Garotos e Garotas

Capítulo 3: O Passeio


— Está muito bonita Maya, ainda mais bonita do que a primeira vez que te vi! - disse ele com olhos calmos.

— Obrigada, você também está muito bonito! - ela disse com um sorriso gentil.

Os dois caminharam pela entrada do parque. Havia muitas crianças mas também muitos casais jovens e adolescentes. Era um ambiente alegre e iluminado, combinava com a expressão de Maya que olhava para as luzes que refletiam em seus olhos. As barraquinhas de tiro ao alvo pareciam algo cafona, mas aquelas pelúcias lindas mudava a ideia de qualquer um. Tinha rosa, azul, amarelo, todas as cores de pelúcia que encantavam as meninas; Maya principalmente. Van tinha uma boa mira, por isso não foi muito difícil de pegar o coelhinho branco que Maya estava ansiosa pra ter. Como uma garota de 18 anos vai ficar tão interessada numa pelúcia?! Essa garota era Maya, então isso não era de se surpreender.

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Com o coelhinho na bolsa, eles foram para a roda gigante. Ironicamente, Maya não tinha medo de altura, até a deixava empolgada, mas Van teve uma vertigem quando entrou na cabine. Enquanto a roda estava na parte baixa ele ficava tranquilo, mas era só subir que o rosto dele era tomado por uma cor pálida, como se ele tivesse passado pó facial mais claro que a pele. Nessa hora, ao invés de Maya se achegar a ele, ela ficava olhando pra baixo e falando sem parar das luzes. O rapaz podia morrer do coração que ela só ia perceber quando ele não saísse da cabine da roda.

A tortura não foi tão ruim, mas nada é tão ruim que não possa piorar. Ela foi correndo para a torre de queda livre do parque e ele, mesmo relutante em sua mente, foi. A altura ainda causou vertigem em Van, que lutava pra manter o café da tarde dentro da barriga. Pelo visto Maya gostava de adrenalina, quanto mais ela andava nos brinquedos, mais tinha vontade de andar. O que ela mais aguardava era a maldita montanha russa. Van a essa hora já estava a ponto de passar mal, mas por sorte ele conseguiu resistir a tentação de se mostrar um covarde.

Maya não percebia nada, ou Van escondia bem, ou ela era pior do que se pensava em perceber as coisas. Depois de um ou cinco brinquedos perigosos e mais alguns outros mais tranquilos, ela finalmente se sentiu relaxada. Ele foram a uma lanchonete que tinha no parque e pediram um milk shake. Morango era a fruta de Maya, enquanto Van gostava de chocolate. Depois do copão de milk shake, um cupcake com granulado colorido e chantilly caiu muito bem. O sorriso de Maya era brilhante aos olhos de Van; ela estava mesmo se divertindo.

Já passava das 21:30 quando eles decidiram ir embora, mas antes, Van a convidou para ver um lago onde costumava ter patinhos nadando. Era estranho, mas ele gostava de ler livros nesses lugares calmos. Chegando lá, Maya correu quando viu uma patinha branca andando às margens do rio. Claro que não tinham muitos bichinhos ali, pois até eles dormiam. Eles se sentaram num banco um pouco perto do lago. Maya passou o encontro todo viajando; uma hora ela tinha que perceber os sentimentos de Van. Teoricamente.

— Você tem alguém especial? - perguntou Van com uma expressão tranquila.

— Em que sentindo? - onde ela estava com a cabeça pra perguntar isso?!

Digo, você gosta de algum rapaz? - ele não perdeu tempo em perguntar.

— Ah, eu não sou muito ligada nisso, apenas estudo. - envergonhadamente ela respondeu.

— Você será capaz de gostar de mim? - nossa, ele é intenso!

— Você parece ser um cara legal, mas eu não sei. Isso foi muito rápido, eu acabei de chegar na faculdade sabe. - dessa vez ela tinha razão, era muito rápido.

— Sei que é rápido assim, mas eu não quero perder você de vista outra vez. - ele desviou o olhar. - Quero ao menos dessa vez poder te conhecer de verdade. Pra eu me aproximar de verdade! - ele era intenso, mas ao mesmo tempo gentil.

— Se importa de eu dizer que não sei se é isso que eu quero?! - mas ela já disse. - Isso é porque eu acabei de chegar, estou vivendo uma fase incrível. Tenho que pensar sobre essas coisas.

— Acalme-se! Não estou pedindo você em casamento!... Talvez em namoro. - ele continuou depois da pausa. - Eu gostaria de ter mais momentos como esse e conhecer todos os seus lados. - sua inexpressividade era de impressionar.

— Bem, eu aceito passar um tempo com você, mas não quero que seja algo sério, pelo menos não ainda! - ela teve um súbito de maturidade nessa hora.

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— Desde que eu possa saber mais sobre você, não me importo! - ele deu um leve sorriso.

Ele colocou uma pequena mecha de cabelo que estava no rosto dela atrás de sua orelha e passou a ponta do dedão em seu queixo. Uma menina linda, próxima às luzes do parque, com o barulho do lago e as folhas se mexendo com a leve brisa; o momento perfeito pra um beijo. Foi pensando assim, que Van se aproximou de Maya e a beijou delicadamente com a ponta dos lábios.

Um encontro do destino, os lábios doces se encontraram pela primeira vez!