To Die With The Sun

Capítulo 24 - O Jogo Perigoso


Depois de Sophie ter despachado a carta para Remus, ela e Harry ficaram andando pelos jardins, brincando e conversando sobre tudo e nada. Depois voltaram para Hogwarts, jantaram e Sophie se afastou com Fred, Jorge e Harriet para algum lugar enquanto Harry voltava para a sala comunal com Rony e Mione e foram fazer os deveres.

Àquela noite, Harry, Rony e Mione escolheram poltronas na sala comunal o mais afastado possível de Percy. Rony continuava de muito mau humor e não parava de borrar com a pena o dever de Feitiços. Quando ele esticou a mão distraidamente para remover os borrões, ela tocou fogo no pergaminho. Fumegando quase tanto quanto o seu dever, Rony fechou com estrondo o Livro Padrão de Feitiços, 2ª série. Para surpresa de Harry, Mione fez o mesmo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Mas quem é que pode ser? - Perguntou ela baixinho, como se estivesse continuando uma conversa já iniciada. - Quem iria querer afugentar todos os abortos e trouxas de Hogwarts?

- Vamos pensar. - Disse Rony fingindo-se intrigado. - Quem é que conhecemos que acha que os que nascem trouxas são escória?

Ele olhou para Mione. Mione retribuiu o olhar sem se convencer.

- Se você está pensando no Draco...

- Claro que estou! - Exclamou Rony. - Você ouviu quando ele disse: "Você será o próximo, Sangue Ruim!", vem cá, a gente só precisa olhar para aquela cara nojenta de rato para saber que é de...

- Draco, o herdeiro de Slytherin? - Disse Mione cética.

- Olha só a família dele. - Disse Harry, fechando os livros também. - Todos foram da Sonserina; ele está sempre se gabando disso. Podiam muito bem ser descendentes de Slytherin. O pai dele decididamente é bem malvado.

- Eles poderiam ter guardado a chave para a Câmara Secreta durante séculos! - Disse Rony. - Passando-a de pai para filho...

- Bem - Disse Mione, cautelosa -, suponhamos que seja possível...

- Mas como vamos provar isso? - Disse Harry deprimido.

- Será que Sophie não sabe de alguma coisa? - Perguntou Rony para Harry. - Jorge e Fred sempre diziam que ela era a mais esperta da classe deles, acho que só perde pra você Mione.

- Obrigada Rony. - Disse Mione sorrindo.

- Não quero preocupar Sophie com isso. Pelo menos, por enquanto, vamos manter nossa ideia só para nós. - Disse Harry.

- Harry tem razão. Sophie já está lotada de coisas para fazer. - Concordou Mione. - Sabe, tem um jeito de provar que Malfoy é o herdeiro... - Disse baixando a voz e olhando de lado para Percy que ainda se encontrava no final da sala. - Claro que seria difícil. E perigoso, muito perigoso. Estaríamos desrespeitando umas cinquenta normas da escola, acho...

- Se, dentro de mais ou menos um mês, você tiver vontade de explicar, você nos avisa, não é? - Disse Rony, irritado.

- Muito bem - Disse Mione friamente. - O que precisamos é entrar na sala comunal da Sonserina e fazer umas perguntas a Draco, sem ele perceber que somos nós.

- Mas isto é impossível! - Exclamou Harry enquanto Rony dava risada.

- Não, não é. - Disse Mione. - Só precisaríamos de um pouco de Poção Polissuco.

- Que é isso? - Indagaram Rony e Harry juntos.

- Snape mencionou essa poção na aula há umas semanas...

- Você acha que não temos nada melhor a fazer na aula de Poções do que prestar atenção a Snape? - Resmungou Rony.

- Ela transforma você em outra pessoa. Pense só nisso! Poderíamos nos transformar em alunos da Sonserina. Ninguém saberia que somos nós. Draco provavelmente nos contaria qualquer coisa. Provavelmente anda se gabando disso na sala comunal da Sonserina neste instante, se ao menos pudéssemos ouvi-lo.

- Essa história de Polissuco me parece meio suspeita. - Disse Rony, franzindo a testa. - E se a gente acabasse parecendo três alunos da Sonserina para sempre?

- Sai depois de algum tempo. - Disse Mione, fazendo um gesto de impaciência. - Mas conseguir arranjar a receita vai ser muito difícil. Snape falou que estava em um livro chamado “Pociones Muy Potentes” e vai ver está na Seção Reservada da biblioteca.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Só havia um jeito de retirar um livro da Seção Reservada: O aluno precisava de uma permissão escrita do professor.

- Vai ser difícil entender por que queremos o livro - Disse Rony -, se não temos intenção de preparar uma das poções.

- Acho - Disse Mione -, que se fizermos parecer que só estamos interessados na teoria, talvez haja uma chance...

- Ah, qual é, nenhum professor vai cair nessa. - Disse Rony.

- Teria que ser muito tapado...

Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Profº. Lockhart não trouxera mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos, e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral ele escolhia Harry para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento o garoto fora obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, um iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.

Harry foi chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem. Se não tivesse uma boa razão para deixar Lockhart de bom humor, ele teria se recusado.

- Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena... Vamos, Harry mais alto, bom, o pêlo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror dos ataques de lobisomem.

- Sophie iria matá-lo se ouvisse isso. - Disse Rony para Mione enquanto viam Harry fazendo a dramatização com Lockhart.

A sineta tocou e Lockhart ficou em pé.

- Dever de casa... Compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga! Exemplares autografados de O Meu Eu Mágico para o autor do melhor trabalho!

Os alunos começaram a sair. Harry voltou ao fundo da sala, onde Rony e Mione esperavam.

- Prontos? - Murmurou Harry.

- Espere até todos saírem. - Pediu Mione nervosa. - Certo...

Ela se aproximou da mesa de Lockhart, um papelzinho seguro firmemente na mão, Harry e Rony logo atrás.

- Ah... Profº. Lockhart? - Gaguejou Mione. - Eu queria... Retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma idéia geral do assunto. - Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. - Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize, tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se Divertir com Vampiros sobre os venenos de ação retardada...

- Ah, Como se Divertir com Vampiros!— Exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. - Possivelmente é o livro de que mais gosto. Você gostou?

- Gostei! - Disse Hermione depressa. - Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá...

- Bem, tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê à melhor aluna do ano uma ajudinha extra. - Disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavio. - Bonita, não é? - Disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Rony. - Em geral eu a uso para autografar livros.

Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.

- Então, Harry. - Disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com dedos nervosos e o guardava na mochila. - Creio que amanhã é a primeira partida de Quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradicação das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes...

Harry fez um barulhinho discreto na garganta e saiu correndo atrás de Rony e Hermione. Por pouco ele sentia que iria xingar Lockhart.

- Eu não acredito. - Disse ele quando os três examinaram a assinatura no papel. - Ele nem olhou o nome do livro que queríamos.

- É porque ele é um panaca desmiolado - Disse Rony. - Mas quem se importa, temos o que precisávamos...

- Ele não é um panaca desmiolado. - Disse Hermione em voz alta quando se dirigiam quase correndo à biblioteca.

- Só porque ele disse que você é a melhor aluna do ano...

Eles baixaram a voz ao entrar na quietude abafada da biblioteca. Madame Pince, a bibliotecária, era uma mulher magra e irritável que parecia um urubu subnutrido.

- Pociones Muy Potentes? - Repetiu ela desconfiada, tentando tirar a autorização da mão de Hermione; mas a garota não deixou.

- Eu pensei que talvez pudesse guardar a autorização... - Disse Hermione ofegante.

- Ah, qual é? - Protestou Rony, arrancando a autorização da mão dela e entregando-a a Madame Pince. - Nós lhe arranjamos outro autógrafo. Lockhart assina qualquer coisa que fique parada tempo suficiente.

Madame Pince ergueu o papel contra a luz, como se estivesse decidida a descobrir uma falsificação, mas a autorização passou no teste. Ela desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.

- Harry! - Os três se viraram e viram Jorge indo até eles.

- Oi Jorge...

- O Wood mandou avisar que vai ter treino hoje a noite. A Professora McGonagall autorizou. - Disse Jorge. - Wood está cada vez mais assustador e fanático e falta pouco para Sophie e Angelina atacarem um balaço na cabeça dele.

- Se continuar desse jeito o time não vai ter forças nem para jogar amanhã. - Disse Harry para Jorge. - Obrigado por avisar Jorge, temos que ir agora. Lição de casa.

- Tá bom, até mais! - Dito isso, Jorge saiu andando em direção oposta dos três.

Cinco minutos depois, estavam barricados mais uma vez no banheiro interditado da Murta Que Geme. Hermione tinha vencido as objeções de Rony lembrando que seria o último lugar em que alguém sensato iria, e com isso garantiram alguma privacidade. Murta Que Geme chorava alto no seu boxe, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Hermione abriu o Pociones Muy Potentes com cuidado, e os três se debruçaram sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produziam efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma bruxa com vários pares de braço que saíam da cabeça.

- Aqui - exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada “A Poção Polissuco”. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras. Harry sinceramente desejou que as expressões de dor intensa em seus rostos fossem imaginação do artista. - Esta é a poção mais complicada que já vi. - Disse Hermione quando examinavam a receita. - Hemeróbios, sanguessugas, descutainia e sanguinária . - Murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. - Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos... Ah, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde vamos arranjar isso... Pele de ararambóia picada, essa vai ser uma fria também... E, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.

- Dá para repetir isso? - Pediu Rony ríspido. - Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não vou tomar nada que tenha unhas do pé de Crabbe dentro...

Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.

- Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim...

Rony virou-se, sem fala, para Harry, que tinha outra preocupação.

- Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, Mione? Pele de ararambóia picada, decididamente não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa idéia...

Hermione fechou o livro com força.

- Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo. - Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. - Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem. Acho que ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...

- Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento. - Disse Rony. - Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?

- E quanto tempo vai levar para preparar a poção? - Perguntou Harry, de cara feliz, quando Hermione reabriu o livro.

- Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... Eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.

- Um mês inteiro? - Perguntou Harry aflito. - Mas Hermione, se Malfoy é o herdeiro de Slytherin ele vai atacar metade dos nascidos trouxas da escola até lá.

- Eu sei, mas é o único plano que temos.

- Se a Sonserina ganhar amanhã, não vai ser nem por conta das vassouras vai ser por culpa do Wood que não deixa ninguém descansar. - Resmungou Sophie ao lado de Harry.

Os dois desciam para o estádio, todos os alunos estavam ou dormindo ou fazendo lição nas casas comunais menos o time da Grifinória que se encontrava voando em treinamento. Sophie e Harry subiram nas vassouras e logo estavam voando juntos com o resto do time.

- Ai estão vocês! - Disse Wood ao ver os dois voando juntos. - Vocês dois são a minha maior chance de vitória...

- Wood, eu não estou no meu bom humor, estou com sono, cansada e ansiosa para amanhã. Mais uma palavra sua e a Grifinória vai ficar sem um goleiro. - Dito isso voou para longe do capitão indo até Angelina que esperava por ela.

- Ela sempre foi um amor.. .- Suspirou Wood sorrindo. - Chamei ela para sair uma vez mas ela recusou. Sortudo mesmo é o Fred. Bem, Harry você já sabe o que fazer, Jorge vai jogar aquelas bola de beidebol e você as pega. Vá.

Harry sentiu vontade de corrigir Wood mas achou melhor que seria melhor apenas seguir o que havia sido mandado. Enquanto voava para perto de Jorge, ele viu Sophie treinando com Angelina e Katia e sorriu orgulhoso. Se tinha alguém que sabia jogar Quadribol ali, era sua irmã.

Enfim quando todos já estavam quase desmaiando de exaustão em cima das vassouras, Wood havia os liberado e Harry percebeu que Jorge e Fred tiveram que segurar Angelina e Sophie para não atacar uma bola de beisebol no capitão do tima.

Sophie acordou cedo no dia seguinte. Sentia-se confiante e revigorada apesar que ainda sentia-se cansada por conta do treino de ontem à noite, o pensamento de ganhar da Sonserina fez com que ela se levantasse da cama e fosse tomar um banho rápido. Acordou Angelina e Katia e depois das duas estarem prontas ela saiu do dormitório indo para o Grande Salão que já estava ficando cheio e com todos falando sobre o jogo de hoje. Se sentou ao lado de Fred e beijou o pescoço do namorado que sorriu para ela, lhe dando um beijo de bom dia nos lábios.

- Animado? - Perguntou Angelina para Jorge que sorriu travesso.

- Muito! Vamos fazer a Sonserina perder! - Respondeu o ruivo.

- É bom mesmo, porque eu apostei cinco galeões em vocês. - Disse Harriet se sentando ao lado de Jorge. - E eu não tenho cinco galeões.

- Harriet sua confiança no nosso time nos anima. - Disse Angelina sorrindo para a loira. - Apostou com quem?

- Com Cedrico Diggory. - Disse Harriet sorrindo. - Ele me chamou para sair!

- Diggory te chamou para sair?! - Exclamou Jorge cuspindo o suco que bebia na cara de Simas Finnigan que fez cara de nojo. - Desculpe cara...

- Sim chamou...

- E não pensou em contar isso para a melhor amiga? - Perguntou Sophie olhando irritada para Harriet.

- Ele me chamou quando você estava treinando ontem a noite! Como eu iria te dizer..?

- Isso não é desculpa! - Respondeu Sophie revirando os olhos mas sorrindo logo depois. - Vocês vão a onde?

- Ele vai me levar no Três Vassouras e depois...

- Três vassouras? Que tédio! - Comentou Jorge sorrindo sarcástico.

- Pois eu não acho! - Retorquiu Harriet olhando irritada para Jorge. - Se você quer saber ele vai me levar na biblioteca pois ele sabe que eu amo livros e depois para uma caminhada!

- Que fofo da parte dele! - Respondeu Jorge ficando vermelho. - Ele pretende te levar no Café Madame Puddifoot?

- Para falar a verdade, ele pretende! - Respondeu Harriet também ficando vermelha. - Pelo menos ele toma iniciativa ao contrários de certas pessoas! - Dito isso se levantou e foi para a mesa da Lufa-Lufa onde se encontrava Cedrico.

- Dá para acreditar... - Ia dizendo Jorge mas parou ao ver a cara de Sophie, Fred, Angelina e Katia. - O que?

- Você é uma vergonha na minha vida. - Disse Fred se levantando com Sophie indo atrás dele.

- Sério mesmo? - Perguntou Angelina com um olhar de surpresa.

- O que? - Perguntou Jorge confuso.

- Por Merlin! - Disse Katia saindo da mesa com Angelina ao lado dela.

- O que foi? - Perguntou Jorge também se levantando e indo atrás dos amigos sem notar o olhar triste e irritado que Harriet havia lhe dado.

Fazia um dia mormacento com sinais de trovoada no ar. Eles foram para o vestiário, vestiram o uniforme e todos se sentaram esperando o discurso de Wood. Harry e Sophie eram os únicos que estavam carregando confiança no olhar.

- Hoje, Sonserina tem vassouras melhores que nós... - Começou ele. - Não adianta negar. Mas nós temos jogadores melhores nas nossas vassouras. Treinamos com maior garra do que eles, estivemos no ar fosse qual fosse o tempo... ("Quem duvida", murmurou Jorge Weasley. "Não sei o que é estar seco desde agosto")... E vamos fazer com que eles se arrependam do dia em que deixaram aquele trapaceiro do Draco pagar para entrar no time.

O peito arfando de emoção, Wood virou-se para Harry e Sophie.

- Vai depender de você, Harry, mostrar a eles que um apanhador tem que ter mais do que um pai rico. Chegue ao pomo antes de Draco ou morra tentando, porque temos que vencer hoje, é muito simples. E Sophie, se tem uma coisa que eu me orgulho é por ter te escolhido naquele treino, todos aqui sabemos como você é o trovão aqui embaixo e sabemos o raio que você é voando, por isso, mostre a todos quem manda nesse jogo.

- Por isso nada de pressioná-los, Harry e Sophie. - Disse Fred piscando o olho.

Quando entraram no campo, foram saudados por um vozerio, muitos vivas, porque a Corvinal e a Lufa-Lufa estavam ansiosas para ver a Sonserina derrotada, mas os alunos da Sonserina nas arquibancadas vaiaram e assobiaram, também. Madame Hooch, a professora de Quadribol, mandou Flint e Wood apertarem as mãos, o que eles fizeram, lançando um ao outro olhares ameaçadores e pondo mais força no aperto que era necessário.

Sophie que já estava no ar observando tudo, olhou para a arquibancada dos professores e viu Remus sentado ao lado de Lockhart que falava alegremente com ele enquanto o lupino fazia pequenas caretas como se estivesse rosnando. Remus olhou para Sophie e sorriu dando uma piscadela que Sophie retribuiu. Ela viu também que sentado ao lado de Severus Snape se encontrava Lucius Malfoy, pai de Draco. E a vontade de vencer aumentou muito mais.

- Quando eu apitar - Disse Madame hooch. -, Três... Dois... Um...

Com um rugido de incentivo das arquibancadas, os catorze jogadores estavam voando para todos os lados em direção ao céu carregado. Harry foi mais alto do que qualquer outro, apertando os olhos à procura do pomo.

- Tudo bem aí, ó Cicatriz? - Berrou Draco, passando por baixo dele como se quisesse mostrar a velocidade de sua vassoura.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Harry não teve tempo de responder. Naquele mesmo instante, um pesado balaço negro veio voando a toda em sua direção; ele o evitou por tão pouco que sentiu o balaço arrepiar seus cabelos ao passar.

- Esse foi por um triz, Harry! Tome cuidado! - Disse Jorge, emparelhando com ele de

bastão na mão, pronto para rebater o balaço para os lados de um jogador da Sonserina. Harry viu Jorge dar uma forte bastonada na direção de Adriano Pucey, mas o balaço mudou de rumo em pleno ar e tornou a voar direto para Harry.

Sophie que estava com a Goles voava o mais rápido que conseguia dos jogadores da Sonserina que voavam rápido. Percebendo isso, ela subiu para o alto e quando percebeu que todos do time da Sonserina estavam atrás dela, ela atacou a bola sem imprevisto para Angelina que pegou e arriscou acertar o aro de longe.

"Grifinória marca seu primeiro ponto!! - Disse o locutor Lino Jordan. - Sophie Potter e Angelina Johnsson, ninguém segura essas duas!!"

Sophie sorriu e procurou pelo irmão e viu algo que não gostou. Fred e Jorge estavam praticamente em cima de Harry lançando várias vezes o balaço para longe que sempre dava meia volta e ia em direção para Harry.

- Sophieee! - Gritou Katia jogando a goles para a ruiva.

Sem escolha, e sabendo que o irmão estaria seguro com os gêmeos, Sophie voou para longe do time da Sonserina e lançou a goles para Angelina que lançou para Katia que lançou de volta para ela. Sophie deu um giro por baixo de Flint e lançou a goles para o aro.

"20 à 10 para a Grifinória!! - Disse Jordan. - Vamos lá Grifinória!!"

Dez? A Sonserina havia feito um ponto e ela não havia percebido. Devia ser na hora em que ela olhava para Harry.

Havia começado a chover enquanto a Sonserina carregava a goles, naquele meio tempo de goles indo para Sonserina e Grifinória, os dois times estavam empatados com 60 pontos e se tinha uma coisa que Sophie se orgulhava era do esforço que ela estava fazendo. Foi no meio do jogo, quando ela havia mandado a goles para Katia que o balaço havia passado por ela e ela se lembrou de Harry. Procurou pelo irmão e viu o mesmo fugindo do balaço enquanto Fred e Jorge tentavam a todo custo mandá-lo para longe. Sophie viu um dos gêmeos fazendo um sinal para ela e ela logo entendeu.

- TEMPO!! - Gritou Sophie para Wood.

Wood obviamente entendera o sinal. O apito de Madame Hooch soou e Harry, Fred e Jorge mergulharam até o chão, ainda tentando evitar o balaço maluco. Sophie desceu também e foi para perto do irmão.

- Que está acontecendo? - Perguntou Wood quando o time da Grifinória se reuniu à sua volta ao som das vaias da Sonserina. - O jogo não pode parar agora, estamos empatados com a Sonserina. Fred, Jorge, onde é que vocês estavam quando aquele balaço impediu Angelina de fazer gol? Se não fosse por Sophie o balaço teria acertado Angelina!

- Estávamos seis metros acima dela, impedindo outro balaço de matar Harry, Olivio. - Respondeu Jorge aborrecido. - Alguém alterou aquele balaço, ele não deixa o Harry em paz. E não tentou pegar mais ninguém o tempo todo. O pessoal da Sonserina deve ter feito alguma coisa com ele.

- Mas os balaços estiveram trancados na sala de Madame Hooch desde o nosso último treino, e não havia nada errado com eles... - Disse Wood, ansioso.

Madame Hooch veio andando em direção ao grupo. Por cima do ombro Harry viu o time da Sonserina caçoando e apontando para ele.

- Escutem - Disse Harry ao vê-la chegar cada vez mais perto -, com vocês dois voando em volta de mim o tempo todo o único jeito de apanhar aquele pomo é ele entrar voando na minha manga. Se juntem ao resto do time e deixem que eu cuido do balaço errante.

- Não seja burro. - Disse Fred. - Ele vai arrancar sua cabeça. Sophie faça alguma coisa!

Sophie olhou para Harry.

- Por favor, irmã. Você sabe que eu consigo isso... - Disse Harry olhando para Sophie.

- Façam o que ele diz. - Disse Sophie para os Weasley's. - Ele consegue...

- Isso é loucura! - Disse Angelina zangada. - Você não pode deixar o Harry enfrentar aquela coisa sozinho. Vamos pedir uma investigação...

- Se pararmos agora, perderemos a partida! - Disse Harry. - E não vamos perder para a Sonserina só por causa de um balaço maluco! Anda, Olivio, diz para eles me deixarem em paz!

- Isto é tudo culpa sua - Disse Jorge furioso com Wood. - "Apanhe o pomo ou morra tentando", que coisa idiota para dizer a ele...

Madame Hooch se reunira aos jogadores.

- Estão prontos para recomeçar a partida? - Perguntou a Wood.

Wood olhou para a expressão decidida no rosto de Harry.

- Muito bem. Fred, Jorge, vocês ouviram o que Harry e Sophie disseram, deixem-no em paz e deixem que ele cuide do balaço sozinho.

A chuva caía mais pesada agora. Ao apito de Madame Hooch, Harry deu um forte impulso para o alto e ouviu o assobio que indicava que o balaço vinha atrás dele. Ganhou cada vez mais altura; fez loops e subiu, espiralou, ziguezagueou e balançou.

Mesmo ligeiramente tonto, mantinha os olhos bem abertos, a chuva molhando seus óculos e entrando por suas narinas quando ele voava de barriga para cima, evitando outro mergulho furioso do balaço. Ele ouvia as risadas do público; sabia que devia estar parecendo muito idiota, mas o balaço errante era pesado e não podia mudar de direção tão rápido quanto Harry; o garoto começou a voar pela orla do estádio como se estivesse em uma montanha-russa, procurando ver as balizas da Grifinória através da cortina prateada de chuva. Adrian Pucey tentava ultrapassar Wood...

Um assobio no ouvido de Harry lhe disse que o balaço deixara de acertá- lo por pouco outra vez; ele imediatamente deu meia-volta e disparou na direção oposta.

- Está treinando para fazer balé, Potter? - Berrou Draco quando Harry foi obrigado a dar uma volta ridícula em pleno ar para evitar o balaço e fugir, o balaço rastreando-o a pouco mais de um metro; e então, virando-se para olhar Draco cheio de ódio ele viu... O pomo de ouro. Pairava poucos centímetros acima da orelha esquerda de Draco, e o garoto, ocupado em rir-se de Harry, não o vira.

Por um momento de agonia, Harry imobilizou-se no ar, sem ousar voar na direção de Draco, com medo de que ele olhasse para cima e visse o pomo.

BAM.

Permanecera parado um segundo a mais. O balaço finalmente atingi-o, bateu no seu cotovelo e Harry sentiu o braço rachar. Sem enxergar direito, atordoado pela terrível dor no braço, escorregou para um lado da vassoura encharcada, um joelho ainda enganchando-a por baixo, o braço direito pendurado inútil - o balaço retornava a toda para um segundo ataque, desta vez mirando o seu rosto , Harry desviou-se, uma idéia alojada com firmeza no cérebro entorpecido: chegar até Draco.

Através da névoa de chuva e dor, ele mergulhou em direção à cara debochada abaixo dele e viu os olhos de Draco se arregalarem de medo. O garoto achou que Harry ia atacá-lo.

- Que di... - Exclamou, inclinando-se para longe de Harry.

Harry tirou a mão boa da vassoura e tentou agarrar o pomo às cegas; sentiu os dedos se fecharem sobre a bola fria e nesse momento ouviu mais um barulho vindo perto do rosto dele. Olhou para o lado quase desmaiando e viu Sophie caindo da vassoura e o balaço longe de ser visto. Seu coração parou naquele momento, ainda meio tonto ele inclinou a vassoura até onde Sophie caía mas antes que pudesse chegar perto de segurar a irmã, ela caiu na grama e Harry sem mais forças e com uma bola zumbindo nas mãos caiu da vassoura ao lado do corpo desacordado da irmã com um único pensamento, Sophie o salvara.