WSU's Karen Maximus

CAPÍTULO VIII — A Frente Unida


Karen tinha um capacete neural em sua cabeça. Parecia um pouco assustada.

— Leil, apenas 5% por cento de nossa população pode usar o cérebro num potencial máximo — disse Jarbas.

— Tá, mas e daí? — perguntou Karen confusa.

— Dagon não é um, ele queria que eu usasse este capacete neural. — suspirou preocupado. — Tomara que você seja filha.

Karen sorri confiante.

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— Tenho certeza que sou, pai.

— Pense no momento que deseja voltar Karen, como numa sessão de regressão. — Jarbas acena positivamente com a cabeça. — ZNUH, ligue o transporte de consciência temporal.

Karen confirma com a cabeça.

— Nós te amamos filh-- — dizia Lety, antes de desaparecer da vista de Karen.

Karen revirou os olhos, lutou e conseguiu abri-los. Algo soava distante e cada vez mais próximo em sua mente:

Saia daqui Karen. Vá embora. — era um pensamento que falhava. — Não quero que se lembre de mim assim.

Dagon segurava o Soldado pelo pescoço com uma corrente quente.

— De volta à nave, de volta ao momento! — diz Karen ao sorrir de lado. — Carmem, preciso que faça algo — diz a garota com obstinação.

Um canhão da nave disparou em Dagon, que foi jogado contra uma parede da estação abandonada, soltando o Soldado.

A nave de Karen ziguezagueava nos céus por todos os lados numa velocidade impressionante.

Senhor, temos uma presença no alto da torre. — alertou o sistema do traje de Dagon.

Dagon voou até o alto da torre. Um homem de capuz negro manejava na manutenção. Virou-se e levantou. No rosto uma caveira.

Indivíduo identificado como o Temerário, a Caveira que Ri, ou simplesmente a Caveira, senhor. Um herói atuante da Cidade do Corsário. Precaução aos truques dele.

— Opa! Tudo bom, bicho? — disse a voz demoníaca através de um modulador. — Já ouviu a história do pintinho que não tinha bunda?

O príncipe Illus Dagon avançou violentamente segurando o Temerário pelo pescoço.

— Não quero saber história nenhuma, Caveira. — Ergueu-o. — Onde está a garota? Onde está a nave?

O Temerário segurou seu braço com as duas mãos, passou a perna direita sobre o ombro de Dagon empurrou o peito para frente, inclinou o corpo e desvencilhou-se da desagradável posição. A dor envolvendo do movimento fez com que Dagon soltasse seu pescoço, mas Marcos não o soltou e arremessou-o usando a própria força do oponente para fora da torre de antena.

— O pintinho que não tinha bunda foi peidar e explodiu. — concluiu. — Ué? — o Temerário estava confuso. — Explodiu! — dizia apertando um detonador. — Merda, Matheus.

Dagon, levitou e logo estava acima de sua cabeça.

— Homenzinho inútil, eu não cairei em seus -- — uma explosão em seu braço o interrompeu.

O príncipe de Hórus estava caído na antena com a explosão. O Temerário salta e aproveitando uma teia, desce ao solo. Olha para o Soldado caído, o levanta.

— Levanta, princesa. — falava com seriedade ao Soldado. — Nossa! Você tá um trapo! — disse vendo o estado do Soldado. — Eu te disse que o golpe do “boa noite Cinderela” não tinha acabado. Vamos torcer pra não terem se aproveitado muito, sua infância já foi muito difícil.

— Seu filho da-- — balbuciou James, o Soldado Fantasma.

O Aracnídeo surge ajudando Azathoth a andar.

— Esse daqui parece que nasceu ontem, mole-mole. — comenta o garoto Jonas.

— Ainda posso arrebentar seus ossos, garoto mosquito — responde Azathoth apertando a clavícula do Aracnídeo.

— Ouch! — reage Jonas.

Aracnídeo, Azathoth, Soldado Fantasma e Temerário. Quatro das mais polêmicas figuras da atualidade, unidas.

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— Valeu pela teia, Jorge Aracão! — o Temerário deu dois tapinhas nas costas de Jonas.

Jonas fica boquiaberto.

— Uau! Viu isso, senhor James? Ele fez uma piada com meu nome! — disse o Aracnídeo animado.

— As crianças gostam de você, Marcos. — sorriu o Soldado com dificuldade. — Parece a Xuxa.

Dagon levantava-se. O comunicador com o sistema chiava. Desceu até o solo mais uma vez. Olhava odiosamente para os quatro em sua frente.

— Isso aqui está errado. — Dagon soltou uma risada. — Quatro marmanjos de roupinhas estranhas, ridículo. Vocês devem me respeitar neandertais! Eu sou um--

— Lesado! — gritou Aracnídeo.

Cala a boca, garoto burro. — Marcos pensou. — Cadê você Karen? Droga!

Ei, eu ouvi isso Caveira! — disse o Aracnídeo em pensamento. — Ei, por que ele ainda não atacou a gente?

A nave de Karen pousa atrás dos quatro. As portas se abrem. Carol e Karen descem.

Fecha o cabaré, a gente chegou. — pensou Carol, a agente Trap.

Azathoth olha orgulhoso para a garota Maximus. As mentes de todos estavam ligadas telepaticamente por Karen.

A pirralha conseguiu! — pensou Azathoth.

Sou boa de improviso, Aza! — respondeu Karen.

Karen enfureceu-se ao ver Dagon ante os quatro. Olhava para seu inimigo indignada.

— Um bando de patetas fantasiados. — disse o príncipe orgulhoso. — Vai ser um prazer espancar vocês e acabar com este grupo de autoajuda.

Karen voou furiosamente em direção ao príncipe de Hórus e chocou-se agarrando-o.

— Nunca — soco, — mais — soco, — machuque — soco, — meus amigos! — arremessou Dagon para fora da estação.

Os outros observavam a transformação repentina de uma tímida garota em um monstro.

— Fui eu que ensinei. — comentou Trap.

— Ok, teacher. — comentou Temerário. — Preciso de alguém para subir num poste e roubar energia elétrica, um capacitor e uma bobina.

— Saibam que eu sou totalmente contra este tipo de atitude. — comentou Aracnídeo antes de saltar.

Azathoth sorriu.

— Uma PEM? — indagou Azathoth. — Inteligente. — analisou. — Soldado, vá atrás da Karen. Assegure-se de que ela está bem. — apanhou sua faca dentada vemelha do chão. Lustrou-a com a manga. — Precisamos guardar a nave. Trap, você fica comigo.

— Não sou chegada na fruta, mas se você tiver bom papo quem sabe. — respondeu Trap.

Temerário assentiu com a cabeça.

— Partiu. Fazer a feira. — disse Marcos deixando o local.

Karen e Dagon travavam uma batalha nos céus de São Paulo. Os cidadãos observavam os deuses voando sobre suas cabeças.

Preciso que traga Dagon de volta para a rádio, Karen. — telepaticamente falou Azathoth.

Dagon avançou, seu sangue escorria pela boca. Com um mata-leão, travou o pescoço de Karen por trás. Estava sufocada.

Uma fenda abre-se atrás de Dagon. Um golpe de espada acerta as costas do príncipe, que solta Karen e o Soldado entra em queda livre. Logo abaixo, as pessoas estavam assustadas com o corpo que cai.

Ainda não aprendi a voar garota. — diz o Soldado na mente de Karen.

Karen contorna Dagon e voa para baixo segurando seu amigo um instante antes de atingir o solo. O príncipe de Hórus avistou a ponte Octávio Frias nas proximidades, por baixo da qual corria o Rio Tietê.

Dagon tirou uma espécie de cubo de meio palmo do pulso de sua armadura e arremessou. O objeto grudou-se em uma das vias. Apitou por três vezes acendendo uma luz vermelha e explodiu, deixando-a dividida em duas.

Os carros pararam, a ponte começava a desmoronar aos poucos, as pessoas desesperavam-se. Dagon deixou o local.

— Precisamos salvar essas pessoas, Karen. Deixe que Dagon vá. — disse o Soldado.

— Tudo bem. Tem poucos carros, acho que assustamos as pessoas. — analisou Karen. — Evacue a ponte.

— O que vai fazer? — indagou Tales.

Karen estendeu a mão em direção à ponte. De repente a ponte começava a sustentar-se.

— Vai. — disse Karen forçando a voz.

Dagon pousou, aproximava-se de Azathoth e Trap, que guardavam a porta da nave.

— Acho que vou precisar da nave, se não se importam — disse Dagon.

Azathoth e Carol Trap se olharam.

— Está pronto? — perguntou Carol.

Azathoth balançou a cabeça positivamente. Correram em direção a Dagon.

Azathoth desfere um chute alto, Dagon bloqueia com o antebraço e afasta-o com um soco no peito. Trap correu em direção a Dagon que desferiu um soco, mas ela rolou esquivando-se e passando por suas costas, grudou-o um dispositivo.

Enquanto Dagon virava, o dispositivo começou a emitir um som de frequência ensurdecedora. O príncipe estava de joelhos diante daqueles dois humanos.

— Os neandertais ridículos conhecem fones, príncipe. — disse Azathoth desferindo uma joelhada em seu queixo. — Sou imune à tortura. — disse ao desferir um cruzado de direita.

Dagon levantou-se com dificuldade. Carol desferiu um chute de esquerda fazendo seu oponente tombar levemente para a direita. Azathoth tirou os pés do chão e desferiu um soco de direita.

Aracnídeo subia na torre de antena escalando com um cabo nas mãos. Ia de encontro ao Temerário.

— Finalmente! — disse o Temerário impaciente com a espera.

— Achou ruim? Tenta abordar um cara da companhia de energia e pedir cabos para salvar o mundo!

— Tá legal, me dá logo isso. — Tomou o cabo.

Era uma ligação em paralelo de um capacitor e uma bobina, achados pelo Temerário, dentro da rádio, era alimentada pelo cabo ligado ao poste também em paralelo. Funcionava.

Embaixo Dagon sofria com o aparelho prejudicando sua audição. Identificou de onde vinha o som, tirou-o de suas costas e quebrou-o com as garras retráteis. Derrubou Trap com uma rasteira, estava pronto para rasgá-la, ergueu a mão, mas algo o impediu: uma teia.

— O único príncipe que eu respeito é o príncipe Adams! — disse Aracnídeo acertando Dagon com uma joelhada nas costas.

Temerário desceu a torre e juntou-se a eles. Azathoth, Carol e Aracnídeo. Dagon estava furioso.

— Já chega. — teclou duas vezes no pulso direito. — Ativar modo de combate de fogo.

Peças formavam-se de seu traje, montava com ela uma arma que se assemelhava a um rifle. Dagon apertou o gatilho, lasers eram disparados da arma.

Os disparos esbarram numa parede invisível.

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Escudos defletores acionados, senhor — alertou a nave Carmem.

— Boa garota, Carmem! — elogiou o Temerário.

Obrigado, otário — retribui a inteligência artificial.

— Quem a autorizou a me chamar desse jeito? — indaga o Temeário curioso.

Foi o senhor James — respondeu a nave.

Dagon tenta, mas não consegue efetuar mais disparos. Sua armadura fica pesada, desliga. Bem como a arma. Bem como carros, semáforos, Carmem e qualquer dispositivo eletrônico num raio de quinhentos metros.

— O quê? — indaga Dagon surpreso. — O que fizeram?

— Uma PEM potencializada pela antena. Não vai poder usar sua tecnologia. — disse o Temerário seriamente.

Karen pousou no local.

— Acabou Dagon. — ela advertiu.

Andava lentamente até Dagon.

Ele caminha para trás. Desespera-se. Corre para a nave. Aracnídeo salta para a porta.

— Para onde pensa que vai? — prende seus pés ao chão com teias.

Sua armadura desmontava-se peça por peça. A telecinese de Karen o fazia lentamente.

— Não, vocês não podem fazer isso! — gritava o príncipe orgulhoso. — Não podem brincar comigo!

Uma fenda abre-se diante dele. Um soco o faz desabar.

O Soldado Fantasma.

— Talvez no futuro. — disse o Soldado.

— Bem-vindo ao nosso tempo. — disse Karen. — Você acabou de fundar a Frente Unida.

Diante dele estavam os seis que causaram a sua queda. Dagon acabara de reunir a Frente Unida.