Night Shadow

A queda


Perto do nosso vilarejo havia uma área repleta de árvores e eu confesso que existe uma grande probabilidade de ser o meu local preferido. Talvez o Sebastian seja a única pessoa capaz de me encontrar lá.

Decidi que o topo da montanha seria o local onde eu passaria grande parte daquela tarde. E foi pra lá que segui. O sol estava no centro do céu e o calor percorria o meu corpo debaixo de todos aqueles panos do meu vestido. Encontrei uma pedra redonda e decidi me sentar nela. Coloquei a caixa que America havia preparado para mim ao lado da pedra. Ela é irmã do meu pai. A minha única família além dele. E eu a amava, assim como ela cuidava de mim como uma filha.

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Quando minha mãe faleceu meu pai passou por uma depressão, e isso o deixou mal por cerca de dois anos. É claro que quem cuidou de tudo foi ela. Inclusive dos deveres que meu pai tinha com todo o reino.

Nós vivemos em um regime no qual existem 6 vilarejos, e apenas um deles, o Vijarejo dos Anjos Caídos, não segue o meu pai. Os outros vilarejos são constituídos por caçadores de sombras que trabalham incansavelmente para proteger nosso reino e todos das forças malignas.

O Vilarejo dos Bruxos é o local no qual minha mãe vivia antes de se casar com meu pai e vir para o Vilarejo dos Magos. Essa foi uma das causas de sua morte, meu tio Magnus não aceitou meu pai se casar com uma bruxa, e dar tamanho poder a ela.

Outro Vilarejo é o dos Naturais, onde as pessoas que não possuem nenhum “dom” ou “poder” especial vivem. E foi de lá que Sebastian veio, a sua mãe Cecília o encontrou jogado em uma área verde sem alimento e aos prantos. De acordo com pessoas do local seus pais morreram em uma luta contra invasores que tentaram “roubar” os naturais para o seu exército. Muitas pessoas diziam que esses invasores eram os Anjos Caídos, mas não se sabe ao certo a mando de quem.

Cecília, que era melhor amiga de minha mãe Kenna, pediu autorização ao rei, no caso o meu pai, para levar Sebastian com ela e cuidar dele como um filho.

E seu desejo foi concedido. Minha mãe o convenceu facilmente. Cecília me contou várias vezes o quão doce ela era. E eu me sentia orgulhosa disso. Porque eu a amo apesar de não ter memória dela.

E por fim, o ultimo vilarejo é o dos Vampiros, mas ele se encontra instinto e nenhum vampiro foi encontrado.

Abri minha caixa e peguei um sanduíche para comer. Coloquei-me de pé para observar os pássaros que voavam no horizonte. Mas no mesmo instante senti uma forte dor de cabeça, como nunca antes.

Dei dois passos para o lado tentando firmar meus pés no chão, mas logo uma voz veio na minha cabeça.

— Achou que estava livre de mim? – a sua risada ecoou na minha mente.

Minhas mãos suavam frio e eu estava mais tonta ainda. Tentei firmar meus pés ainda mais, porém quando tentei voltar para me sentar uma das minhas pernas perdeu a força e eu só senti uma pancada na cabeça e as copas das árvores passando rapidamente acima de mim.

Eu estava caindo montanha abaixo. E só me dei conta disso quando meu corpo parou ao bater no tronco de uma árvore. Ondas de choque percorriam o meu corpo e eu não conseguia me mover. Tudo estava um pouco embaçado. Eu não conseguia definir as copas mais, nem diferenciá-las do céu. Minha cabeça doía a ponto de explodir.

Tentei me manter acordada o máximo que consegui até que... meus olhos não conseguiram mais.

— Ei... ei... Louisa! – escutei uma voz ecoar na minha cabeça, ela perecia distante.

— Meu Deus! Louisa fale conosco. – dessa vez a voz parecia mais perto.

— O que aconteceu? – a voz parecia desesperada – Meu Deus, o que fizeram com você! – senti uma mão tocar meu rosto e finalmente abri meus olhos.

Sebastian e America estavam na minha frente agachados junto a mim. America chorava e me olhava assustada com o que via.

As mãos de Sebastian tocavam o meu rosto e ele parecia decepcionado.

— Ela esta acordando. – ele disse calmamente olhando para America que não disse nada apenas assentiu.

— Eu... eu... – minha voz estava fraca e eu comecei a me lembrar do que havia acontecido.

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— Calma Louisa, não precisa dizer nada agora, vamos te levar pra casa. Você desapareceu por quase um dia. – Sebastian me informou.

— Mas eu... – tentei lhe contar, mas minha voz teimava em não sair.

— Estamos procurando você desde ontem à noite. – ele suspirou de alivio – E finalmente me lembrei de que você gostava de vir até aqui. – senti a culpa em sua voz.

— Esta tudo bem Sebastian. Ela esta aqui, conosco agora. – America finalmente havia se controlado – Não tinha como você prever isso.

— Eu não posso viver sem você senhorita. – ele cochichou no meu ouvido.

Consegui mover minha mão até a sua e a segurei levemente, porque minhas forças não me obedeciam.