três de bastões

Prior Incantato


Os Arquivos do Ministério da Magia eram um paraíso para aqueles interessados em histórias malucas, fraudes e investigações inconclusivas, mas um inferno para qualquer um cujo nariz começasse a escorrer ao menor contato com poeira. Feliks Ravenwood pertencia ao grupo de pessoas que encontrava o paraíso entre aqueles pergaminhos velhos, enquanto Frank Bryce começara a espirrar e xingar a partir do primeiro passo que dera dentro do labirinto de estantes.

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Apesar do assassinato dos Riddle ter ocorrido apenas quatro meses antes, os arquivos deste estavam enfiados em um cantinho longínquo, rodeado por livros e rolos de pergaminhos muito mais antigos e mofados contendo evidências de diversos crimes do mundo bruxo. Yelena procurou por entre os arquivos com cuidado, de vez em quando torcendo o nariz quando puxava um rolo mais embolorado de papéis, enquanto os dois homens apenas a observavam.

“São todos homicídios,” ela explicou, tirando da estante um rolo de pergaminho muito velho, já comido por traças. “Esse aqui, por exemplo, é sobre uma bruxa que iniciou uma matança em 1709. Ela matou três trouxas, dois bruxos e um centauro... Ninguém sabe se ela fez isso por conta própria ou foi influenciada pela maldição Imperius, como ela disse ter acontecido.”

“Como você sabe disso?” perguntou Frank, já que a bruxa nem chegou a abrir o pergaminho para ler o resumo do caso.

“É um dos casos mais antigos da sessão de homicídios,” ela falou, como se fosse óbvio. “Já dei uma olhada nele, quando estava entediada.”

Yelena continuou olhando arquivo por arquivo até soltar um ‘ah-há!’ baixinho e puxar não um rolo de pergaminho ou um livro pesado e antigo, mas sim um fichário simples e amarelado com uma nota grampeada no canto. Pelo que eles conseguiam ver, a etiqueta roxa tinha os nomes ‘Riddle’ e ‘Gaunt’, além da data (13 de Julho de 1943) e diversos símbolos esquisitos.

“Aqui está,” a bruxa anunciou, entregando o arquivo para Feliks logo antes de acenar com uma mão. O médico viu uma luz fraca irradiar dos dedos dela e atravessá-los.

“Por que você fica fazendo isso?” ele perguntou, imitando o gesto dela e abrindo a pasta.

“Porque eu não sou a única pessoa que trabalha aqui e, mesmo que fosse, essas paredes tem ouvidos.” Ela deu de ombros. “Só estou tomando minhas precauções.”

Frank encarou-a por um momento, antes de murmurar alguma coisa para si mesmo e olhar para os papéis. O arquivo continha diversas fotos da família Riddle, algumas mostrando-os ainda vivos, outras com os corpos jogados na sala de visita e até mesmo algumas contendo os rostos pálidos com olhos desfocados, fotos tiradas no necrotério.

“Como foi que conseguiram isso?” Feliks perguntou, observando uma cópia do laudo que ele emitira depois da autopsia dos Riddle. Até mesmo a sua assinatura estava ali, mas ele não se lembrava de ter feito uma cópia daquele documento.

“O Ministério tem o seu jeito de conseguir o que precisa,” Yelena explicou. “Eles devem ter visitado o lugar onde os arquivos originais estão, feito uma réplica deles e modificado a memória do trouxa que os deixou entrar. É como eles fazem na maioria das vezes.”

“Muito ético,” Ravenwood murmurou, logo antes de virar as páginas para que Frank não ficasse muito tempo encarando os rostos dos cadáveres.

“Eles não tão falando sério quando dizem que esse homem matou os Riddle,” disse Bryce, apontando para a foto de Morfin Gaunt.

O bruxo parecia pertencer ao casebre que eles haviam visitado em Little Hangleton. Os cabelos longos e negros estavam grudados em sua cabeça e a barba era malfeita. Os olhos do homem eram escuros e olhavam em direções opostas. Ele sorria de um jeito doentio (um sorriso torto com diversos dentes podres) para a foto e, para a surpresa dos homens, chegava a jogar a cabeça para traz e soltar uma risada silenciosa.

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Ravenwood franziu o cenho enquanto olhava as outras fotografias. Tirando os retratos dos Riddle, as fotos do necrotério e as primeiras fotos da cena do crime, todas as outras mostravam pessoas entrando e saindo de cena: em uma delas, um homem inspecionava a sala de visitas, olhando os cadáveres de perto, enquanto outros dois homens levantavam o corpo sem vida de Tom Riddle do chão, carregando-o para fora da foto.

Com um suspiro, Feliks olhou em volta e se sentou no chão, com as pernas cruzadas. Havia muita coisa para ler ali e ele queria fazer isso com calma, sem se preocupar em acabar com os pés e as costas doendo. Ele ouviu Frank mudar o peso do corpo sobre as pernas e Yelena respirar fundo. Depois de cinco minutos, ambos haviam desistido e estavam sentados com ele no chão.

Os relatórios do Ministério consistiam em longos textos que falavam sobre a instabilidade de Morfin Gaunt, a sua história de ódio por trouxas e ataques mágicos, incluindo um infligido contra Tom Riddle em 1925 e que, na época, havia sido supervisionado por um bruxo chamado Robert Ogden, que havia lidado com a urticária deixada em Riddle e modificado a memória do trouxa. Ogden também havia descrito um incidente que ocorrera dentro da casa dos Gaunt, quando o patriarca, o velho (e agora finado) Marvolo, partira para cima da filha, Merope, depois de descobrir que ela ‘gostava de ficar olhando o trouxa que havia se tornado vítima de Morfin’.

Todas as informações sobre exames pós morte vinham dos relatórios e laudos de Feliks, junto com uma assinatura de um curandeiro que simplesmente assinara a cópia dos documentos para deixar claro que ele os havia lido. Aparentemente, não havia nenhum procedimento mágico para verificar se a causa da morte havia sido uma maldição.

“Não falam nada sobre a Merope,” disse Ravenwood ao chegar ao final dos documentos (com pesar, ele lera tudo com pressa, passando por cima de vários detalhes). “Quero dizer, nada sobre o caso entre ela e Tom Riddle.”

“Caso?” perguntou Yelena, que estava com o queixo apoiado nas mãos, espiando por cima da pasta.

“O Sr. Tom fugiu com a menina Gaunt, anos atrás,” Bryce explicou, sua voz soando séria e dura. “Não me surpreende não falarem nada aí. Se os bruxos não se preocuparam em prestar mais atenção nas mortes, por que iriam se preocupar com uma bruxinha fugindo com um rapaz que nem magia tinha?”

“Por que eles iriam se preocupar com um casal que decidiu fugir para ficar junto?” perguntou Yelena.

“Porque ele não foi por livre e espontânea vontade,” disse Frank, amargamente. “Ele voltou todo esquisito e nunca entendeu o que aconteceu. A melhor explicação que tinha era que ela o enfeitiçou.”

“Hmm.” A moça encostou-se contra uma das estantes empoeiradas, estreitando os olhos. “Maldição Imperius?”

“Como é que eu vou saber?” Frank sussurrou.

“Ou talvez...” ela esticou a mão e puxou o retrato de Tom Riddle. A bruxa franziu as sobrancelhas enquanto observava a foto, erguendo os olhos para Feliks de vez em quando, antes de falar: “Ou talvez ela tenha usado uma Poção do Amor.”

“Uma poção do amor?” perguntou Bryce, falando a palavra ‘amor’ lentamente, como se fosse uma piada.

“Elas são perigosas,” a bruxa explicou. “Amor é só o nome. Na verdade, elas criam uma afeição doentia... uma obsessão. Não é amor de verdade, mas, para algumas pessoas, isso basta.”

“Você pode fazer uma cópia disso?” Ravenwood perguntou, mostrando os arquivos para Yelena, que apenas o encarou com um olhar desolado e suspirou. “Por favor.”

“Por que vocês estão tão interessados nisso?” ela murmurou, pegando a papelada e os olhando com cuidado. “Você já fez o seu trabalho, doutor.” Ela apontou para o fichário. “E você... Talvez esteja na hora de aceitar que seus amigos partiram.”

“Eu já aceitei isso,” disse Frank com uma voz tão dura quanto a expressão em seu rosto. “Eu fui uma das poucas pessoas que foi ao funeral deles. O que não aceito é o fato do assassino ainda estar por aí porque o seu Ministério não fez questão de fazer um trabalho bem feito.”

“Talvez a sua polícia-“

“A nossa polícia não tem como encontrar um assassino mágico.” O jardineiro estreitou os olhos, mas Yelena não pareceu intimidada. Na verdade, ela parecia interessada. “O Dr. Ravenwood apenas nos trouxe até aqui porque, de alguma forma, ele consegue enxergar a magia da sua gente.”

“Isso... Você disse que viu magia nos corpos,” Yelena murmurou, mordendo o seu lábio inferior e olhando para o médico. “O que você viu, exatamente?”

“Ahm, bem, uma coisa que parecia geada,” Ravenwood explicou. “Não era gelo. Estava no meio do verão e os corpos estavam expostos à temperatura ambiente por tempo o suficiente para qualquer resquício de gelo dos refrigeradores derreter. E...”

“E...?”

“Havia outro tipo de magia,” ele explicou, hesitante. A magia gelada era a qual ele estava convencido que pertencia ao assassino, mas a outra... “Essa outra era como tinta azul. Eu a vi nas mãos de Tom Riddle, nas flores e no piano da casa deles. Era como se ela pertencesse à ele, mas-“

“Mas ele era um trouxa,” Yelena completou.

Frank permaneceu em silêncio ao lado deles. Os dois não haviam conversado mais sobre a magia que ele vira nas mãos de Riddle, pois ela sempre parecera inocente e fácil de ser esquecida quando eles tentavam desvendar um traço de magia que podia levá-los até um criminoso. Mas a dúvida sobre aquela mancha azul estava sempre pairando sobre eles: por que Tom Riddle levava consigo qualquer tipo de sinal mágico se ele era tão trouxa quanto Feliks e Frank?

“Ele não era como vocês, se é isso que está pensando, moça,” disse Bryce, olhando para a bruxa, que parecia concentrada.

“Eu sei que ele era um trouxa,” ela falou, respirando fundo e soltando o ar devagar. “Mas você também é um trouxa.” Ela apontou para Ravenwood. “E eu ouço a sua magia.”

“Eu não tenho mag-“

“Eu não ouviria se não tivesse o que ouvir,” Yelena explicou e ficou em silêncio por um momento. “Meu dyedush— digo, meu avô também era trouxa, sabe? Mas eu também ouvia a magia dele.”

Frank encarou-a, desconfiado, enquanto Feliks não conseguiu evitar que um sorriso se alastrasse pelo seu rosto ao ouvir a palavra deixada pela metade e que fazia o sotaque dela fazer total sentido.

“Ty gavarish pa-russkii?” ele perguntou, antes de sentir seu rosto esquentar ao notar o quão ruim seu russo estava, depois de anos sem praticá-lo.

Os olhos da moça brilharam e o mesmo sorriso apareceu em seus lábios.

“Da!” ela respondeu, endireitando-se. “Ty russkii?”

“Niet, a ya izutchal russkava yazyk,” o médico falou, sorrindo mais ao ouvi-la rir.

“Com licença.” Ambos se viraram para ver Frank, que os encarava com o cenho franzido. “Será que podemos voltar para o inglês? Nem todo mundo fala... Seja lá o que vocês estão falando.”

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“Desculpe,” disse Yelena, rindo e ignorando o olhar desconfiado que o jardineiro lançava na direção do outro homem. “É só que... É ótimo ouvir outra pessoa falando russo. Onde você aprendeu?”

“Fiz aulas enquanto estava na faculdade,” Feliks explicou. “Depois tentei estudar sozinho. Não deu muito certo, meu russo está bem enferrujado.”

“Não, está ótimo... Digo, talvez precise praticar um pouco, mas é bom de ouvir.” A bruxa continuou sorrindo. “De qualquer jeito, você disse que havia uma magia que chamou a sua atenção, aquela que não parecia pertencer à Tom Riddle,” ela falou, sacudindo a cabeça. “A que parecia geada.”

“Aye,” disse Ravenwood. “Também vi ela em alguns objetos na casa dos Riddle e em uma lamparina que achamos na casa dos Gaunt.”

“Você viu alguma outra magia na casa de Morfin?”

O homem assentiu e Yelena se levantou. Ela voltou a procurar por algo no buraco que agora havia entre os arquivos, de onde ela tirara a pasta dos Riddle. Depois de um momento, ela tirou dali uma caixa de madeira e se sentou outra vez. A caixa era feita de madeira escura e havia uma placa de bronze na tampa, a qual continha as mesmas inscrições que haviam na etiqueta do fichário, mas agora com o nome ‘Morfin Gaunt’ gravado também.

“Veja se é a mesma,” ela falou, abrindo a caixa e mostrando o que havia ali dentro.

Uma varinha estava guardada dentro da caixa. Ela parecia grosseira e malfeita, diferente das varinhas falsas que a Srta. Zabini lhes dera: parecia mais um graveto do que um instrumento de magia. Mas a aparência do objeto não era importante naquele momento.

“Está vendo alguma coisa?” perguntou Frank, esperançoso.

O mesmo brilho cor de musgo, que Ravenwood havia visto no casebre, cobria a varinha, embrenhando-se até mesmo nas fendas da madeira, parecendo mofo em alguns lugares. Ele não pôde evitar o pensamento de que aquela magia parecia combinar com o que ele vira de Morfin Gaunt na foto. Mas ali, no punho, quase desaparecendo, havia quatro ou cinco círculos mal delimitados feitos do que parecia ser uma fina crosta de gelo, como digitais marcando o material e cobrindo a magia verde musgo.

“Está aqui também,” disse Feliks, pegando a varinha com cuidado e segurando a respiração por um momento. Ele não havia falado para ninguém que as varinhas dos bruxos o fascinaram desde que as vira pela primeira vez no Black Siren. Segurar uma em suas mãos era, de um jeito infantil, fascinante. “A magia que vi nos Riddle, mas não é a de Morfin...”

“Como você sabe?” perguntou Yelena.

“Lá nos Gaunt havia três tipos de magia, todas em objetos do dia a dia que deviam ser usados pela família ao longo dos anos: na poltrona, nos caldeirões, na lareira, etc... A magia que parecia gelo estava apenas em uma lamparina,” ele explicou, olhando para Frank rapidamente. “E a lamparina era o que mais parecia fora do lugar. Estava jogada em um canto, perto da porta, como se alguém a tivesse levado e esquecido ali.”

O olhar de Bryce estava fixo na varinha, seus dedos brincando com o tecido das vestes que usava, antes do homem esticar a mão para tocar o objeto, mas rapidamente se afastar.

“Com licença,” disse Yelena, pegando a varinha outra vez e a erguendo no ar, antes de dizer: “Prior incantato.”

Um clarão de luz irrompeu da ponta da varinha, fazendo Feliks arregalar os olhos e Frank segurar a respiração. O feitiço tinha uma cor verde esmeralda linda e logo deixou de parecer uma luz e passou a ter a aparência de fumaça, evaporando para longe deles. Quando o brilho esverdeado desapareceu, o rosto de Bryce estava ainda mais sério do que antes, seus lábios pressionados um contra o outro com força. Ravenwood não podia julgá-lo: eles haviam acabado de ver a última coisa que cruzou o olhar dos Riddle, momentos antes da morte os alcançar.

***

Eventualmente, Yelena fez uma cópia dos arquivos dos Riddle para eles, logo antes de guardar o original na estante e apressá-los para sair dos Arquivos, dizendo que ela havia sumido da sua mesa por muito tempo. Quando eles finalmente deixaram o departamento (com Yelena ao lado deles, já que, coincidentemente, havia chegado o horário do fim de seu expediente), a magia da bruxa estava mais brilhante e Feliks se perguntava se isso tinha algo a ver com o tom de voz animado dela.

Frank, por outro lado, estava quieto. Aqui e ali o homem respondia uma pergunta ou outra, mas ele não estava mais com o mesmo humor com o qual entrara no Ministério mais cedo. A postura do jardineiro, no entanto, continuava a mesma: rígida e reta, como o tenente que ele era.

“Voronova,” disse Yelena, enquanto subiam as escadas para o Departamento de Mistérios, depois de terem lhe perguntado qual era o seu nome completo. “Yelena Fomitchna Voronova.”

Ravenwood sabia que o jardineiro estava apenas esperando o momento certo para perguntar por que diabos eles estavam sendo seguidos pela arquivista. Ela os havia ajudado, sim, mas por que eles estavam permitindo que ela os acompanhasse? A ajuda significava que ela, agora, estava junto com eles naquela bagunça? Feliks, secretamente, esperava que sim.

“Ah, sim, acredito que posso levá-lo para visitar o Departamento na sua próxima visita,” disse uma voz logo acima deles e, antes que eles pudessem parar, o trio adentrou o corredor do Departamento de Mistérios. “O seu interesse é completamente compreensível, Sr. Malfoy.”

No final do corredor, perto da porta negra que lá ficava, haviam dois bruxos: um com cabelos escuros curtos e o outro com cabelos longos e loiros presos em uma trança, ambos trajando vestes que deviam custar uma fortuna. Os dois se viraram para olhar o grupo que havia acabado de pisar no corredor e o moreno estreitou os olhos.

“Boa noite, Sr. Rosier,” disse Yelena, inclinando a cabeça em um cumprimento. “Boa tarde, Sr. Malfoy.”

“Srta...?” o homem moreno perguntou.

“Yelena Voronova,” ela respondeu. “Arquivista.”

“E quem seriam esses dois...?” Rosier perguntou, apontando para os trouxas.

“Meu irmão, Feliks,” ela falou, sorrindo e entrelaçando um braço com o do médio. A bruxa então se virou para Frank, dando um tapinha afetuoso em seu braço. “E meu noivo, Frank.”

Os dois bruxos os encararam por um momento e o Sr. Malfoy abriu um sorriso. Eles não sabiam dizer se aquela expressão era genuína ou apenas uma tentativa de parecer educado.

“A garota russa que o Ministério contratou para cuidar dos arquivos,” disse Rosier em um sussurro.

“É bom ver que eles estão sendo úteis,” Malfoy respondeu enquanto eles voltavam a andar, aproximando-se do trio e desviando o caminho para descer as escadas que levavam até os tribunais.

Yelena respirou fundo e xingou baixinho em russo, soltando os dois homens e marchando na direção do elevador. Frank, pela primeira vez em algumas horas, riu.