Forever

Sombras de Uma Ameaça


Já passava das duas horas da tarde quando Kattie acabara de se arrumar para um passeio com seu melhor amigo. Louis. Tantas coisas haviam acontecido ultimamente que a garota nem mesmo tivera tempo de digerir o que se passava ao seu redor. Pedras mágicas, uma tia doidona querendo dominar o mundo, uma coroa mística, segredos do passado a tona e um novo integrante no grupo dos super-heróis faziam sua cabeça girar. Olhando para o espelho na parede de seu quarto a mesma suspirou.

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Para uma pessoa que reclamara da calmaria após a derrota de Hawk Moth agora ela queria que tudo apenas se resolvesse.

Muitas cartas que estavam jogadas na mesa poderiam ser levadas por Style Queen e isso tomava conta de seus pensamentos.

— Porque está tão preocupada Kat? – a voz do pequeno kwami azul ecoou pelo silêncio do quarto fazendo Kattie se virar e encarar o mesmo. – Você estava longe. O que aflige a sua alma?

— Muitas coisas Duusu. – respondeu se sentando à escrivaninha e entrelaçando as mãos. – Eu nunca pensei que um dia a minha cabeça fosse ficar tão cheia de acontecimentos ao mesmo tempo. É como se estivesse em um labirinto que não acaba nunca. Não consigo raciocinar direito.

— Talvez seja para você não usar a razão para esse desafio. – o pequeno ser soltou pousando nas mãos da ruiva. Ambos se olharam e então ele continuou: - Talvez a chave para todo esse tormento passar seja a sua emoção, seus sentimentos.

— Sentimentos são traiçoeiros Duusu. – Kattie disse olhando os olhos azuis do kwami. Eram iguais aos seus. – Assim como eles podem me ajudar, também podem me atrapalhar. Principalmente em relação a Style Queen.

— Isso quer dizer que você também é apaixonada pelo seu amigo Louis, não é?

A garota sentiu o rosto esquentar por algum tempo e sua voz simplesmente desaparecera. Era incrível como aquele ser tão pequenino e tão recente na sua vida decifrava sua mente com tanta facilidade.

Assentiu desviando o olhar do kwami azul para qualquer outro lugar de seu quarto.

— Não posso negar que sinto. – confessou sentindo um peso sair de suas costas. – Mas não sei se faria o certo dizer isso a ele. Pelo menos não agora. Eu não suportaria se algo acontecesse a ele por minha culpa.

— Você acha que amar alguém em silêncio é mais fácil do que vê-lo correndo perigo? – Duusu indagou a espera de uma resposta da garota.

Mas antes que a mesma pudesse responder a janela de seu quarto se abriu bruscamente, lhe atingindo com o vento frio de Paris e acelerando o seu coração com o susto. Ainda assustada a mesma protegeu seu kwami com ambas as mãos tentando adivinhar o que abrira o vidro da janela de seu quarto. Sua mente girou e um arrepio lhe subiu a espinha quando ouviu um sussurro em seus ouvidos.

“A ameaça está mais perto do se imagina... Cuidado com o que deseja, pois as palavras têm poder...”

Logo a mesma ouviu risadas por todo o quarto e a janela se fechou da mesma maneira com que fora aberta: sozinha.

Aquilo só podia significar uma coisa. Uma coisa que a mesma jamais desejara e que fazia seu coração parar com tal possibilidade.

— Louis está em perigo. – murmurou saindo em disparada de seu quarto e desejando que tudo não passasse de uma brincadeira de mau gosto de alguém. – Vamos Duusu, acho que vamos precisar da ajuda de uma pequena amiga azul.

***

Bridgette estava na varanda da casa de sua prima olhando fixamente para o horizonte onde se encontrava a Catedral de NotreDame e ao longe a Torre Eiffel. Mas a morena não estava analisando ambos os pontos turísticos. Pelo contrário, sua mente viajava pelo passado relembrando as últimas lutas em que participou com seu parceiro. O seu Chat Noir. O mesmo estúpido que lhe roubara um beijo sem a sua permissão e que desaparecera tempos depois de seu ato. Seu sangue fervia enquanto se lembrava de tal momento que a mesma nem se dera conta quanto tempo estivera com o loiro em sua mente. Por mais que o odiasse Bridgette sabia que podia confiar no gatuno: o mesmo sempre estivera lá quando precisava lutar ou enfrentar os criminosos e delinquentes britânicos. E por mais que não quisesse admitir sentia uma falta enorme de ser a super-heroína de alguém. Sentia falta de ser amada por alguém, ainda que não fosse correspondido.

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— Bridg, já está pronta para sairmos? – Marinette indagou aparecendo de repente no alçapão de onde estava. Mas a morena não ligara para sua existência ali e fez a mestiça continuar falando com o vento. - Eu estava tentando ligar na mansão Agreste, mas parece que Adrien não queria me atender e... – sua prima se interrompeu quando percebeu que não tivera nem um pingo de atenção. – Bridgette, você... Está bem? – nenhuma resposta. – Bridgette!

— O que? Quando? – a mesma se virou para a prima assustada com seu grito. Suspirou aliviada quando a percebeu ali presente. – Ah é você Mari. Desculpe ter te ignorado, estava... Pensando em algumas coisas. – revelou com um sorriso amarelo.

— No Félix, você quer dizer. – Marinette brincou se sentando na cadeira de praia ao seu lado.

— Também... – admitiu com um mínimo sorriso de canto. Mas o mesmo logo desapareceu. – Mas não só nele. Estava me lembrando dos tempos em que eu ainda era a Ladybug em Londres.

Um pequeno silêncio envolveu as duas, fazendo Bridgette desviar o seu olhar para as plantas que a prima cuidava em sua varanda.

— Você nunca me contou como o miraculous da criação veio parar nas minhas mãos. – Marinette comentou encarando a garota parecida consigo lhe lançar um olhar duvidoso. – O que aconteceu para que ele viesse até Paris? Bridg, eu preciso saber da verdade.

Após alguns minutos pensando se aquilo era o certo a se fazer a garota suspirou vencida.

— Tudo bem, eu vou te contar.

***

“Eu e a Ladybug fazíamos parte da última equipe do Mestre Fu. Há muito tempo nós já havíamos enfrentado Style Queen e com a ajuda do melhor amigo dele, portador do miraculous da borboleta, conseguimos derrotar a Rainha do Estilo e aprisioná-la numa dimensão mágica, onde ela só seria liberta com a ajuda das sete estrelas. Perdi muitos companheiros de luta naquele combate, assim como Niakamo-Fu.

Somente nós três sobrevivemos.

Então para superar a dor, achamos melhor que os super-heróis simplesmente desaparecessem de Londres e que a partir dai virassem apenas lendas. O que o Mestre Fu não sabia é que alguém encontraria o miraculous do seu melhor amigo e o usaria para o mal.

Hawk Moth então não se tornara uma nova ameaça apenas, mas uma grande cicatriz para o portador do miraculous da tartaruga.

Sendo assim ele foi obrigado a escolher outra Ladybug e outro Chat Noir aqui em Paris, onde ele pensou que tudo seria... normal de novo.”

— Eu não fazia ideia que a história do Mestre Fu era assim tão triste. – Adrien comentou impactado com tal revelação do irmão mais velho.

Ambos estavam conversando no quarto de Félix, onde o loiro havia contado há poucos minutos o motivo de sua repentina volta para casa após anos de estudo no exterior. Entre diversos outros assuntos, Adrien havia deixado escapar a sua curiosidade sobre o passado do mesmo e o obrigando a contar tudo o que sabia. Talvez até mesmo se aproximar do próprio irmão.

— Eu também me pergunto até hoje como ele conseguiu guardar tanta coisa para ele mesmo por tanto tempo. – o loiro de olhos azuis disse encarando a Torre Eiffel pela janela de seu quarto. Ficara distante por alguns momentos. – Eu não conseguiria. – acrescentou um murmúrio.

— Você já tentou procurar por ela? – Adrien indagou não contendo a sua curiosidade. – Tipo, não acha que ela possa ser alguém que esteja próxima de você? Alguém que você conhece?

O adolescente pensou por um momento. A possibilidade da garota por quem era apaixonado por tanto tempo estar próxima de si era tentadora demais para sua mente. E se ela estivesse em algum lugar fora de Londres também? Ou melhor, e se estivesse em algum lugar de Paris mesmo? E se ela estivesse bem diante de seus olhos, mas que ele não a conseguira enxergar? Possibilidades e possibilidades. Será que seu irmão estava mesmo certo? O que o mesmo sabia e queria dizer com aquilo? Ele sabia onde sua joaninha estava? Ele sabia quem era ela?

A dúvida ficara estampada no seu rosto enquanto o irmão mais novo aguardava um sinal de vida.

— O que você quer dizer com isso? – rebateu a pergunta arqueando a sobrancelha.

— Bom... Eu jamais imaginava que Marinette fosse a Ladybug, mas sempre havia sido ela. – explicou coçando a nuca um pouco nervoso. – Ela e Ladybug tinham muita coisa em comum. O cabelo, a aparência, os olhos... Talvez a sua parceira também tenha algo parecido com alguém que você conhece. Mas é apenas uma opinião, óbvio.

Félix refletira por um minuto e sentiu o coração disparar quando associara sua heroína a outra pessoa. Não podia ser ela.

— Tem uma... Mas eu acho impossível que seja ela. – respondeu fechando a expressão.

— E quem seria? – Adrien indagou curioso.

— A prima da sua namorada, Bridgette. – respondeu com um suspiro frustrado. – Mas tenho quase certeza que jamais poderia ser ela.

— As aparências enganam irmão. – rebateu lançando um olhar cúmplice para o mesmo.

Mas antes que o loiro pudesse questioná-lo a campainha soou.

Uma visita inesperada lhes aguardava e com ela o destino de ambos os irmãos.