Redamancy

III – E tudo muda devagar


— Você foi embora cedo — Aquela foi a primeira coisa que Ino disse ao chegar em sua casa e encontrar Temari já deitada no pequeno colchão que havia posto ao lado da cama da Yamanaka.

Temari se revirou em suas cobertas com o comentário dela. Ela não estava no clima de conversas.

Não estava somente envergonhada pelo fato de Ino ter interrompido seu momento com Shikamaru, mas estava também irritada.

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E se sentir irritada a fazia ficar profundamente confusa com tudo aquilo. Com seus sentimentos.

— Estou cansada. — Respondeu por fim de maneira curta.

E Ino pareceu entender o recado, foi o que Temari pensou, vendo que a Yamanaka não falou mais nada além de um “boa noite”, se aprontando para dormir e logo apagando as luzes.

— Temari-san... está acordada? — Mas pelo visto Temari havia se enganado.

— O que foi? — Indagou, contendo um suspiro. Depois de tudo o que havia acontecido, o que mais queria era ter um tempo para si mesma, seus pensamentos e sentimentos.

Mas, obviamente, Ino não estava com a intenção de deixar isso acontecer.

— Me desculpe por hoje, você sabe... mais cedo, naquela hora... — Ela estava enrolando, claramente sem graça com a situação — Era uma brincadeira, mas vocês dois realmente se zangaram. Shikamaru não falou comigo pelo resto da noite.

— Não diga — Temari respondeu de forma irônica, embora estivesse surpresa por Shikamaru ter reagido daquela forma também.

Ela era a pessoa que sempre ficava irritada, não ele.

— Sai até mesmo me disse que eu não deveria ter me intrometido — Ino riu ao se lembrar da cena — Acho que ele está entendendo mais sobre como funciona os sentimentos do que eu.

— Hm, bom para ele — Foi o que disse com a voz um pouco abafada pelas cobertas.

— Enfim, me desculpe. Prometo não me meter mais entre vocês dois!

— Deixa pra lá — Temari falou soltando o ar — Não tem nada acontecendo entre nós dois, de qualquer forma.

Embora tivesse tentado soar indiferente, era claro uma certa nota de tristeza em sua voz.

A quem ela estava tentando enganar, afinal?

— Você gosta mesmo dele, não é? — A pergunta de Ino, diferente das outras vezes que havia perguntado a mesma coisa para Temari, veio diferente. Não era só uma curiosidade irritante. De alguma forma, Temari sentiu que a garota só queria que ela se abrisse. Como amigas costumam fazer umas com as outras.

Mas apesar de saber a resposta, falar aquilo em voz alta – ainda mais para Ino – era outra coisa.

— Estou com sono — Foi o que resolveu dizer, suspirando — Nos falamos amanhã, vou dormir.

— Certo... Boa noite — Ino pareceu desapontada, mas Temari viu que a garota não insistiu mais, e a agradeceu mentalmente por isso.

Porém depois de um tempo, quando Temari jurava que a menina já estava dormindo, ouviu a voz dela novamente do seu lado na cama.

— Sabe... o Shikamaru realmente gosta mesmo de você. — Ela falava em um tom de voz baixo, mas o suficiente para Temari ainda conseguir ouvir — Por favor, o faça feliz. Ele merece isso.

A loira de Suna se perguntou se Ino achava que ela já estava dormindo enquanto falava aquelas coisas.

E foram com aquelas últimas palavras da Yamanaka em sua mente, que Temari finalmente adormeceu.

[...]

Nos dias que se sucederam, Temari se manteve em contato com Kakashi, perguntando-o sempre por novidades de Suna e de seus irmãos, especialmente em relação à tempestade de areia, que segundo o Hokage, ainda não havia recebido nenhuma mensagem alegando que havia amenizado.

— Ainda deve durar alguns dias, Temari. — Era o que ele dizia, parecendo mais cansado do que o normal, visto que ainda tinham as festividades de Ano Novo a caminho.

A vila inteira estava agitada naquela semana, e Temari sempre foi o tipo de pessoa que tinha a necessidade de estar em constante movimento. De forma que, mesmo sem notícia nova de seus irmãos, ela ia e vinha do prédio Hokage fazendo questão de ajudar em tudo relacionado ao festival de Réveillon que logo aconteceria.

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Já que iria passar o ano novo lá, nada mais justo do que ajudar a organizar tudo.

— Não precisa se preocupar com isso, Temari, é sério.

— Eu já disse que não me importo, gosto de ajudar — Ela insistia para Tenten, enquanto perguntava aonde poderia colocar as decorações que pegara na Floricultura Yamanaka.

As duas acabaram trabalhando juntas por vários dias, decorando toda a Vila. No começo Temari achou que poderiam ter um problema, visto a forma como ela tratara Tenten durante a época do Exame Chunnin, mas a garota deixou bastante claro como aquilo já ficara no passado, não restando nenhum tipo de mágoa.

Era até interessante ver como elas haviam se dado bem no fim das contas. Tenten não lhe importunava com perguntas sobre homens (ou Shikamaru), nem nada do tipo. Além disso, suas conversas eram boas e sempre fluíam de forma natural. A morena, como uma amante de armas, até mesmo se mostrou bastante curiosa a respeito do leque de Temari e a sua produção, de forma que a outra, feliz com alguém se interessando por sua arma de combate, contou tudo o que pôde a respeito, deixando Tenten com os olhos brilhando conforme falava.

E então chegou o último dia de organização. Como de costume, Temari acordou cedo juntamente de Ino, e enquanto a Yamanaka partiu para sua floricultura, a kunoichi de Suna foi para a praça principal da Vila, aonde logo se encontrou com Tenten, que havia acabado de chegar e já estava ajudando a montar mais uma barraca que funcionaria naquela noite.

Depois de um cumprimento, as duas logo voltaram a conversar sobre o tópico preferido da Mitsashi: armas. Temari descobriu que era algo fácil para ela conversar também, tendo bastante conhecimento no assunto.

— E então eu passei a selar o leque em um pergaminho, mas acho muito mais conveniente apenas prendê-lo nas costas.

— É mais fácil usar em caso de um ataque surpresa — Tenten concluiu o pensamento da outra, sorrindo.

— Exatamente.

— Mas não é muito pesado?

— Bem, com o tempo eu...

— Temari, posso falar com você? — Ela foi interrompida ao ouvir Shikamaru lhe chamar, se aproximando.

Temari parou o que estava fazendo se virando para ele um pouco preocupada que pudesse ser algo sério. Ela não o tinha visto durante toda a semana e sabia que Shikamaru geralmente ficava ocupado com outras questões mais complicadas, trabalhando sempre ao lado do Hokage.

— Aconteceu alguma coisa?

— Nada demais, eu... — Ele fez menção para ela se aproximar, se afastando assim do olhar curioso de Tenten. Temari fez o que era pedido, com o cenho franzido.

— E então?

— Bem... — Shikamaru coçou a nuca, parecendo um pouco deslocado.

Temari revirou os olhos, começando a perder a paciência.

— Shikamaru, fala logo!

— Tsc, problemática — Resmungou, então suspirando e colocando para fora de uma vez: — Eu só queria saber se você quer vir comigo ao festival mais tarde.

A loira abriu ligeiramente a boca em surpresa. Aquilo não era exatamente o que ela estava esperando.

Mas mesmo sendo surpreendida, ela logo sentiu o coração bater mais acelerado dentro do peito, inegavelmente feliz com o convite.

— Tipo... um encontro? — Ela perguntou em voz baixa e antes mesmo de Shikamaru responder, sorriu, completando — Tudo bem.

— Então... te vejo a noite?

— Sim, nos vemos mais tarde.

Shikamaru se afastou, então, sorrindo de leve, ainda claramente envergonhado. Não que Temari estivesse em uma posição muito melhor, seu rosto enrubescido deixava bem claro isso.

Quando voltou para perto de Tenten, até pensou que a garota comentaria alguma coisa, visto a forma como olhou curiosa quando Shikamaru se aproximou instantes antes.

— Então... — Ela começou, e Temari se preparou para as perguntas que viriam — Você me dizia sobre carregar o leque nas costas não ser muito pesado pra você?

Temari conteve o suspiro de alívio, olhando para a kunoichi e respondendo feliz à sua pergunta, retomando com prazer o assunto que estavam conversando antes.

[...]

Depois de finalizar a organização para o festival, Temari se despediu de Tenten, prometendo vê-la no festival, e se encaminhou para a casa de Ino, pensativa.

Ela tinha um pequeno problema.

Temari não estava com muita opção de roupa e nem havia se programado para passar a virada de ano em Konoha, de modo que ficou se perguntando o que vestiria para a ocasião.

Até havia pensado em passar em alguma loja para comprar alguma roupa, mas como se manteve ocupada a semana toda com a organização do festival, acabou não tendo tempo para nada.

E agora lá estava ela, tendo que recorrer à única pessoa que não queria pedir ajuda, mas também não é como se tivesse muita escolha.

— Então... eu preciso de um favor seu. — Ela olhou para Yamanaka Ino que estava por trás do balcão da floricultura, já se arrumando para fechar a loja e ir para casa.

— Nem precisa dizer nada, Temari-san! — A outra se adiantou, largando o avental que vestia em cima do balcão. — Eu tenho a roupa perfeita!

Temari sabia que a habilidade de Ino era invadir a mente dos outros, e naquele momento ela se perguntou se Ino por acaso havia invadido seus pensamentos daquele jeito.

Mas apesar disso, deixou as indagações para trás e se concentrou na Yamanaka, que agora falava pelos cotovelos, parecendo extremamente empolgada.

Ela praticamente arrastou Temari pela mão para sua casa, indo até o quarto e abrindo o enorme guarda-roupa, iniciando então uma procura minuciosa.

— Não precisa de nada extravagante, eu só quero algo mais arrumado para me vestir porque...

— Ah, aqui está! — Ino a interrompeu, retirando um cabide com um kimono longo de dentro do guarda-roupa.

Ela o colocou em cima da cama, olhando com expectativa da roupa para Temari.

— E então? O que acha?

O kimono era surpreendentemente bonito. De um roxo que combinava com o gosto de Temari, preenchido por pequenas flores brancas e detalhes em rosa e azul clarinho. Tinha também uma yukata branca, com adornos, combinando perfeitamente com o kimono.

Temari julgara mal o gosto de Ino no começo, aquilo era de fato algo que se imaginava perfeitamente usando.

Ela então agradeceu a Yamanaka que pareceu ainda mais radiante depois daquilo.

As duas se arrumaram juntas, e Temari ficou ainda mais grata pela garota não fazer qualquer comentário sobre quem acompanharia a kunoichi de Suna para o festival, apenas perguntou se ela já tinha companhia, e alegou polidamente que iria com Sai.

— Bem, então eu vou indo na frente. Até mais, Temari-san! — Ino se despediu, horas mais tarde, quando as duas finalmente ficaram prontas.

Ela parou na porta de sua casa, então, se virando para a outra.

— Se Shikamaru se atrasar ou não for, me avisa que eu pessoalmente chuto a bunda dele!

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E então saiu toda sorridente, deixando uma Temari sem palavras para trás.

Por sorte dela – e de Shikamaru –, o moreno não demorou a chegar à casa de Ino para buscá-la, e Temari se preparou para sair, olhando então por um segundo um pequeno embrulho jogado em cima de sua cama.

Era o presente que havia comprado para o Nara pouco antes do natal e havia se esquecido de entregá-lo.

Temari suspirou, reunindo coragem e decidindo pegar o presente, indo então de encontro ao homem que já a esperava.

Shikamaru nem notou o embrulho em suas mãos assim que recebeu a loira do lado de fora da casa de Ino. Absorto demais na beleza da mulher para perceber qualquer outra coisa.

Ela estava de fato linda.

O kimono de Ino havia caído como uma luva para Temari, visto que ambas as kunoichi possuíam um corpo parecido.

“Fica muito melhor em você do que em Sakura”, Temari se lembrou das palavras de Ino quando ela se vestiu com sua roupa, não deixando passar a oportunidade de alfinetar a melhor amiga que nem estava ali para se defender.

— Está bonita — Shikamaru murmurou, desviando o olhar dela, pensando em como estava agindo como um idiota, encarando Temari por tanto tempo.

Ela sorriu, sentindo o rosto enrubescer.

— Obrigada.

Eles continuaram a andar então em silêncio. Não um silêncio constrangedor, mas um silêncio confortável, que ambos já estavam acostumados.

Temari apertou o presente em sua mão, se lembrando de que deveria entregá-lo.

“Melhor agora do que nunca”

— Aqui — Ela falou então, erguendo um embrulho muito bem decorado para o moreno. Ela virou o rosto, tentando não o encarar nos olhos, claramente sem jeito.

— O que é isso? — Ele perguntou pegando o embrulho, sem entender muito bem que Temari havia comprado um presente para ele.

— Ino me fez andar por todas as lojas da vila pra comprar presentes, então acabei pegando uma coisa pra você... não é nada demais, mas...

— Eu gostei — Shikamaru a interrompeu, sorrindo de leve, embora estivesse com o rosto levemente enrubescido, assim como o dela. Ele segurava o suéter em suas mãos parecendo contente. — Obrigado.

— Hm... tudo bem. — Ela respondeu, ainda sem graça, desviando o olhar.

— Eu não comprei nada pra você, mas... — O Nara coçou a cabeça, pensando que deveria ter dado um pouco mais de atenção à Ino quando ela disse que ele deveria dar algo para Temari.

— Não precisa, sério. Eu nem planejava comprar nada também.

— Posso pelo menos te pagar alguns dangos? — Ele indagou, tentando amenizar a situação.

Temari sorriu ao ver Shikamaru desconcertado daquele jeito.

— Dangos parecem ótimos.

Eles então caminharam pelas ruas da vila, aonde o festival apenas começava. Haviam várias barracas montadas, sejam servindo comidas ou tendo brincadeiras para o público.

Havia também um pequeno palco mais ao centro, lá algumas crianças se apresentavam ao som de uma música alta.

A festividade de Konoha, em um todo, era bem parecida com a que acontecia em Suna, Temari pensou com um pouco de saudade. Apenas nos pequenos detalhes que se encontrava a diferença, como na decoração, por exemplo, visto que Konoha era muito mais colorida e enfeitada por flores, estas que seriam impossíveis de viverem em um ambiente tão quente como o deserto de Sunagakure.

Mas Temari realmente apreciava aquele clima festivo. Gostava de ver as pessoas felizes e brincando, rodeadas de entes queridos, longe daquele clima tenso que os rodeava em tempos de disputas políticas ou guerra.

— Aqui — Shikamaru lhe entregou um espetinho com três dangos que havia acabado de comprar de uma barraca de doce que encontraram pelo caminho.

Ela agradeceu, comendo logo em seguida, deixando o Nara sorrindo ao ver sua expressão feliz. Ele estava cansado de saber o quanto Temari adorava aquele doce.

— Shika nii-chan! — Eles ouviram uma voz de criança chamar por Shikamaru e ele se virou a tempo de sentir a pequena Sarutobi Mirai alcançar suas pernas, abraçando-o.

— Mirai, não saia correndo desse jeito — Atrás dela vinha Kurenai, parecendo um pouco cansada de ir atrás da filha agitada. — Oh Shikamaru, não sabia que estava acompanhado.

O comentário fez ambos os ninjas ficarem com o rosto levemente enrubescido.

— Sou Temari, kunoichi de Suna — Temari decidiu então se apresentar, deixando o pequeno constrangimento de lado.

Kurenai sorriu.

— Sim, a irmã do Kazekage. Eu me lembro de você no Exame Chunnin, deu um belo trabalho para o Shikamaru, não foi?

— Até hoje sonho em termos outra luta como aquela — Temari sorriu, olhando Shikamaru de lado. Este fez uma careta com a palavra “luta”, sentindo um arrepio em seu corpo só com o pensamento.

— Vai sonhando... — Murmurou, pegando Mirai no colo.

— Nii-chan, eu também quero dango! — A pequena exclamou, apontando para o doce que ainda estava pela metade na mão de Temari.

— Pode pegar do meu, Mirai-chan — Temari falou, sorrindo.

Ela lançou um olhar para Kurenai em uma pergunta silenciosa se estava tudo bem dar doce para a filha da mulher, mas esta apenas sorriu, tranquilizando-a.

— Não, coma o seu, eu compro outro pra ela — Shikamaru disse, tentando alcançar a carteira no bolso com uma mão, enquanto equilibrava Mirai em seu colo com um braço só.

— Tsc, não se preocupa com isso, Shikamaru. — Temari se adiantou, dando o palito de dangos para Mirai, que pegou com sua pequena mãozinha, imediatamente saboreando o doce com prazer.

— Eu comprei aquele doce pra você, problemática...

— Já disse que tudo bem. Você parece um velho emburrado.

Kurenai observou a cena em completo silêncio, entre uma mistura de surpresa e felicidade ao ver Shikamaru daquele jeito.

Quem diria?

Ela sorriu, pensativa.

Quem diria que aquele moleque que dormia nas classes na época da Academia e tinha preguiça de tudo até mesmo quando se tornou Chunnin, hoje estava ali saindo com uma mulher e até mesmo lhe comprando doces.

O tempo realmente passa rápido.

“Queria que estivesse aqui para ver isso, Asuma”.

— Certo Mirai, vamos deixar o Shikamaru nii-chan sozinho com a Temari nee-chan um pouco, que tal procurar o Akamaru comigo?

Aquilo pareceu despertar a pequena, que se agitou nos braços de Shikamaru até ele a colocar no chão.

Ela então saiu correndo gritando sobre brincar de cavalinho no pobre cachorro de Kiba, fazendo com que Kurenai se afastasse rápido do casal indo atrás da filha.

— Ela é filha de meu antigo sensei — Shikamaru então respondeu a pergunta muda de Temari.

— Hm. Vejo que ela gosta mesmo de você. — Ela sorriu, não deixando de notar em como era adorável ver a interação de Shikamaru com a pequena Mirai.

Temari nunca pensou que ele se dava bem assim com crianças, mas surpreendentemente até que Shikamaru parecia levar jeito.

— E eu dela — Ele bocejou de leve, olhando em volta — Então, aonde você quer ir agora?

Depois disso eles andaram mais um pouco pelas ruas, explorando mais e mais o festival. Encontraram alguns amigos de Shikamaru em alguns momentos, mas nenhum ficou conversando com eles por muito tempo.

Naruto estava acompanhado de Hinata, e não deixou de lado a oportunidade de provocar o casal, mas para a sorte deles, a Hyuuga notou o constrangimento e fez questão de afastar o loiro o mais rápido o possível.

Encontraram até mesmo com Ino e Sai, e Temari e Shikamaru mal conseguiram disfarçar a surpresa ao ver a Yamanaka séria e sem qualquer tipo de piadinha guardada para eles. Aparentemente ela estava mesmo arrependida de ter atrapalhado os dois no Natal e queria ao máximo se redimir pelo acontecido. Temari esperava que aquele comportamento dela durasse para sempre, embora no fundo soubesse que não teria tanta sorte assim.

E então, foi quando eles estavam atravessando uma pequena ponte que notaram vários sons de explosões cortarem a noite. E ao erguerem a cabeça para observar o céu, logo viram o escuro ser preenchido por várias cores de diferentes fogos de artifício.

— Acho que já deu meia noite. — Shikamaru murmurou, sentindo Temari parar ao seu lado, contemplando os brilhos que coloriam o escuro da noite.

— É lindo... — Ela murmurava, distraída.

Shikamaru sorriu até mesmo sem perceber, ao ver como a loira estava.

Uma das coisas que ele mais gostava em Temari era poder ver esses contrastes em sua personalidade. Em como ela poderia ser uma temida kunoichi - e mulher na maior parte das vezes - mas ter aqueles momentos em que mostrava seu lado suave e doce.

Não só seus sorrisos eram capazes de encantar Shikamaru. Aquele brilho em seu olhar quando ficava absorta com algo que realmente gostava também era capaz de surpreendê-lo e deixá-lo completamente sem fala.

E Shikamaru se sentia uma pessoa extremamente privilegiada quando percebia que era um dos poucos que era capaz de ver aquele outro lado da cruel kunoichi de Suna.

E foi naquele momento que ele finalmente se deu conta de algo que estava relutante a admitir até para si mesmo: ele estava apaixonado por aquela mulher. Não sabia exatamente quando havia acontecido, não sabia exatamente como... só o que sabia naquele momento é que queria estar com ela pelo resto de sua vida.

Estranho. Admitir isso para si mesmo não havia sido tão ruim quanto ele pensava.

O moreno esboçou um sorriso com sua constatação.

Quando era pequeno ele se auto intitulava como um covarde, que não tinha disposição para fazer nada e muito menos coragem, que tudo o que mais queria era uma vida pacífica.

Mas lá estava ele agora, anos depois, contrariando todos os seus objetivos de criança, se sobrecarregando de trabalho e se apaixonando pela pessoa mais problemática que havia conhecido.

— O que foi? — Temari perguntou, notando os olhos do Nara em si.

— Nada. — Ele respondeu com um sorriso de lado, voltando a observar os fogos de artifício que clareavam o céu daquela noite.

Temari arqueou o cenho, mas decidiu não insistir, estava distraída demais com os eventos que aconteciam e resolveu não se importar.

Os dois não souberam por quanto tempo ficaram ali, em silêncio, ambos perdidos em pensamentos enquanto observavam o céu. E apesar de não falarem nada, era como se palavras não fossem necessárias.

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A atmosfera da noite de ano novo lhes envolveu por completo, e, quem quer que passasse por aquela ponte naquele momento, enxergaria um casal de apaixonados contemplando o novo ano que certamente viria cheio de surpresas e desejos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.