Role-Living Game

Reconciliações, beijos e descobertas.


Nymphadora encarava a tela do celular impaciente. Uma careta surgiu em seu rosto ao ver a mensagem de seu primo, Regulus, falando que ficara preso ao trabalho mais uma vez e não poderia ir com ela até Glasgow para visitar os pais da garota, Ted e Andromeda. A morena bloqueou o celular e revirou os olhos ao olhar as duas passagens do trem que partiria em vinte e cinco minutos, ela deveria aprender a comprar só a sua e quem quer que fosse com ela compraria depois.

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Com os fones de ouvido a fazendo escutar Hotter Than Hell da Dua Lipa, ela começou a olhar para a estação e ver as pessoas olhando para seus celulares enquanto outras conversavam e riam mais a frente, até que seus olhos castanhos encontraram os dele. Remus Lupin estava sentado em um banco mais a frente, com fones de ouvido posicionados estrategicamente para que ninguém lhe chamasse e a touca tampando os cabelos castanhos. Ele encarou a ex-namorada e acenou com a mão fazendo-a dar um sorriso estranho e suspirar.

Olhe para a frente, Nymphadora. Sua mente pediu e ela prontamente obedeceu.

O relacionamento deles não era algo que fora discutido e nem ao mesmo tocado nos últimos meses. E era estranho para ela pensar que Lily, sua melhor amiga, namorava James, o melhor amigo de Remus. Ela soltou um suspiro frustrado ao ouvir os primeiros toques de Two Ghosts. De acordo com as anotações de Tonks e seu azar era possível que aquilo fosse uma sabotagem de seu spotify, e por Spock como ela gostaria de ouvir qualquer música animada sobre como garotas devem dar suporte a outras garotas ao invés de ouvir algo que a lembrasse dele. E ainda a fizesse lembrar que Lupin estava ali, perto.

Ela olhou para o relógio novamente. Cinco minutos. Soltou um suspiro frustrado ao perceber que iria realmente sozinha e arrumou as alças da mochila em seus ombros, deu alguns passos até ficar pouco atrás da linha amarela e mordeu o lábio inferior ao trocar o peso de seu corpo para a outra perna.

— Vai para Glasgow, também, Nymphadora? – a voz do ex-namorado indagou perto dela, fazendo-a o encarar surpresa e forçar um pequeno sorriso.

— Não me chame de Nymphadora, por favor Remus. – a garota pediu e o ouviu dar um risada leve. – Vou visitar os meus pais.

— Então temos os mesmos planos... – ele murmurou e fechou os olhos, rindo novamente. – Não que eu esteja indo visitar os seus pais... Eu...

— Eu entendi. – Dora riu ao encostar sua mão no ombro de Remus e o encarar de forma doce.

Ficaram em silêncio ao verem o trem aproximar-se e em questão de alguns minutos Tonks procurava seu lugar, sendo seguida por ele.

— Você realmente tá me seguindo, Lupin? – perguntou divertida e ele revirou os olhos, mostrando seu bilhete.

— Estou na L-16. – murmurou e ela soltou uma leve risada mostrando seu próprio bilhete. L-15. – Coincidências podem acontecer, Dora.

— Mas não deixam de ser engraçadas, Rem. – respondeu com um tom de voz levemente carinhoso e comemorou ao achar os lugares. – Quatro horas e meia ao meu lado, está preparado?

— Preocupado. – murmurou, fazendo a garota arquear uma sobrancelha. – Em não ser tempo o suficiente para você me contar o motivo de ter sumido.

Nymphadora deu um pequeno sorriso e sentou-se na cadeira do meio ao mesmo tempo que o moreno se sentava na cadeira perto da janela.

— Então... – ele começou fazendo um aceno com a mão.

— É basicamente idiota o motivo. E eu não espero que você entenda, uh... Eu tinha acabado de me mudar para Londres quando nos conhecemos naquele PUB e começamos a sair. Só que eu tive uns problemas financeiros e tive que morar com a minha avó. E eu sei que você conhece Walburga, mãe de Sirius, certo? – antes que ela pudesse continuar Remus concordou levemente com a cabeça e ela fechou os olhos. – Druella é muito pior que ela. De acordo com a minha avó eu deveria sair com quem tivesse o mesmo lugar na sociedade que eu. O qual eu não sei, porque minha mãe não teve nenhuma das regalias dos Black e nem eu, mas ela me fez escolher.

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— Escolher o que? – Lupin perguntou.

— Meu curso de fotografia e a faculdade de moda... Ou você. – ela murmurou olhando para o lado. – Na noite que eu tinha arrumado minhas coisas para ir até seu apartamento... Eu vi você, James e algumas garotas e simplesmente voltei para a casa de minha avó. Eu tinha te escolhido, mas era tarde demais e eu não podia esperar que você me aceitaria de volta após ter sumido por uma semana sem explicações. – deu os ombros e encarou o rapaz ao seu lado. – E então eu encontrei com Marlene e Lily em um pub, mais tarde. E depois de me formar ver minha vida se transformar num inferno por causa de Druella Black... Eu me mudei para o apartamento de Lene.

— Uh.

Durante as horas restantes da viagem Tonks e Lupin ficaram quietos. A morena encarava as pontas cor-de-rosa de seus cabelos sentindo-se finalmente leve por ter conseguido conversar com ele sobre aquilo. O moreno olhava para a passagem que passava de forma apressada pela janela do trem, pensando em como conversar com a garota ao seu lado sobre o que acabara de ser despejado em seus ombros.

Não era justo. Com nenhum deles. E quando a viagem acabou eles não conversaram, apenas acenaram com a mão e foram cada um para seu destino. Ela para a casa dos Tonks. E ele para a casa dos Lupin. Que por escarnio do destino moravam na mesma cidade (e eles nunca souberam).

Nymphadora abraçou Andromeda ao entrar em sua antiga casa e correu até a cozinha para abraçar as costas de Ted, que estava concentrado terminando uma torta de maçã. Eles conversaram sobre como as coisas estavam agora que ela havia se formado, sobre Sirius e Regulus. Em momento algum conversaram sobre Druella, mãe de Andy, ou sobre como aquilo havia afetado um relacionamento que a única filha dos Tonks tivera em anos. A garota sorriu ternamente quando o pai lhe contou como os pequenos morangos do jardim cresceram e eles puderam fazer a venda das tortas de morango que tanto queriam, e como a barriga de Molly Weasley estava enorme à espera do segundo filho.

Do outro lado de Glasgow estava Remus sentado em frente a Hope Lupin, sua mãe. Eles conversaram sobre o que aconteceria agora, após o falecimento de Lyall. O mais novo contou a ela como estavam as coisas com os amigos e que agora James estava namorando, uma menina que ele havia conhecido por causa do jogo que ele vivia comentando com a ‘tia’. Contou também sobre Dora e tudo o que ela havia lhe dito. Após um longo gole em seu chocolate quente, Hope Lupin pegou a mão de seu filho e lhe deu um sorriso doce.

— Você deveria ligar para ela e esclarecer seus sentimentos, querido. Vocês merecem esse ponto final. Seja para na próxima linha a história continuar ou acabar de vez.

O único homem dos Lupin concordou com a cabeça e mandou uma mensagem para a ex-namorada, que prontamente respondeu. Eles se encontrariam ao anoitecer na Ashton Lane, onde procurariam um lugar qualquer para conversar e beber alguma coisa.

[...]

Ele encostou seu corpo em um dos postes de luzes e arrependia-se amargamente de não ter levado a blusa que sua mãe recomendara, era possível ver as nuvens tampando as poucas estrelas que apareciam no céu. Observou a garota aproximar-se de si, provavelmente ela também não havia seguido o conselho de sua própria mãe já que usava apenas uma camiseta simples de uma banda antiga e um short surrado.

— Oi, Rem.

— Oi, Dora. Você vai querer comer alguma coisa ou... Só andar?

— O que for melhor para você. – a morena respondeu dando os ombros. – Não me importo só de conversar.

Andaram lado a lado por quinze minutos antes que ele tivesse coragem para falar qualquer coisa. Ela observava o movimento do bairro e como sua cidade natal havia mudado nos últimos anos, ao mesmo tempo que ele tinha uma batalha interna sobre como começar a falar.

— Eu não acho que tenha sido justo o jeito que você jogou as coisas para cima de mim, como se eu fosse o culpado por você ter ido embora.

Nymphadora parou no meio da rua e o encarou atônita quando os primeiros pingos de chuva começaram a tocar em seu corpo.

— Eu não falei que era sua culpa, Lupin.

— Você falou que me escolheu, Nymphadora. De quem é a culpa a não ser minha por não estarmos juntos? – ele perguntou com seu rosto perto ao dela.

— Culpe a quem você quiser. A mim. O universo. O destino. Minha avó. Mas não se culpe, Remus. Pelo menos não pelo passado. – Tonks se prontificou a falar, cutucando o peito dele. – O que seremos a partir desse momento. Isso diz respeito às suas escolhas e as minhas.

— E você me escolhe? – perguntou ao sentir a chuva engrossar contra sua pele.

— Você pergunta isso quando eu estou embaixo de uma chuva em uma cidade como Glasgow para simplesmente conversar com você algo que podia esperar quando estivéssemos em Londres? Em um lugar seco? – ela soltou uma risada descrente e subiu sua mão até a face de Remus, fazendo um leve carinho na bochecha do mesmo. – É claro que eu te escolho, Lupin.

— Então... Quão irritada você ficaria se eu te beijasse embaixo da chuva com uma probabilidade enorme de você se resfriar amanhã?

— Desde que depois você me leve para a casa e possamos ficar em algum lugar mais quente... Nenhum pouco. – ela riu antes de Remus segurar sua cintura e juntar seus lábios em um beijo urgente.

[...]

Londres. Apartamento de Remus, James e Sirius. Nove e meia da noite.

Lily tinha sua cabeça apoiada no colo de James que fazia um leve carinho nos fios ruivos da namorada, quando a porta foi aberta com violência, chamando atenção dos dois. Observaram Sirius apoiando-se na parede quando uma menina de cabelos castanhos começou a beijar seu pescoço com força. A porta fora fechada pelo pé de Black que começou a andar segurando a garota pela cintura, porém ele parou ao meio do caminho quando abriu os olhos e observou o melhor amigo e a ruiva encarando-o com um sorriso nos lábios.

— Uh, Lene. Acho que fomos descobertos. – ele murmurou para a morena.

McKinnon tirou sua cabeça no vão do pescoço de Sirius e olhou para frente observando sua melhor amiga e Potter. Evans colocou a mão na boca para abafar um grito e apontou para Marlene em descrença, soltando uma gargalhada logo em seguida.

— Eu não sabia que vocês estavam aqui... Desculpa, Prongs.

— Pelo menos assim eu sei com quem você fica fornicando aos fins de semana no seu quarto. – James murmurou dando os ombros e virou seu corpo voltando a encarar a imagem de Star Trek que havia sido congelada.

— Espera, essa não é a primeira vez? – a ruiva perguntou encarando a amiga com a sobrancelha arqueada. – Como é bom saber disso, McKinnon. Dora vai ficar simplesmente feliz em saber que você a deixa sozinha para vir fornicar com o primo dela.

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— Primeiro, que não faz tanto tempo assim. – Marlene se prontificou a falar com a mão na cintura. – E a gente não fica fornicando.

— Lene... Já tem dois meses. – Black murmurou encarando Lily que fez uma careta ofendida para a amiga.

— Dois meses, Marls. Dois meses! E vocês ainda nem tiveram um encontro.

— Amigos de sexo, Lils. Se você e o quatro olhos não conseguem fazer qualquer coisa entre quatro paredes não é minha culpa, eu consigo. E a propósito vou fazer nesse exato momento. – a morena se virou para o rapaz ao seu lado e lhe deu um sorriso. – Me leve ao seu quarto, Black.

— Com muitíssimo prazer, McKinnon. – ele riu andando em direção ao seu quatro com a garota.

Evans virou-se para encarar a televisão e encostou a cabeça levemente no ombro de James que beijou seus cabelos ruivos enquanto ela fazia sua cara de pensativa.

— Não deixe o que Marlene falou entrar em sua mente Lils. Você sabe que está tudo bem.

— Potter nós conseguimos dar pega somente duas vezes. Nas outras ficamos travados. – bufou levemente ao fazer uma careta fofa.

— Nossas maiores interações eram por RPG, Lírio. Mas se você quiser podemos ir para o meu quarto e tentar fornicar. – James murmurou.

A ruiva tirou sua cabeça no ombro dele, bufou e rolou os olhos, beliscando a perna do rapaz.

— Cale a boca, Potter, eu quero terminar de assistir o filme.

— Como se você já não tivesse assistido Star Strek mais de cinquenta vezes. – ele murmurou antes de levar sua cabeça até a curva do pescoço de Lily dando um leve beijo ali, fazendo-a arrepiar-se. – Você vai mesmo negar, Lils? – perguntou com os lábios perto da orelha dela.

— Argh. Eu te odeio, James. – Evans murmurou ao pegar o controle e desligar a televisão.

Em questão de alguns minutos Lily e James andavam cambaleando em meio aos beijos para o quarto do rapaz.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.