— Nós estamos aqui hoje por muitos motivos. - disse James

O fogo queimava nas duas piras. A grande e dourada de Fleamont, e a menor e roxa de Voldemort, Lucius, Severus e os outros comensais que haviam morrido. James não havia exagerado quando havia dito a quantidade de pessoas que estava presente. Eu conseguia ver milhares de olhos pousados em mim, que alternavam para encarar James, enquanto ele fazia seu discurso.

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— Meu pai foi um bom rei. Ele cometeu muitos erros, mas ele se importava com o reino de Hogwarts e seu povo. Lhe dizer adeus é uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer.

Sirius viu minha expressão culpada e apertou minha mão, carinhosamente.

— Também estamos aqui para por fim a uma era terrível dos onze reinos. - James continuou - A praga e Voldemort instalaram todo o tipo de medo e tristeza. Eu não sabia o que acontecia fora desses meus muros, mas vou fazer qualquer coisa no meu poder para impedir que essas coisas aconteçam novamente. Vamos nos unir para fazer com que o mundo volte a ser bom e mágico.

A plateia sorria. James estava conseguindo ganhar o coração daquelas pessoas que haviam sofrido tanto, e por tanto tempo. O charmoso jovem príncipe seria responsável por trazer a felicidade de volta – inclusive a minha, de certa forma.

— E eu gostaria de agradecer à Lily Evans por estamos aqui hoje.

A plateia arfou. James se virou para mim e deu um sorriso fraco.

— Vocês já devem ter ouvido falar dela. A grande assassina. - ele riu - Ela veio até aqui me matar. Me enganou completamente. Destruiu parte do palácio. E salvou todos nós.

Sorri para ele.

— Todos devem ter a oportunidade de se transformarem em alguém melhore. Ela é a melhor pessoa que eu ja conheci. Então, essa noite, quando vocês forem se preparar para dormir. Lembrem-se de pensar em Lily Evans e como ela conseguiu nos livrar de um destino terrível. Agradeçam a ela por trazer a felicidade de volta ao reino. Eu vou.

James acenou com a cabeça e finalizou seu discurso.

Uma batida na porta me tirou dos meus pensamentos. Eu estava pronta para ir embora. Meu ferimento estava quase completamente curado, era hora de ir para casa recomeçar a vida.

Eu constantemente pensava no discurso de James. Eu ainda não conseguia acreditar que todas aquelas pessoas me agradecendo e batendo palmas para mim eram reais. James havia se superado, em todos os sentidos.

Eu constantemente pensava em James, também. Nós nos aproximamos novamente, depois dos funerais. Mas a aura do que havíamos sentido um pelo outro sempre estava presente, fazendo com que não pudéssemos voltar a sermos os amigos de outrora.

Eu ainda estava completamente apaixonada por ele. Talvez ainda mais do que antes. Eu sabia, porém, que precisava partir com rapidez. Eu não podia me envolver com ele, levando tudo em conta. Só traria mais tristeza para nossos corações.

— Pode entrar. - eu disse

James apareceu quando a porta abriu.

— Olá. - ele disse

— Oi - sorri

Ele me encarou.

— Você ficou ótima com essas calças.

Eu havia colocado minhas roupas normais de volta. Eu não era mais uma assassina mas aquelas roupas já eram uma parte de mim. Eu não conseguiria continuar usando vestidos chiques por muito tempo, embora eu os amasse.

— Obrigada. - eu ri - É bom vesti-las depois de todo esse tempo usando grandes vestidos.

James sorriu.

— Minha mãe disse que você pode levar todos eles.

Assenti.

— Eu estou levando só o do baile. - eu disse - Eu não terei onde usá-los no dia a dia, de qualquer forma.

James concordou.

— Vocês já estão indo? - ele perguntou

— Sim. - assenti - Sirius estava terminando de preparar uma carruagem. Eu preferiria ir à cavalo, mas meu avô ficou muito feliz de poder andar em uma.

Ele sorriu.

— Ele é engraçado.

Ri.

— Bom, eu, hã, te trouxe uma coisa. - James disse

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Ele saiu do quarto e pegou um baú de tamanho médio e o colocou em minha cama. O encarei, confusa.

— O que é isso? - perguntei

— Quinhentos mil e um galeões. - ele disse - Vamos dizer que eu fiz uma contra proposta para a oferta de Voldemort.

— James! - exclamei - Você ficou maluco?

Ele riu.

— Você merece. - ele disse - Pegue o dinheiro, recomece sua vida com seu avô do jeito que você querida.

— Eu não preciso mais disso. Eu não vou mais fugir. - eu disse - Nós vamos voltar para a nossa casa e recomeçar de lá.

James suspirou.

— Use esse dinheiro com o seu povo. - eu sorri - E, de certa forma, você vai estar me dando ele.

Ele assentiu.

— Você é muito teimosa. - ele sorriu

Sorriu.

— Leve quinhentos galeões então. - ele disse - É pouco, mas vai ajudar vocês a não recomeçarem completamente pobres.

— Eu era a melhor mercenária do reino, eu não sou completamente pobre. - bufei

Ele riu.

— Aceite. - ele disse

Assenti.

— Só os quinhentos. - eu disse

— Só os quinhentos. - ele concordou

James abriu o baú e colocou a pequena soma em um saco de veludo. Ele me entregou e nossas mãos se tocaram por um instante.

Ele pigarreou.

— Você vai voltar para a coroação? - ele perguntou

— Não. - eu disse, e vi sua expressão inteira murchar como uma flor. - Eu preciso ficar um pouco longe disso aqui. Você entende?

Ele assentiu e eu coloquei minhas mãos em seu rosto. Nossos olhos se encontraram. Verde no castanho.

— Muito obrigada por tudo que você fez por mim desde o momento em que nos conhecemos. - eu disse

Ele assentiu.

— Adeus, James.

Eu o soltei rapidamente e saí do quarto, não conseguindo mais suportar o fato de que não veria mais James. Eu não poderia encontrá-lo, nunca mais. Era doloroso. Na verdade, meu plano era me mudar para Beauxbatons ou Castelobruxo em alguns anos. Eu não conseguiria ver James, sua futura rainha e suas crianças sem ficar triste.

Todos estavam reunidos em frente ao castelo, junto à carruagem. Ironicamente, era assim que eu havia chegado ao castelo. Senti uma pontada em meu coração ao lembrar que Sev estava comigo. A morte de Sev sempre me atingia inesperadamente. Era como tropeçar no escuro.

Abracei Sirius e Lupin com força.

— Nós vamos sentir tanto a sua falta. - disse Lupin

— Eu vou sentir a falta de vocês também. - eu disse - Se vocês algum dia pensarem em terminar eu venho aqui pessoalmente para matar os dois.

Sirius riu.

— Não vamos. - ele disse, olhando Lupin com ternura. - Mas você nos visitar de vez em quando não seria má ideia.

Sorri.

— Vocês sabem porque eu não posso. - eu disse

Sirius assentiu.

Os abracei novamente.

— Tomem conta dele. - eu murmurei

— Nós vamos. - disse Lupin. - Se cuida.

Assenti.

Fui até Euphemia e sorri.

— Minha querida… - ela disse, me abraçando. - Muito obrigada por tudo.

— Eu que agradeço. - sorri - Euphemia, você é quase uma mãe para mim.

Ela sorriu, emocionada.

— E você é quase minha filha.

Rimos.

— Eu espero que nossos caminhos se cruzem novamente um dia, mas até lá eu quero que você seja imensamente feliz. Você é a pessoa mais iluminada que eu conheço, não deixe nada e ninguém te convencer do contrário.

Sorri e assenti, entrando na carruagem onde meu avô me esperava.

Ele me abraçou e limpou minhas lágrimas.

— Você vai ficar bem, minha querida.

— Nós dois vamos. - eu sorri.

Era estranho estar de volta em casa depois de todo aquele tempo. As coisas continuavam todas iguais, mas ao mesmo tempo muito diferentes. Como uma flor prensada dentro de um livro – ainda é a mesma, mas ela mostra em si mesma o tempo passado.

Eu e meu avô limpamos todo o pó que havia acumulado em sua ausência. Nossas conversas durante nosso simples jantar chegaram à conclusão de que iríamos dar uma reformada na casa. Torná-la somente nossa, expulsando os fantasmas tristes de minha mãe e minha avó. Os jardins ficariam floridos para as duas.

Seria uma nova era para nós dois. Sem mais preocupações e solidão.

Durante a noite, disse ao meu avô que precisava ir a um lugar.

Peguei meu cavalo, presente de Euphemia e James, e cavalguei no escuro até minha antiga cabana. Ela também parecia uma flor prensada.

Entrei pela porta e levei um susto, ao me deparar com Petúnia, um outro gato e uns dez pequenos gatinhos.

Fui até eles e os acariciei.

— Você se manteve ocupada enquanto eu estava fora, não foi? - sorri

Petúnia ronronou como se soubesse que eu estava falando com ela.

Peguei todas as minhas roupas no armário e os poucos livros que eu havia conseguido comprar quando morava naquele lugar. Eu conseguia sentir o cheiro de Sev e Lucius na minha cama. Me permiti chorar pelos dois.

Fui até a clareira e deitei para observar as estrelas. Eu pedi desculpas para minha mãe, mas também me senti confiante em saber que finalmente cumpriria a promessa que fiz a ela. Ela também estava confiante. Percebi isso ao ver várias estrelas cadentes passando por cima de mim.

Acordei no chão da clareira, cheia de folhas e galhos. Com um pouco de dor nas costas, também.

Dei adeus à Petúnia. Ela tinha sua própria família agora, e sabia se cuidar.

Também disse adeus para a cabana. Guardando lembranças boas que tinha dali, mas me desfazendo das ruins.

Cavalguei de volta para casa. Finalmente pronta.

Abri a porta e meu avô estava sentado à mesa.

— Você acredita que a Petúnia teve filhotes? - perguntei

— Tem um homem no seu quarto. - ele disse, em voz baixa.

O encarei.

Um homem no meu quarto?!— exclamei, desembainhando minha espada.

— Você já está com sua espada de novo? Lily! Você disse que iria parar com isso!

— Eu só levei como precaução! - exclamei - E vejo que foi uma boa ideia agora.

Meu avô bufou e cruzou os braços.

— Ele disse que precisava falar com você, urgentemente. - disse ele

— E você o deixou entrar? - protestei, já subindo as escadas - Vô, eu era uma assassina! Você não pode deixar as pessoas invadirem nossa casa sem mais nem menos! Você poderia ter morrido!

Abri a porta do meu quarto, irritada por ter a chance de ter que matar mais alguém, mas deixei minha espada cair ao ver quem se encontrava lá.

— James. - murmurei

— Lily. - ele disse - Me desculpe por ter invadido sua casa.

Ele estava com as mesmas roupas de quando eu havia me despedido dele, no dia anterior no castelo. Seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal, se é que isso era possível. Eu senti meu coração expandir e encolher, sucessivamente, ao encontrar meu olhar com o dele. Eu já havia me preparado para não olhar naqueles olhos nunca mais, mas isso me parecia cada vez mais difícil.

— Você chegou muito perto da morte. - eu disse

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Ele riu e olhou para a minha espada no chão.

— Eu percebi.

— Me desculpe. - sorri

Ele também sorriu.

— James. - repeti

— Lily. - ele disse

— O que…

— Eu não consigo. - ele me interrompeu. - No momento em que você saiu do quarto eu já sabia que não conseguiria. Eu cavalguei a madrugada toda. Lily…

— James, isso é loucura. - eu disse

Ele se aproximou de mim.

— Eu sei. - ele riu - Mas eu não me importo.

Ri.

— Você é o rei. Eu sou uma criminosa. – eu disse - James, nós temos que esquecer isso.

— Você é a mulher que eu amo. - ele disse, segurando meu rosto. - Eu não vou me esquecer disso. Eu tive que abrir mão de muitas coisas nesses últimos dias, você não vai ser uma delas.

Sorri.

— Lily, eu te amo. - ele disse - E eu quero passar o resto da minha vida com você. Eu não me importo com mais nada.

Ele beijou minha testa lentamente, em seguida minhas bochechas e o meu nariz.

— O que você diz? - ele perguntou

Sorri.

— Eu digo sim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.