me explicar, estava cansada das pessoas, do ambiente, de tudo. E ir para um lugar onde a maioria das pessoas não me conheciam era bem atraente ao meu olhar.

— Então você não vai falar comigo? — Jimin virou-se me encarando atentamente. Eu franzi a minha testa.

— O quê você quer?

— Uau, — ele ergueu as sobrancelhas — é assim que você finge que nada aconteceu? Que inspirador.

Desviei o olhar procurando respirar fundo, eu estava magoada com ele e comigo mesmo por ter cogitado a ideia de que ter beijado ele tinha sido uma coisa boa, ter cogitado a ideia de que eu queria sentir os lábios dele contra os meus novamente. Eu estava sendo completamente idiota e Jimin provavelmente estava se divertindo com toda aquela situação.

— Eu te liguei ontem e te mandei várias mensagens a tarde — ele disse sério — mas você não foi a minha casa como tínhamos combinado.

Aquilo tinha me pegado de surpresa. como eu explicaria para ele que eu tinha passado sim na casa dele mas tinha desistido de fazer o trabalho com ele porque tinha me magoado com algo que eu não tinha a ver. Sim, eu estava sendo bem mesquinha e imbecil, como sempre.

Já não bastava os pesadelos que eu tinha com Harry. Não precisava que Jimin se tornasse mais um pesadelo também. Eu realmente não estava com o humor bom para discutir com ele, então apenas suspirei sem paciência.

— Eu esqueci.

— Mentira. — ele disse lentamente me analisando, passou a mão em seus cabelos e suspirou — Você fez todo o trabalho sozinha, não é mesmo?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Um silêncio constrangedor se estendeu por alguns momentos.

— Eu não sabia que um simples beijo te deixaria tão puta comigo. — ele sussurrou para que apenas eu ouvisse, sentindo meu coração bater mais rápido só por ele ter mencionado o beijo, mas tentei me conter. Não queria demonstrar o como lembrar daquilo me deixava nervosa.

— Não tem nada a ver com isso Park. — disse rispidamente.

— E agora você está me chamando pelo meu sobrenome, sendo que você nunca faz isso. Algo está terrivelmente errado. — o que mais me irritava era que ele fazia esse tipo de comentário com uma expressão pacífica em seu rosto, e mesmo que eu sequer gritasse com ele, o garoto se manteria calmo. — Eu te magoei?



“Eu tento sorrir como se tivesse te esquecido, mas não

Eu não posso te ver

Hoje e amanhã

Eu estou esperando pelo fim dessa noite.”



Eu revirei meus olhos virando o rosto. Jimin bufou.

— Vocês dois gostariam de se retirar? — a professora parou na nossa frente — Estão atrapalhando a minha explicação sobre a experiência, e acreditem, se vocês insistirem em ficar nessa sala eu zero o trabalho agora mesmo.

Contra a minha vontade eu me levantei deixando as minhas coisas em cima da mesa e saí da sala de aula, Jimin me seguiu com as mãos nos bolsos do seu agasalho. Assim que a professora fechou a porta atrás de mim, ele me olhou de um jeito estranho.

— Nós temos que conversar Eunji, você sabe que não podemos confiar um no outro dessa maneira.

— Bom saber que você sabe raciocinar Jimin. — disse andando me virando de costas para ele, e incrivelmente ele me seguia.

— Que droga Eunji, o que eu fiz para você ficar tão brava comigo de repente? — ele perguntou quando estávamos no terraço da escola, que nesse horário estava vazio. Estar lá de novo, ainda por cima com Jimin, e sozinhos me trazia arrepios.

— Eu estou brava comigo Jimin, não com você. — respondi bruscamente.

O ruivo me encarou por alguns momentos, eu desejei de todo o coração que meus olhos não se encontrassem com os dele. Mas falhei miseravelmente nisso.

— Eu não confio em você Park Jimin. — soltei aquelas palavras com certo arrependimento, Jimin deu um sorrisinho debochado de canto.

— E eu sou a única pessoa que pode ajuda-la, Kim Eunji-ssi.

Respirei fundo tentando desviar o olhar, ele estava começando a me irritar. Eu já não tinha acordado com o humor muito bom, tinha passado toda uma tarde entrevistando toda a vizinhança sozinha, juntando diversas falas aleatórias sobre Kwon Moonseol quando eu não queria mais ouvir aquele nome. Tive que ouvir de algumas pessoas que a minha família poderia ter simplesmente matado aquela garota. Eu estava esgotada demais.

— Você realmente acha que é a única que tem problemas Eunji? Eu também tenho, e vários. Só que diferente de você eu não estou os descontando em ninguém por motivos completamente aleatórios.

— Cale a boca. — disse apoiando a minha cabeça na parede do terraço, onde dava a escada para descer para as salas de aulas. — Não estou afim de brigar com você.

— Tem certeza disso? Talvez se você descontar toda a sua raiva nesse idiota que tem te seguido para todo o canto, talvez você se sinta um pouquinho melhor. Mas como você é ingrata…

Dei um passo para frente ficando mais perto do ruivo que arregalou os olhos parando de falar imediatamente, ele me olhou sem saber o que fazer, se continuava o seu monólogo ou não. Passei meus braços ao redor de seu pescoço, e mais um vez, meio que fora de si, eu me inclinei mais uma vez em direção aos seus lábios e ele não me interrompeu.

Meu lábio formigava ansiando pelo toque suave dos lábios dele, e quando isso finalmente aconteceu eu simplesmente me derreti em seus braços.

— Eu não posso fazer isso. — ele interrompeu o beijo, fazendo com que eu respirasse fundo procurando juntar paciência para aquele momento. Nada assim tinha acontecido comigo, ninguém tinha me dado um fora assim, tão direto. Olhei para Jimin nos olhos me afastava vagarosamente dele.



“Fermata, volte

Fermata, me abrace

Fermata, Fermata

Posso te achar no fim deste desespero?

Você partiu sem me dar um tempo para se preparar

Eu perdi meu caminho

Está acabado, isso dói, mas eu não posso sequer chorar.”



Eu não sabia exatamente o que fazer, eu já estava tendo um dia péssimo o suficiente, não queria pensar muito sobre. Dei um sorriso debochado forçado e o deixei ali, sozinho no terraço, e dessa vez ele não me seguiu. Entrei no banheiro feminino e me tranquei em uma cabine, me agachei no chão me sentindo péssima, algumas lágrimas ameaçaram a descer pelo meu rosto, não queria deixar com que elas caíssem, pois eu saberia que não conseguiria impedir as próximas de cair.

Por que tinha que ser tão bom e viciante?

Por que tinha que ser com alguém que eu não poderia ter?



“Eu olhei para Harry com um sorrisinho de canto enquanto ele dirigia pela cidade de óculos escuros, o vento batia no meu rosto enquanto algum hit de verão tocava no rádio e ele cantarolava a música errado me fazendo rir. Peguei seus óculos de sol e os coloquei, analisando como eu tinha ficado no retrovisor.

Pode ficar, ficou bom em você. ele sorriu.

Tudo seu fica bom em mim. pisquei com um sorrisinho, enquanto ele beijava a minha bochecha rapidamente enquanto parava o carro no sinal vermelho.”



Sequei as lágrimas sentindo meu coração queimar por dentro. Saí da cabine e dei um jeito no meu rosto. Coloquei meus fones de ouvidos e resolvi ir até a quadra, eu poderia ficar sentada observando os garotos treinarem e as líderes de torcida ensaiarem. Eu sei, eu odiava observar esse tipo de coisa, mas no momento qualquer coisa era melhor do que topar com Park Jimin no corredor.

Assim que me sentei nas arquibancadas, encontrei-me com Namjoon. O garoto foi se sentar nas arquibancadas para conversar comigo.

— Não sabia que você também jogava no time. — comentei fazendo com que ele sorrisse.

— Tem muita coisa que você não sabe Eunji. — ele piscou enquanto bebia água em uma garrafinha plástica. — Muita coisa aconteceu no meio tempo em que você esteve fora.

— Você se lembra de mim? — arregalei meus olhos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Omo, mas é claro que me lembro. Na verdade, fico feliz por você ter melhorado. —ele comentou — A única coisa diferente, é que você e Jimin não são mais amigos. Se você se lembrassem o como vocês eram grudados um no outro, antigamente vocês eram uma dupla engraçada. Hoje em dia, você fazem mais sentido juntos…

— O quê você quer dizer com isso?

— Eu só me dispersei — ele acenou com a cabeça — ...Só pense que talvez a sua amizade tenha feito muita falta para Jimin. — disse me deixando sozinha nas arquibancadas com um enorme peso na consciência.



“Meu desejo por você, (corro, corro, corro)

Isto cresce e eu não não posso ver o final

Eu estou desmoronando, não, não de maneira alguma

Como eu poderei viver?

Hoje e amanhã

Eu estarei esperando você voltar.”

BAP, Fermata.

Cheongwa, 2012

Park Jimin



Droga, foi a primeira coisa que ele pensou.

Passou os dedos por cada fio ruivo de seu cabelo o desalinhando completamente, encostou seu corpo na parede e contou até três procurando respirar fundo. A sensação dos lábios de Eunji encostando nos seus lhe tirava toda a sua ideia de sanidade, o quê Hoseok faria quando descobrisse que ele tinha beijado a sua irmãzinha? As coisas não deveriam estar acontecendo dessa maneira. Ele poderia ficar com qualquer garota daquela escola, literalmente, menos ela.

Jimin não entendia o porque de Eunji ter iniciado aquele momento, ela não odiava ele afinal das contas?

Droga, pensou novamente, desejando que ela estivesse ali para que ele pudesse beija-la de verdade. Por que ela estava abalando tanto a sua mente? Por que ele andava pensando tanto nela ultimamente? Eunji estava sendo maldosa demais com ele.

Respirou fundo de novo, ele tinha que ter um foco, a gwishin. Não podia se distrair com coisas superficiais embora o seu emocional estivesse a beira de um colapso.

Park Jimin nunca tinha negado um beijo para uma garota antes.

Ele nunca tinha se sentindo assim a um bom tempo, ele não queria se sentir assim. Porque ela fez com que ele odiasse esse sentimento.



Fermata -> Seria na Teoria Musical uma pausa em um compasso para prolongar uma nota por um tempo indeterminado, no italiano, Fermata também significa pare.