Não existe tradução pra saudade, porque saudade é um sentimento brasileiro. Tão brasileiro quanto o pão de queijo e a goiabada. Saudade, do jeitinho que a gente conhece é o aperto no peito e a vontade desesperada de sentir de novo algo que já não é mais alcançável. Um amigo meu de altas datas já dizia, que pra ele a saudade tinha gosto do bolo de cenoura que a avó preparava todos os domingos. Foi pensando nos diferentes gostos da saudade que eu vi a menina. Enrolada em uma blusa vermelha masculina, pouco grande de mais para ser apenas uma nova moda jovem, a blusa era vermelha xadrez. Era ou é, não sei. Ela tremia de choro e parecia estar assim a um tempo, olhando para os pés e tentando recolher os próprios pedaços se agarrando ao tecido frágil como se fosse sua ultima esperança.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Parte de mim queria se aproximar. Ela parecia tao frágil , tão desesperada, tao machucada... Mas o que eu diria? O que dizer para alguém que obviamente estava passando por uma dor que eu, em minha ignorância, não entendia?

Existem essas pessoas que saberiam o que fazer, aquelas que de alguma forma possuem um sexto sentido e entendem o que o outro precisa. Eu não era, e ainda não sou, essa pessoa.

O que fazer?

O que fazer quando você se encontra cara a cara com uma dor que medico nenhum pode curar?

Com um último olhar eu fui embora. Eu fui, e deixei a menina com a sua saudade batendo no peito para juntar seus próprios cacos.

E eu não pude deixar de pensar que não é so gosto, saudade pode ter cheiro, e até mesmo som. Mas o pior mesmo, é a dor.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.