Olhe nos meus olhos

Telefonema


Você nunca divide a realidade com quem você ama. É assustador. Existe um descompasso entre o que lembra e o que imagina, ainda mais quando aquilo que lembra é fruto daquilo que imagina.

Você não enxerga o que a sua mulher enxerga – tem uma equivocada distorção. É a mesma vida em distinta versão. Você apenas crê que partilham iguais emoções, mas de modo nenhum: fotografam os dias com diferentes cores. Cada um tem os seus filtros de Instagram nos olhos, apesar de dividir os enquadramentos.

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Em vez de perguntar (“O que vem sentindo?”), já reage diante de uma mera impressão. A hipótese serve como resposta definitiva. Não há trabalho de campo. E adivinhar é se enganar, é concluir com a nossa limitada base de dados, é determinar algo que sentimos como algo que vimos.

A telepatia reforça o distanciamento e o completo alheamento das experiências. Como você jura que conhece melhor o outro que o próprio outro, deixa de se interessar e fala em seu lugar. A profecia vai matando lentamente a curiosidade.

O casamento começa a ter dois porta-vozes de duas ausências
Carpinejar.

Na maior parte das vezes, Emma silenciou o telefone e o ignorou enquanto trabalhava. Ela leu algumas mensagens bonitas de Rubi e Killian, leu alguns dos tweets mais engraçados / doces do vídeo que Jesus postou na Internet, o vídeo dos Tigres de bengala. Mas, caso contrário, ela ignorou seu telefone. Isso é ... até que viu uma mensagem...

De sua mãe.

Seu coração disparou. Sua respiração acelerou e ela instintivamente pegou seu telefone e descartou a notificação.

Tem que ser uma piada, pensou. Ou se não for, se ela realmente está mandando mensagem, é provavelmente para reclamar do tal video, da exposição do seu sobrenome . Só pode ser isso, então Emma também não abriu a segunda notificação da sua mãe.

Em vez disso, ela virou o telefone na mesa, abaixou a chave de silencioso e tentou voltar ao trabalho, que infelizmente era resumido a papéis.

Mas não conseguiu.

Emma não pode se concentrar em tantos relatórios sabendo que sua mãe, com quem ela não fala há mais de 6 anos, entrou em contato com ela. A necessidade de saber o conteúdo da mensagem era sufocante, mesmo que isso significasse correr o risco de ter seu coração quebrado novamente.

Emma estendeu a mão e pegou o celular, sentiu a respiração abandonar o peito quando o celular avisou uma chamada. Respirou aliviada ao ver que era Mariana.

— Oi, linda.

— Mãe, posso ir ao shopping com algumas amigas?

— Desde que volte antes da janta, por mim tudo bem.

— Valeu!

Emma jogou seu celular em cima da mesa, resignada a apenas ler quando chegasse em casa. Só faltava uma hora.

E apenas ela sabe como essa "hora" passou arrastada. Ela estava saindo de seu andar, ainda dentro do elevador quando virou a chave do telefone. Por estar segurando o telefone em sua mão, pode claramente ver quem estava ligando.

Olhou fixamente por quase um minuto a foto de seu pai, mãe e ela, brilhando na tela. Emma leu de novo e mais uma vez a palavra "Mamãe", piscando profusamente, ainda não acreditando naquilo. E pouco antes dela ter coragem para deslizar e responder... ele parou de tocar.

Mesmo soltando o ar aliviada, ela considerou ligar de volta. Considerou, talvez, até mesmo ler suas mensagens. O telefone tocou novamente. Com o mesmo nome e imagem.

E foi quando ela se preocupou.

Algo deve estar errado, pensou enquanto destravava o telefone e trazia ao ouvido.

—... Mãe? - Disse hesitante, meio esperando que fosse seu irmão ou Charllie, a secretaria do lar. Porque não havia nenhuma maneira de ser sua mãe.

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Emma. - Mary soltou o ar, completamenta aliviada. - Eu já estava ficando preocupada.

— Todos estão bem? Por que você está ligando? - Ela não queria soar tão rude ou abrupta, mas precisava saber que todo mundo estava bem.

— Não... não... Está todo mundo bem.

E a freqüência cardíaca de Emma acelerou, era exatamente o que ela temia. E tinha a certeza que seu coração quebraria novamente. Estava parada, na porta do departamento de polícia, olhar assustado vendo as pessoas passando a sua volta, distraídas ao seu desespero.

— Tina, a minha professora de dança, ela me falou que viu um vídeo seu no canal do computador. E disse que aquele passarinho azul apitou mil vezes desde aquele vídeo, falando sobre você e aquele grupo de amigos seus e... de Regina.

Emma ficou petrificada, todo mundo estava bem, era apenas sua mãe ligando para reclamar ou julgar alguma coisa. Por que deixou Jesus filmar? Por que deixou que postasse no YouTube?

— Mãe, tudo bem, está tudo bem. Foi apenas uma brincadeira de amigos. Jesus gravou e postou, só isso. Não temos a pretensão de rodar os Estados Unidos com uma peça novamente.

— Aparentemente não está tudo bem, Emma. Por que... Regina não estava lá? E me disseram que você estava com o braço engessado. É verdade? Não suportei olhar. O que aconteceu, Emma? Regina bateu em você? Vocês separaram?

— Não... não é nada disso. Regina havia saído com uma amiga. E eu me machuquei no trabalho. Já até tirei o gesso e estou trabalhando novamente! - Ela quase gritou isso, querendo deixar bem claro que estava falando sério.

— Ok, claro. - Emma jurou que pode ouvir sua mãe correr a mão pelo rosto.— Claro que não, Regina é uma boa menina. - Mary disse tão baixo que parecia mais para si mesmo do que para Emma. - Por que Regina saiu e deixou você machucada em casa? Ela tinha que ficar e te ajudar. Você estava inapta a atividades Emma.

— Mãe, fiquei quase dois meses com aquele gesso, aquela foi a primeira vez que Regina saiu. E ela era a única pessoa que não me tratava como uma aleijada. - Por que sua mãe estava ligando? O que ela poderia querer?

— Meu neto Blandon está bem?

— Sim... Mariana e Jesus estão muito bem também, a propósito. - Ela não queria manchar a conversa com seu ceticismo e desconfiança das intenções de sua mãe, mas ela também precisava saber. — Por que... por que você está ligando, mãe?"

O silêncio foi ensurdecedor e se arrastou por alguns segundos. Até que Mary respirou fundo.— Eu só queria ter certeza que você estava bem. E ... e senti sua falta, Emma

Swan negou com a cabeça e foi em direção ao seu carro.— Meu número tem sido o mesmo desde que me mudei para Califórnia, mãe. Eu até tenho um telefone em casa, do qual você está bem ciente. Eu moro no mesmo lugar onde você falou que não queria mais saber de mim. Você poderia ter visitado, poderia ter ligado, mas não fez!

— Agora Emma Swan, me escuta aqui... - A voz de Mary ficou severa e Emma conhecia aquele tom, sabia que sua mãe estava prestes a dar uma represália, mas Emma não estava no humor.

Em um instante, 6 anos de fúria e frustração da fria indiferença em relação a sua ausência acumulou em seu estômago, ela queria vomitar.

— Não, mãe pare, sério! Eu nem sei por que você está ligando, eu realmente não sei. Você teve todas as oportunidades de ligar, de mandar mensagens... Você teve todas as chances de fazer isso e não fez! Charllie e Neal ligaram várias vezes pra certificar que eu estava bem, mesmo contra sua vontade. Neal até pegou um avião até aqui e me pagou um café no meu aniversário há três anos. E mesmo assim você, minha mãe, não pode dar nenhum sinal.

— Emma, eu não ...

— Sim, você fez, mãe. E não me importo com o que você vai dizer! Que você não queria que as coisas fossem assim, mas foram assim! Que você não teve culpa, mas teve! Você não deu um maldito sinal que estava bem, eu sempre obtive informações de terceiros!

— Emma, por favor, deixe-me falar com você, posso voar até aí hoje à noite. Podemos conversar está noite, por favor.

Por anos Emma quis ouvir essas palavras. Que elas poderiam conversar sobre as coisas, que não havia uma quantidade irreparável de danos causados ​​ao seu relacionamento, na família Swan. Mas na hora, no momento que ela tinha tudo o que queria na frente dela, ela simplesmente balançou a cabeça, negando tudo.

— Mãe, pare, por favor, se você está ligando para se vindicar... se você está chamando pra fazer você se sentir como uma mãe menos merda, tudo bem. Mas se isso é algum tipo de desculpas, o que eu tenho certeza que não é, porque você nunca está errada. Então, eu não quero. Não precisa perder seu tempo vindo aqui.

Ela respirou profundamente e esperou... Para o que, ela não tinha certeza, mas desejou que sua mãe dissesse algo.

— Bem ... certo, eu só queria ter certeza que você estava bem. E você parece estar... Então, é só isso.

— Ok. Mande um beijo pra Charllie e Neal. - Emma desligou. Desligou antes que sua mãe pudesse ouvir mais do que um desespero total em sua voz. Antes que pudesse ouvir as lágrimas em seus olhos. Desligou antes que sua mãe pudesse saber o quanto a havia machucado, o quanto seu peito estava doendo.

Abriu a porta do seu carro com a direita, a esquerda estava ocupada demais enxugando suas lágrimas.

Lágrimas.

Tinha certeza que sua mãe não derramou lágrimas sobre sua ausência, então ela estava determinada a mostrar-lhe o mesmo tratamento frio.


***

Regina e Emma estavam deitadas na cama. Regina mexia no celular. Emma estava revendo papelada. E por rever, era realmente apenas reler os mesmos fatos e números uma e outra vez, esperando a esposa para decidir se estava pronta para dormir.

O jantar foi tranquilo, com Regina engajada em seu próprio trabalho para realmente notar o comportamento tranquilo e mal-humorado de Emma.

Emma sabia que deveria guardar tudo pra si. Regina estava estressada, sempre ficava assim no final do ano letivo. E Emma não estava pronta para falar sobre o que aconteceu entre ela e sua mãe de qualquer maneira. Tudo estava ainda muito fresco para falar sobre, sem derramar lágrimas.

Então, ela permaneceu em silêncio durante o jantar, lavou e secou os pratos em silêncio.

Só queria que Regina apagasse a luz do abajur e a noite terminasse sem incidentes. Assim, Emma poderia chorar silenciosamente até dormir.

— Merda! - Regina xingou, assustando Emma.— Já são onze horas!

Emma ainda estava confusa e assustada, olhando para Regina que estava ligando novamente para alguém.

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— Mariana, Emma! A Mariana ainda não chegou e já SÃO ONZE HORAS! - jogou com força o celular na cama.

Culpa atacou Emma. Ela havia esquecido de falar.— Mari me ligou hoje, disse que ia ao shopping com as amigas.

— E você lembrou de perguntar a que horas iria voltar e com quem? O telefone dela está desligado! DESLIGADO EMMA! Liguei pra ela várias vezes e só da desligado!

Medo.

Medo foi o que atingiu Emma. Em um pulo levantou da cama, vestiu uma calça e abriu o cofre.

— O que você vai fazer? - Regina perguntou, preocupada ao seu lado.

— Vou ligar pro August e pedir pra ele rastrear o telefone. - Muniu a arma— Depois, vou buscar nossa filha.

— E por que você vai levar a arma?

— Por que não levaria?

****

2:35am

Emma ainda estava procurando por Mariana. A cada momento que o ponteiro avançava, seu desespero aumentava na mesma proporção.

— Já passamos por essa rua, Swan. - Killian estava ao seu lado no carro.

— Falaram que ela veio pra esse lado. Vou andar por aqui mais uma vez. Se você pegasse outro carro, seria mais rápido.

— Não vou deixar você sozinha.

— Regina está sozinha.

— Eu estou falando de você, não dela. Você não está assim apenas pela Mari. O que aconteceu, Emma?

— Não quero falar sobre isso. - Não queria a gentileza do Killian naquele momento. Não queria desabar antes de achar sua filha. O Bluetooth atendeu uma ligação.

— Até agora nada? - havia aflição na voz de Regina.

— Nada. Vai pra oeste. Tem algumas casas de shows lá.

— Blandon ta comigo. Ele não quis me deixar sozinha.

Emma respirou fundo, agora teria que se preocupar com três.— Ok. Tenham cuidado.

***

3:21am

— O telefone ainda está em movimento. Rua Dr Richard Perón, próximo ao número 214. - Killian leu a última mensagem de August.

Emma acelerou e entrou na rua. Há 20 minutos o telefone foi religado e August havia localizado a região. Faltava pouco para encontrar sua filha.

Parou próximo a um Subaru grafite, desceu do carro, mão próximo a sua arma. Killian fez sinal, mostrando que deveriam abordar o carro.

O coração de Emma acelerou quando viu apenas um homem dentro do carro, mexendo em um celular...

O celular de Mariana.

Sem pensar, Emma sacou a arma e ordenou que o homem descesse do carro. Obediente e assustado saiu, mãos tremendo na cabeça.

— Cadê a dona desse celular? - havia raiva na voz de Killian.

— E- eu não sei s-senhor. Achei a pouco no meu carro.

— Ele é Uber. - Emma analisava o interior do carro. - Onde está a dona desse celular? - mostrou a foto de template do aparelho da filha— E quero a resposta certa dessa vez. - sua voz estava grave, fria, assustadora.

— E-eu deixei um grupo de meninas é um cara n-numa casa há algumas horas.

— Me dê o endereço. - Killian ordenou.

***


3:47am

Não havia festa ou qualquer outro barulho que denunciasse adolescentes naquela casa. Mas, mesmo assim, Emma bateu na porta enquanto Killian espiava pela janela.

Uma, duas, três vezes.
Ninguém atendeu.

Até que o policial retornou, falando haver adolescentes e bebidas na casa. Pediu que Emma esperasse August chegar.

Menores de 21 não podem beber e minha filha pode estar lá dentro.

Emma chutou a porta, assustando alguns garotos que correram para a porta dos fundos... aonde Killian havia voltado.

O rato correndo para o gato.

Emma olhou ao redor, buscando sua filha. E sentindo seu sangue ferver ao ver Mariana desacordada em um dos sofás.Tantas garrafas espalhadas. Pó? Havia carreira na mesa? Era isso mesmo que ela estava vendo?

Um garoto passou por Emma, 20?21? Não sabia ao certo a idade do garoto, sem pensar avançou em cima dele. Despejou toda sua raiva, ignorando os gritos de Killian, ignorando seus pulsos e dedos ardendo.

Parou quando sentiu alguém a abraçando por trás, tirando ela de cima do garoto.

— Me solta August! - ordenou.

— Ei! - August gritou.— É mais importante você levar sua filha para o hospital! Veja se está tudo ok com ela. Amanhã nos vemos no DP pra resolver isso. - soltou Emma.

****

4:38am

— O que aconteceu com minha filha?! - Regina entrou no corredor do hospital.

— Nossa. Nossa filha! - havia raiva na voz de Emma.— Ela está se recuperando. Havia apenas álcool no sangue. E não aconteceu nada a mais com ela.

— Mas podia ter acontecido, Emma! Como você não se importa pra onde sua filha vai???!!

— Desculpa se não sou um helicóptero como você que mal DEIXA OS FILHOS RESPIRAREM SOZINHOS!!!!

— PELO MENOS EU SEI AONDE ELES ESTÃO!!

— VOCÊ NÃO SE IMPORTA COM NINGUÉM ALÉM DE VOCÊ, REGINA MILLS!!!! EU SEREI SUSPENSA POR ISSO, MAS TUDO É SÓ VOCÊ! VOCÊ QUER SEMPRE CONTROLAR TUDO! NEM SE IMPORTA EM COMO EU TO!

— ENTÃO, POR QUE VOCÊ AINDA TA COMIGO??!

— Senhoras, aqui é um hospital. - uma enfermeira chamou a atenção.

Regina não falou mais nada, apenas entrou no quarto onde Mariana estava.

— Eu sabia que tinha alguma coisa mais. - Killian se aproximou de Emma. - Agora você vai me contar?

— Não há nada para contar.

— Qual é, Swan? Você não confia mais em mim?

— Não, claro que não, Killian! Eu só... - Ela procurava uma desculpa credível. - Eu só preciso resolver isso sozinha.

— Há claro. É pra isso que os amigos servem. Servem só pras bebedeiras, certo?

Killian estava magoado e Emma acreditou ser justo. Ela contava para ele praticamente tudo. Especialmente depois que Ruby voltou para Boston. Killian permaneceu olhando fixamente para Emma, aguardando uma resposta, mas ela apenas desviou o olhar, receosa dele descobrir algo em seus olhos. Infelizmente era tarde demais, seus olhos já estavam com lágrimas.

— Swan, me conta. Só há duas pessoas que podem te deixar assim: Regina e sua m... - Ele então compreendeu.— Sua mãe mandou escolher entre ela e Regina de novo?

Emma se afastou e tentou pegar sua bolsa. Killian foi mais rápido, pegando a bolsa de modo que Emma ficasse obrigada a parar e encara-lo. - Sua mãe te ligou, não foi?


Então ela parou.

— Eu não sei mais o que fazer, Killian. Eu só não aguento mais guardar isso. Esconder isso da Regina, entende? E as palavras que ouvi hoje... me machucaram tanto.

Killian parecia querer dizer alguma coisa e, Emma esperou. Apenas Ruby e Killian sabiam sobre a briga com a mãe, apenas eles sabiam o quanto Emma queria esconder aquilo. Ela escondia por medo de machucar Regina. No final, Killian decidiu que não há palavras perfeitas para aquele momento, então, ele se inclinou para baixo e puxou- a para um abraço.

Emma queria se afastar. Ela queria dizer a ele que não era grande coisa. Mas era um negócio enorme. E na verdade aquele sentimento estava rasgando ela por dentro. Emma envolveu seus braços ao redor dos ombros largos do seu ex e, permiteu que lágrimas silenciosas caíssem.

Foi a primeira vez que ela usou seu ombro para chorar.

Normalmente, era para isso que Regina estava lá. Mas, Emma não queria preocupar a esposa. Emma não queria que Regina pensasse que ela está desmoronando e ela certamente não queria que Regina se sentisse culpada por uma decisão que Emma faria mil vezes mais, mesmo se tivesse a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente.

Então, no meio do corredor Emma desmoronou nos braços de Killian. O único lugar onde ela se sentia segura, desmoronando naquele momento.

***

Regina entrou furiosa no quarto de hospital aonde Mariana estava. Estava acontecendo alguma coisa com Emma, ela percebeu pelo modo distante que a esposa ficou durante o jantar. Mas, isso não dava o direito de ser uma mãe negligente.

Andou um pouco pelo quarto e resolveu que deveria discutir com Emma. Prometeram que haveria diálogo entre elas.

Abriu a porta, Emma estava parada na frente de Killian, eles estavam próximos. Por que Emma estava com os olhos molhados?

— Eu não sei mais o que fazer, Killian. - A voz de Emma estava triste, magoada. - Eu só não aguento mais guardar isso. Esconder isso da Regina, entende? E as palavras que ouvi hoje... me machucaram tanto.

Killian a abraçou e ela permitiu o abraço. O abraço que pertencia a Regina.

Fechou a porta novamente, não suportava ver aquela cena. Sentou no chão, ao lado da porta, se permitindo chorar.

Por que as pessoas são tão cruéis?
Por que traem e escondem tanto? Por que um sempre ama mais que o outro.

Ela chorava sozinha. Não havia uma abraço e um ombro secando suas lágrimas.