Velhas estradas, novos caminhos

Capítulo ¨: O sorriso


— Oi... — ela disse, sentando-se na cama.

— Oi... — respondi de volta, um pouco surpreso por ela não ter zombado da minha visita e também por me ver sem assunto.

— E como está lá na escola?

— Tudo bem, mas um pouco estranho sem você, principalmente as aulas de história...

Ela apertou os lábios antes de dizer:

— Esses últimos dias foram bem pesados pra mim. Tenho questionado muita coisa. Quando eu era mais nova, acreditava que tinha que escrever e lutar para ajudar as pessoas a terem consciência das coisas, porque lhes faltava orientação, sabe. Mas nesses dias percebi que as pessoas sabem muito bem o que estão fazendo e estão anos-luz à nossa frente, especialmente pra desvirtuar, deturpar, manipular... Que mundo é esse, Adônis? Que esperanças a gente pode nutrir?

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— Mas você não pode só olhar as coisas ruins da vida. Existem coisas boas também...

— Eu não posso reclamar particularmente. Tenho uma vida boa, não tenho tudo o que gostaria, mas tenho o que preciso... Mas um monte de gente não tem... E vivo com medo do dia de amanhã, todas as portas parecem fechadas...

— Acho que o amanhã pode nem existir, então tudo o que a gente tem é o aqui e o agora. Com medo ou não, ele vai acontecer.

Alícia levantou os olhos pra mim e, pela primeira vez, sorria sem qualquer traço de sarcasmo.