Mercy

Capítulo 7


Com ela eu fico satisfeito. E eu nunca fico satisfeito com nada.
— Gabito Nunes.

9 de fevereiro

A viagem ainda estava só no começo e mesmo com a parada que haviam feito durante o amanhecer a viagem ainda estava indo bem e mesmo que Dean não estive mais dirigindo ele não conseguia dormir, e seguia mais uma vez observando a Nuria dormir em paz com a sua camisa e ele até conseguia imaginar que ela estava sonhando com algo bom.

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Eles estavam próximos a Bowbells e o tempo já começava a apresentar mais indícios de que iria fazer mais frio e talvez até nevascas durante a viagem, pelo menos até acharem a primeira pista do cajado e então seguirem viagem.

O céu estava claro e o sol estava brilhando mas o frio ainda continuava meio que presente ali e não iria embora tão cedo pelo que parecia.

— Já tá esfriando Sam, vamos parar no próximo posto e enquanto eu levo a Nuria se secar e vestir uma roupa quente você abastece o carro. -Dean falou quando viu uma placa indicando um posto de gasolina a trinta minutos dali o que era perfeito para o que eles queriam.

O caminho até o posto foi bem mais rápido do que eles esperavam, e então quando menos esperava Dean sentiu o carro parando, o que significava que era hora de acordar a Nuria daquele sono que ele gostava tanto de observar; Sam desceu do carro já começando a fazer a sua parte enquanto Dean ia até o porta mala pegar a mala da Nuria e só então abrindo a porta de trás para poder acordar ela.

— Nuria, temos que seguir viagem, eu preciso que você acorde. -Dean falou com calma vendo que ela não estava naquele sono profundo de dias atrás, era apenas ela ali, dormindo como se o mundo não fosse um problema do qual ela tinha que lidar.

— A tempestade já passou, porque eu tenho que acordar? -ela perguntou com a voz cheia de sono, bem parecida com a que uma criança faz nas mesmas situações, mas ainda assim se sentou no banco pronta para levantar.

— Por que eu quero que você troque de roupa. -Dean respondeu de maneira tranquila mas se esquecendo de com quem estava falando, Nuria saiu do carro não se importando da camisa que não pertencia a ela estar aberta.

— O que você quer, não é problema meu. -a morena falou ríspida se sentindo incomodada com algo, então antes que Dean pudesse responder ela pegou sua mala e saiu para o que deveria ser o banheiro deixando o Dean sozinho.

O resto do caminho seguiu em silêncio e Nuria seguia no banco de trás concentrada em olhar pela janela e ler alguns livros que estavam ali atrás e fingir que o olhar do Dean pra cima dela não incomodava. O clima já estava piorando e quando elas passaram por Portal, e depois de não muito tempo passaram pela fronteira.

Assim que a fronteira foi cruzada algo já podia ser sentido de diferente no ar mas aquela sensação parecia estar somente presente na Nuria, o que fez com que ela já entendesse que aquilo estava relacionado a pista do cajado que eles estavam atrás e saber disso não deixava ela tranquila.

A morena não estava acostumada a passar tanto tempo dentro um ambiente fechado como um carro, o único lugar que ela se mantinha por um longo período de dias era quando estava presa ou no estúdio de Ballet

— Qual a pista que vocês tem? -Nuria perguntou para os dois mas Dean sabia que a resposta que ela queria não era a dele.

— Tudo que nosso pai sabia, era que precisava de muito poder para abrir e ainda mais poder para manter ele escondido então ele nunca passou dessa pista e também nunca falou qual era a pista somente anotou como chegou lá. -Sam falou concentrado na estrada mas falando de forma clara.

Nuria tinha um certo receio em relação a seguir viagem junto com o Dean, porque era exatamente sobre isso que ela tinha medo; de todo o carinho passar e restar somente aque Winchester mais velho que mata todos os monstros e ela acabar sendo a próxima a morrer.

— Onde nos leva a primeira pista? -Nuria perguntou vendo que elas já estavam a tempo de mais dentro do carro e aquela sensação já estava embrulhando o seu estômago.

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No céu a paz estava voltando a ser restaurada depois que Amara teve o seu dia de crise, Deus em nenhum momento desde que saiu da reunião entrou em detalhes sobre o que aconteceu lá dentro e o que iria acontecer agora com a grande mudança que estava prevista. No céu era sempre um lugar de paz que abrigava aqueles que ali pertenciam e era um sonho para aqueles que estavam atrás de começar uma nova vida; cada paraíso ali era o pedaço mais profundo de cada alma que agora residia lá, e poder andar entre eles era o que mais alegrava Chuck principalmente quando Amara estava disposta a ir com ele.

— O que te deixou tão triste e angustiada ontem minha irmã? Anjos me contaram que houve diversos desastres naturais na terra e sabemos que não foram tão naturais assim. -Deus falou se sentando em um banco dando espaço para a Amara deitar com a cabeça no seu colo.

— Fantasmas do passado vieram assombrar os meus sonhos, e isso acabou me deixando muito aérea durante o resto do dia. -ela falou parecendo realmente sentida pelo que causou na terra e ainda mais triste por ter que tocar nesse assunto.

Era um assunto delicado, a morte de um filho sempre é um tabu para os pais não importa o tempo que tenha passado; porque o amor que você tem pelo seu filho nunca vai nem se compara ao tanto que você ama o seu marido ou namorado, é um amor sem medida e sem esperar algo em troca, que jamais irá ter fim.

— Porque você não vai ver o Dean, eu sei que ele sempre ajuda no seu humor, vai fazer bem pra você e pode deixar que eu cuido do que aconteceu na terra. -Deus falou fazendo um carinho nos cabelos da irmã tentando se manter presente ali, livre dos problemas.

Diferente do céu na terra o clima ainda estava melhorando mas os vestígios de uma brilhante noite já estava a aparecer, o céu estava repleto de estrelas e mesmo já estando em Regina, Saskatchewan o lugar onde iria encontrar a primeira pista do cajado era distante do centro da cidade, então mais uma vez eles estavam seguindo por uma estrada de terra que parecia levar a lugar nenhum.

Quando uma mulher vestida em um vestido longo e preto apareceu no meio da estrada fazendo com que o Dean parasse o carro imediatamente mesmo ela estando mais a frente e deste para desviar dela.

P.O.V Nuria Hickman
Os meninos pareciam conhecer ela porque não manifestaram nenhuma surpresa por ela continuar parada ali no meio de uma estrada deserta com um vestido daquele sozinha, e quando um carro que visto de fora até aquele momento demonstrava ter apenas dois homens, ela não sorriu apenas parecia sorrir.

— Sam fique no carro com a Nuria. -Dean falou desligando o carro e saindo em direção a mulher demonstrando tranquilidade, como se conhecesse ela mais do que conhecia a si mesmo.

Foram se passando cinco minutos, e tanto o Sam e quanto eu já tínhamos percebido que aquela conversa iria demorar muito mais do que a gente queria e tinha planejado mas o Dean ainda era o mais experiente mesmo que quisessem deixar ele para trás, não daria.

Se passaram dez minutos, e agora eu já estava sentado no banco do motorista mas com as luzes de dentro do carro apagadas, ninguém do lado de fora conseguia nem me ver e nem ver o moreno ao meu lado; se eu acha estar entediada ali dentro, Sam parecia estar muito mais.

Se passaram quinze minutos, e agora eu estava verdadeiramente brava por ter que ficar ali esperando o Dean terminar de namorar enquanto que tínhamos que ficar trancados dentro do carro e mesmo estando frio, eu gostaria muito de sentir o ar fresco e poder cuidar um pouco mais da conversa dos dois.

— Vem Sam, não tem por que a gente ficar trancado aqui sendo que o Dean está lá se divertindo com a sinistra. -falei saindo do carro vendo o Sam sair correndo como se tivesse medo de algo que eu vou fazer.

— O que você está pensando em fazer? -ele perguntou se encostando no capô ao ver que eu estava para ali do lado do carro apenas encarando eles, que pareciam estar andando de um lado para o outro da estrada enquanto conversavam.

— Vou apenas olhar as estrelas. -falei me deitando no capô com ele me acompanhando.

— Porque as estrelas? -Samuel perguntou após ver o meu sorriso por estar olhando as estrelas.

— Elas são lindas, mesmo mortas continuam durante um longo tempo em nossa vida e mesmo quando morrem ainda estão aqui e isso torna elas ainda mais lindas, sem contar o quanto são corajosas, temos uma ligação que eu jamais poderia contar para alguém por que nem ao menos eu sei entender.

— Como elas podem ser corajosas? -ele perguntou deixando de olhar o céu e me olhando, e eu fiz o mesmo vendo o quanto seus olhos eram lindos.

— As algumas estrelas passam toda a sua vida no mesmo lugar pertencendo à mesma constelação em vez de brilhar sozinha e se sacrificar a sua liberdade para que outras pessoas possam admirar e se apaixonar por aquele simples mais importante conjunto de estrelas não é coragem, eu não sei o que é.

Pensar na coragem das estrelas me motivava a continuar nessa jornada que meu coração naquelas batidas fortes e constantes deveria estar me dizendo que não iria acabar bem para mim, que o meu final seria doloroso e que iria fazer as pessoas a minha volta sofrer, e pensar neles sofrendo era como precisar de oxigênio estando debaixo d'água.

Em algum momento Dean se aproximou mais com a tal mulher e sem nem me dar conta coloquei o meu colar para dentro da blusa escondendo ele de sua vista e me aproximei mais do Sam, e ele entendeu meu medo e se levantou se colocando na minha frente, impedindo que qualquer pessoa pudesse me ver.

P.O.V TERCEIRA PESSOA

Aos dois que andavam parecia que o tempo não passava e aquela conversa era como conversar com a alma da outra pessoa, e era aquela conversa que Amara sentia falta no céu, mesmo que eles não falassem tanto estar lado a lado era o suficiente. Mas aos dois que estavam esperando aquela conversa acabar, parecia que nunca iria ter fim e que eles iriam ficar ali e nunca mais sair; e pra Nuria até mesmo voltar a caçar o cajado era melhor que continuar com aquela sensação.

Diferente da morena, Amara não se sentia intimidada pela presença da mais nova e sim se sentia interessada mas ao mesmo tempo não queria estar perto e aquele sentimento conseguia interessar ainda mais do que estar com o Dean mesmo que ela só tivesse percebido a garota a pouco tempo.

— Quem é a garota? -Amara perguntou com intenção de se aproximar mas ao ver a reação do Sam de tentar proteger a garota, parou no mesmo momento se sentindo incomodada com tudo aquilo.

— É a minha protegida, mas pelo que parece ela anda preferindo não só a companhia do irmão como falar com ele e se preocupar com o que ele acha. -Dean falou meio rancoroso mas no fundo tentando entender o porque daquilo logo agora.

— Você é incrivel, não tem por que se sentir assim, se você só está falando que é ultimamente significa que ela já teve a atenção somente para você e você é ótimo, logo ela vou voltar a perceber que você Dean Winchester vai fazer tudo para proteger ela tanto que os olhos brilham quando fala dela. -Amara falou as verdades que estava ali e qualquer pessoa podia ver, deu um beijo na bochecha do Dean e então sumiu tão silenciosamente quanto tinha aparecido.

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A estrada levava até um hotel antigo que parecia estar funcionando mesmo que estivesse caindo aos pedaços e totalmente vazio, aquele era o único lugar existente ali em várias horas o que deixou os três sem muitas opções de onde parar, e intrigados pelo fato da pista levar eles até aquele lugar.

Samuel carregava a mala da Nuria e ela carregava somente o livro tão especial quando eles desceram do carro indo em direção ao hotel estranho, Dean vinha logo atrás com a mesma cara que usou durante o percurso até ali dentro do carro silencioso.

A sala principal do hotel era tão estrada quanto ele do lado de fora, e estava vazio com exceção da senhora sentada atrás do balcão que já deveria estar morta a muito tempo e com comportamento estranho mas a única pessoa que tinha notado algo diferente nela era a Nuria que resolveu guardar para sim.

— Queremos um quarto com tres camas. -Dean falou assumindo a frente e falando com a Senhora.

— Tem certeza que não querem uma cama bem grande pro tres dividirem? -a Senhora falou dando um sorriso engraçado e entregando uma chave pro Dean que nem se deu ao trabalho de mudar a cara que estava.

O quarto era grande e ficava no terceiro andar mas a cada passo que eles davam para dentro parecia que toda a poeira que estava ali ajudava a deixar o ambiente mais frio, Dean se jogou na cama mais próxima da porta e Sam ficou com a que ficava perto da janela deixando a morena com a cama do meio.

Já era tarde, a única pessoa dentro do quarto que ainda estava acordada era a Nuria que por mais que tentasse não conseguia ficar com os olhos fechados por mais de cinco segundos por conta daquela sensação de estar sendo observada; o ar frio daquele quarto era como estar sendo preenchida com a morte e sendo levada aos poucos dali.

Em algum momento sair daquela cama fria não parecia ser mais uma idéia tão boa, depois uma luz forte e azul começar a entrar por debaixo da porta de maneira em excesso que irritava os olhos e confundiu a mente. Nuria pulou da cama esquecendo totalmente do frio que estava sentindo ou daquela sensação estranha que percorria seu corpo, já sacudindo tanto o Dean quanto o Samuel.

O loiro rapidamente se levantou olhando para os lados como se procurasse algo com Sam fazendo a mesma coisa, como se toda aquela luz azul não fosse importante.

— Vocês não estão vendo toda aquela luz azul? -Nuria perguntou começando a achar que toda aquela luz estava vindo da sua cabeça e mais ninguém conseguia ver porque ela estava louca.

— De que luz você tá falando Nuria? -Sam perguntou levantando de vez como se o sono não fosse tão importante quanto aquela conversa as duas da manhã.

— Não tem nada ali! Podemos voltar a dormir agora? -Dean falou mal humorado.

— Se vocês não vão fazer nada sobre isso, eu vou fazer. -Nuria falou puxando um casaco do pé da cama e saindo porta do quarto a fora deixando arma ou qualquer coisa que fosse precisar, até mesmo os meninos.

A luz seguia rápido como se fugisse da morena que mesmo correndo o mais rápido que conseguia toda vez que chegava perto, a luz se afastava mais e assim ela seguia com os dois Winchester correndo atrás preocupados com o que iria acontecer.

P.O.V Nuria Hickman

O fim do corredor se aproximava e o pensamento de vitória já começava a aparecer na minha mente mas ao ver o final do corredor ali e a luz desaparecendo um desespero começou a tomar conta de mim, com o medo de deixar aquilo que podia ser a pista do cajado escapar pelas minhas mãos. A luz forte foi descendo como se fugisse daquele andar para o andar de baixo, virei para trás vendo que os meninos me olhavam como se eu estivesse louca mas eu sabia o que estava vendo, e iria acreditar minha intuição.

— EU NÃO ESTOU FICANDO LOUCA, EU SEI O QUE EU ESTOU VENDO. -gritei passando por eles e seguindo até o andar de baixo, não estava correndo mas seguia com o passo rápido.

O segundo andar parecia deserto e coberto de poeira como o andar que ficava o nosso quarto, foi preciso descer mais um andar para que conseguisse ver a luz mais uma vez, passei pela recepção vendo que ela estava vazia e seguia até a porta que dava pra cozinha que a muito tempo não era usada, e passando por ela uma escada de madeira antiga era revelada.

— Você não pode descer essa escada Nuria. -Dean falou como se quisesse mandar em mim.

— E você não pode mandar na minha vida. -respondi rápido descendo as escada correndo e já vendo um porão escuro que quanto mais eu adentrava ele, mas a luz azul ia para o fundo até chegar na parede.

A luz se transformou na Senhora que estava na recepção quando chegamos, só que agora parecia estar muitos anos mais nova do que quando vimos ela pela primeira vez, e brilhava igual ao ponto azul em que estava perseguindo.

— QUEM É VOCÊ? Porque está fazendo isso comigo? -perguntei demonstrando que tudo aquilo estava me assustando e que eu só queria a verdade.

— Estou apenas dando o que você quer, estou te dando a verdade. -a velha falou se esticando, me segurando forte e então senti uma dor aguda em todos os ossos do meu corpo.

Acordei não conseguindo manter meus olhos abertos por muito tempo, eu não sentia minhas mãos amarradas com cordas mas sentia que estavam presas da mesma forma que eu me sentia, era como se estivesse amarrada com um feitiço mas um feitiço diferente daquele que estava escrito nas minha correntes.

Olhei ao redor vendo que estava dentro de uma espécie de copo de vidro gigante como se eu tivesse encolhido e parado lá dentro e a Senhora continuasse do mesmo tamanho o que do meu ponto de vista era muito grande, me observando do lado de fora como se eu fosse um peixe ou a atração principal do seu circo de horror.

— ME TIRA DAQUI! Eu não fiz nada pra você, eu prometo que vamos embora. -falei começando a chorar sem saber mais o que fazer.

P.O.V TERCEIRA PESSOA

Nuria não sabia o que fazer, estar presa ali sem ter o Dean como âncora para se manter firme e no controle era como pular de um penhasco e sofrer até chegar no chão e morrer com a dor mesmo depois de tanta dor.

— Você pode sair quando quiser, só está presa dentro da sua mente, não existe realmente algemas invisíveis com feitiços ou copo gigante. Você está se prendendo e isso vai acabar te matando de dentro para fora, se liberte ou irá morrer. -a Senhora falou e no mesmo momento água começou a cair dentro daquele vidro enchendo ele pouco a pouco.

Nuria não conseguia se concentrar em tentar sair dali, o desespero era maior que qualquer poder que ela tinha dentro dela ou qualquer concentração em procurar algo dentro dela; a morena tentava bater as mãos no vidro ou gritar mas todo o esforço era negativo e só fazia cair mais água que se misturavam com as suas lágrimas.

— Você sabe o que fazer, porque não faz? -a senhora perguntou mais uma vez, se mostrando passiva diante de tudo.

— Se eu perder o controle eu não vou ter mais nada, eu preciso dele para ser normal.-ela gritou de volta desistindo de tentar lutar.

Se manter no controle era tudo que ela sempre aprendeu, aquelas coisas que ela já tinha feito com os seus poderes ou era somente o básico para sua proteção ou a sobrecarga, seu pai sempre falava que os poderes ela tinha herdado da mãe e por isso ela teve ir embora quando a Nuria nasceu, e por isso nunca chegou a conhecer realmente a filha. Os poderes não eram coisas boas e por isso o quanto menos usar eles melhor era para ela, e para quem estava em volta dela.

— E porque você quer ser normal? Esse não é você! Esse não é o seu destino! -a velha gritou vendo que a água já estava chegando na coxa da Nuria.

A pequena morena queria soltar as suas mãos e segurar o colar que lhe dava tanta força mas a velha estava certas, ela estava presa pelo seu medo de machucar alguém que estava a sua volta e talvez morrer ali dentro afogada era o melhor.

— O Dean vai me perdoar, eu não suporto mais viver assim. -Nuria falou se deixando relaxar, pronta para aceitar a sua morte.

— A decisão é sua menina Nuria. -a Senhora falou se mantendo do mesmo jeito passiva e naquele momento as mãos na morena se soltaram e ela não soube se aqui foi um ato de misericórdia ou se tinha sido algo que ela conseguiu sozinha.

Ela estava com as mãos livres e a água já estava quase chegando nas suas costelas porém já não tinha mais o por que sair dali, estava feliz em ter aceitado a sua morte, aquela era a sua verdadeira aceitação mas o medo ainda estava por trás de cada puxada de ar ou de cada movimento ali dentro. Ela nunca tinha realmente vivido ou experimentado não ter medo de ser quem era, qual era o problema em pela primeira vez na vida fazer o que ela sempre quis?

— Se aceitou a morte, porque não aceitar a vida? -era uma resposta simples, porque viver dava muito mais medo do que morrer.

A água já estava em seu pescoço quase em seu queixo se algo iria ser feito, tinha que ser feito naquele momento, não havia mais tempo para debates interno era o momento de decidir o resto da sua vida ou pelo menos aquele momento.

— Eu não quero mais morrer! -mesmo do lado de fora, e com o vidro quase cobrindo ela de água, o seu última suspiro foi dado junto a verdade de uma alma já ficando sem esperanças.

Nuria tinha que aceitar a proposta de vida.

Ela tinha que aceitar o seu passado.

Ela tinha que aceitar o que estava vivendo no agora.

Aceitar a sua vida. Aceitar o seu destino. Parar de ter medo de si mesmo.

Eu aceito ser quem eu sou, e não terei mais medo de mim, eu aceito os meus poderes.”

Foi a última frase que passou em sua cabeça antes de deixar de pensar em qualquer coisa, aquela seria sua realidade, era hora de se abrir para ela mesmo, revelar o que escondia no mais profundo de si.

Aquele sentimento que guardou desde o seu primeiro problema agora iria salvar a sua vida, não tinha mais por que ser escrava daquele medo, era uma parte sua e se é uma parte sua não pode ser errado.

A Nuria estava se aceitando, mesmo com o corpo todo coberto de água ela sorriu e no mesmo momento a Senhora do lado de fora sorriu; a morena não sentiu nada e então sentiu como se cada átomo do seu corpo tivesse expandindo e então se modificando e era aquilo que ela sempre quis, todo o poder que a senhora tinha foi passado para ela porém junto mais um fardo que no final de tudo iria ser um grande teste.

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Ela colocou as duas mãos no vidro e então quando abriu os seus olhos com aquelas lindas tempestades que mesmo sendo diferentes já atrai algumas pessoas, o vidro tremeu e então ela brilhou como a graça de um anjo. E naquele momento ela sentiu o seu corpo caindo de joelho em uma superfície até aquele momento seca, mas antes que seu corpo terminasse de ir de encontro com o chão Dean segurou ela, afastando o seu cabelo do rosto e olhando fundo em seus olhos atrás de um sinal de medo.

— Eu nunca mais quero passar por isso. -Nuria falou baixo se escondendo nos braços do seu protetor que mesmo sem entender e sem medo de se molhar abraçou ela.

— O que aconteceu? Só vimos aquela senhora te agarrando e então você apareceu desse jeito agora. -Sam falou se aproximando tentando entender tudo que tinha acontecido e o porquê de tanto desespero.

— Apenas vamos pegar a pista e seguir viagem. -a morena respondeu levantando com a ajuda do Dean e seguindo assim com a sua ajuda até a recepção onde tirando o quadro de chaves achou um mapa antigo já traçado que indicava o próximo destino deles.

Samuel quis perguntar mais alguma coisa mas com um único olhar do seu irmão entendeu que aquele não era o momento para mais perguntas, e sim para ir embora daquele lugar e tentar esquecer tudo o que aconteceu ali.