"Meu senhor é você, Prometeu, que me concedeu esse grandioso cosmo!"

Capítulo 13. Amizade.

Orfeu havia conseguido o segundo Risco: O Colar de Hades. Após ter deixado a fonte de águas termais, ele refletia dia após dia sobre os acontecimentos. Ele quase havia se deixado morrer apenas para encontrar Eurídice.
O colar de Hades parecia ter o mesmo poder que o Incenso de Atena: Ser atraído por outros riscos. Logo, Orfeu sente a mesma sensação de antes.
— Tenho de me apressar par encontrar o próximo Risco.
Entrando em uma mata escura e densa, Orfeu deixa-se novamente levar pela intuição. Caminhando por entre as árvores, o cavaleiro sente um estranho calor. Logo afrente avista um fogaréu incendiando a mata, queimando rapidamente em direção ao cavaleiro.
Tentando se livrar das chamas, Orfeu corre em outra direção, mas é cercado por uma infinidade de cobras que também rastejam em sua direção. Encurralado, Orfeu prepara-se para usar seu cosmo, até que duas presenças aparecem. Um homem de curtos cabelos vermelhos, vestindo uma armadura prateada, de pé em um dos galhos de uma enorme árvore diz:
— Olha quem encontramos aqui neste lugar!
O outro homem, de cabelos castanhos compridos e armadura igualmente prateada, caminha por entre as cobras como se essas fossem apenas galhos de árvore, dizendo:
— Quanto tempo, velho amigo!
Orfeu se alivia e dá um pequeno sorriso de canto de boca:
— Então são vocês, Babel de Centauro e Algol de Perseu. Fazia um bom tempo!
Babel dá um pulo em direção a Orfeu, pedindo um abraço, como num gesto fraterno. Algol apenas cruza os braços e dá um leve sorriso, feliz com o reencontro.
— Você ficou bonitão, Orfeu! Ainda está perdendo tempo com aquela garota da cidade? - Brinca Babel, abraçando Orfeu com um dos braços, e dando pequenos tapinhas em seu rosto.
Orfeu fecha os olhos, abaixa o rosto por uns instantes, porém não diz nada. Algol fica sério por um instante, olhando para Babel, que entende o recado.
— Eu sinto muito, meu amigo. Não imaginava. - Se desculpa Babel.
— Não se preocupe, está tudo bem. Vejo que vocês ficaram muito fortes! Da última vez que os vi eram apenas pirralhos. - Diz Orfeu.
— Hoje em dia somos muito mais fortes que naquela época! - Esnoba Babel.
— Bom, mas o que vocês dois fazem aqui, tão longe do santuário?- Pergunta Orfeu.
— Fomos enviados por Asaho para te ajudar na sua missão de caça aos Riscos. - Responde Algol.
— Asaho, meu mestre? Fico feliz por terem aceitado o convite.
— Asaho é uma pessoa muito querida no santuário, não poderíamos recusar o convite, mesmo vocês dois sendo considerados traidores. - Responde Babel.
— Sobre isso... vocês sabem que há algo acontecendo no santuário, não é mesmo? Eu e Asaho não poderíamos nos posicionar de outra forma... Diz Orfeu.
— Fiquei sabendo que recentemente o cavaleiro de Áries também deixou o santuário. E Albion de Cefeu, o responsável pela ilha de Andrômeda também parece não responder mais os chamados do santuário. Algo certamente está acontecendo. - Informa Algol.
— Algol, vocês também desconfiam do grande mestre?
— Não. O Mestre é um homem bom e generoso. Eu e Babel preferimos nos posicionar a favor do santuário.
Orfeu abaixa a cabeça, entendendo o recado dos amigos. Futuramente talvez, eles poderiam se tornar inimigos em batalha. Resolveram então aproveitar seu tempo como companheiros.
— Então vamos, Algol e Babel. O Risco está muito próximo daqui.
Os três correm, seguindo Orfeu. Não muito longe dali, avistam uma gigantesca montanha, que exala um poderoso ar quente. De repente, a montanha expele um grandioso jato de lava, que escorre de seu topo, mostrando aos três cavaleiros que se tratava de um vulcão ativo.
— Babel, acho que você é o único que consegue ir lá. - Diz Algol.
— Não. Eu consigo rastrear o risco. Irei procurá-lo lá dentro. Diz Orfeu.
Orfeu corre na frente, adentrando a abertura do vulcão. Os dois seguem atrás de Orfeu, preparados para dar-lhe cobertura. Enquanto se aproximam, os três cavaleiros ouvem gritos saindo de dentro do vulcão.
— Socorro! Alguém me ajude!
— Hã? Há alguém dentro do vulcão? - Diz Babel
— Vamos, seja quem for temos de ajudar! - Diz Algol.
Prestes a ser consumida pelas chamas, uma garotinha pedia socorro a quem estivesse ocasionalmente passando por ali. Ela havia machucado sua perna e não conseguia se levantar. A lava quente cada vez mais se aproximava de seu corpo. Orfeu rapidamente a pega no colo e a retira daquela situação.
— Obrigado, moço!
— Não há de quê. O que uma garotinha como você está fazendo neste lugar?
— Bom, eu estava procurando algo. Mas acho que você poderá me ajudar a achar o que eu procuro.
Um cosmo maligno gira em torno da garota, e ela cresce repentinamente. Em poucos segundos a imagem da indefesa garota dava lugar ao semblante de um homem alto e magro, de cabelos negros na altura do ombro.
— Muito prazer cavaleiros, sou Hílio de Cáspio, um réquiem de Prometeu. Fiquei sabendo que foi você que derrotou meu amigo nas fontes termais. Irei derrotá-lo agora mesmo!
Orfeu olha com desprezo para o Réquiem, que utilizou a imagem de uma garotinha indefesa para enganá-los. Algol e Babel se preparam para também lutar contra o réquiem.
— Vocês réquiens são malditos. Até agora, só tive o infortúnio de presenciar réquiens fracos e enganadores. Há algum de vocês que é forte, afinal? - Pergunta Orfeu.
— Hahahaha... tolo! Nós apenas nascemos sob um sol diferente de vocês, maravilhosos cavaleiros... Todos nós éramos humanos com dons divinos, desenvolvidos a partir do dom do fogo. Prometeu dará a mim e aos Réquiens maiores todos os dons do mundo!
Orfeu despreza novamente o réquiem e se vira para Algol e Babel, dizendo:
— Amigos, deixarei-o com vocês. Eu consigo sentir a presença do Risco. Irei buscá-lo.
— Certo! - Diz Algol.
— Eu irei abrir caminho pra você. - Diz Babel.
Babel então utiliza uma técnica para abrir passagem em meio à lava. Uma pequena trilha que leva até o interior do vulcão.
— Não demore, Orfeu. O quanto mais profundo você ir, mais será difícil pra mim controlar a lava. Em pouco tempo não serei capaz de equilibrar esse caminho e a lava cairá toda sobre você.
— Entendido. Irei agora.
— Orfeu corre pelo caminho criado por Babel, rumo ao interior do vulcão.
— Acham mesmo que irei deixá-los fazer isso? - Resmunga Hílio, o réquiem. - Peste Bubônica!
O ataque do réquiem cria ratos em chamas, que correm em direção de Orfeu, tentando impedí-lo de adentrar o vulcão.
— Pff, ratos? Seu famoso "dom divino" é criar ratos e ilusões de criançinhas? Que belo guerreiro temos aqui! - Esnoba Algol. - Morra aqui com suas criações bizarras! Escudo da medusa!
Algol revela o escudo que trazia em suas costas, fazendo brilhar os olhos da medusa contra o Réquiem, que cai petrificado junto com seus ratos de fogo. As estátuas caem dentro da lava, destruindo-se completamente.
— Nossa, que fraco! - Exclama Babel.
— Orfeu precisou de nossa ajuda pra isso? - Esnoba novamente Algol.
— Falando em Orfeu, ele já está lá dentro tem aguns minutos. Em breve não serei mais capaz de equilibrar a lava. Vamos, Orfeu, saia logo daí!
Os dois olham atentos para o caminho, apreensivos e ansiosos. Orfeu não aparece e os dois cavaleiros viram o rosto, fechando seus olhos.
— Ele decidiu tirar sua própria vida. - Disse Algol.
— Afinal, ele foi ao encontro de Eurídice. - Lamenta Babel.
Babel relaxa seu punho e o caminho entre a lava desaparece.
— O quê? Não pode ser! - Diz um Algol surpreso.
— Ele... Ele conseguiu! - Diz Babel arregalando os olhos.
Triunfantemente, Orfeu se levanta das chamas, com uma barreira invisível ao seu redor, qoe o fazia não ser consumido pela lava. Segurava um pequeno cinzeiro. Caminhando em direção aos dois, ele diz:
— Ora, acharam que eu me perderia entre a lava? Aqui está, o risco de Ares!
— Seu filho da... Você nos assustou direitinho! - Esnoba Babel, pulando nas costas de Orfeu.
— Hahahaha, nos enganou mesmo. - Gargalha Algol.
— Este é o segundo Risco! Sinto que estou indo bem em minha jornada. Marin, Shaina, Mayura e meu mestre Asaho ficarão orgulhosos de mim. - Diz um feliz Orfeu, que parecia ter superado a morte de sua antiga amada. - Vamos, amigos. Ainda restam outros riscos para encontrarmos!
— Vamos!
— Certo!

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